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Poder Soul
22 – 26 de Fevereiro
22 de Fevereiro
Larry Ellis & The Black Hammer
Funky thing
Al King (1968)
O lendário “Funky thing” tem uma das mais históricas intros de toda a cena Deep Funk.
Um delirante Hammond, a soar como nunca suou, serve de fundo para Larry Ellis introduzir uma canção com uma energia brutal, daquelas que leva qualquer pista de dança ao rubro.
Este single de Larry Ellis & The Black Hammer, editado em 68 pela Al King e re-editado pela Jazzman em 2003, é uma das mais cobiçadas armas da cena Funk e foi alvo de sampling por Jay-Z, lá fora, e por Serial, cá dentro.
Larry Ellis, que até editou, durante mais de uma década, alguns sete-polegadas, que vão dos Rhythm & Blues à Soul, estaria, hoje, completamente esquecido, se este hino não tivesse sido recuperado por Keb Darge, mais tarde, servido de base a “Success” de Jay-Z, na companhia de Nas.
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Poder Soul
22 – 26 de Fevereiro
23 de Fevereiro
Rudy Lambert
Love
Club 7 (196?)
Esta espantosa pérola Rhythm & Blues de acentuado sabor Soul Jazz, editada, na segunda metade dos anos 60, na Baia de San Francisco, parece ser o único disco de Rudy Lambert e do seu selo, Club 7.
No entanto, olhando com o cuidado devido para os seus créditos, reparamos que há uma lenda local, associada a este sete-polegadas – Johnny Heartsman assina os arranjos e isto explica muita coisa.
Este “bluesman”, que iniciou a sua carreira discográfica no fim da década de 50 e está associado a uma mão cheia de grandes discos, dominava com igual mestria guitarra, teclados e flauta, além de ser mestre na arte de arranjar, o que lhe valeu um estatuto de culto, na mais europeia cidade da West Coast.
“Love” é um perfeito exemplo do som do momento, sendo a sua natureza hibrida e de difícil classificação, uma lufada de ar fresco na cena retro actual, o que tem provocado uma valorização imensa do original e levou a Tramp a oferecer-nos uma re-edição, a bem do interesse comum.
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Poder Soul
22 – 26 de Fevereiro
24 de Fevereiro
Barbara Lynn
I Don’t Want a Playboy
Tribe (1967)
Ver uma diva Soul como Barbara Lynn cantar, ao mesmo tempo que domina a guitarra, numa altura em que os instrumentos eram para os homens, é um verdadeiro deleite.
Nascida em 1942, em Beaumont, no Texas, Barbara Lynn teve o seu baptismo em estúdio no mítico Cosimo’s de New Orleans, para onde foi, ainda menor, acompanhada por Huey P. Meaux. Em 62 edita o hit “You’ll lose a good thing”, chega ao Top 10 americano e garante uma carreira que, apesar de ter tido uma prolongada interrupção, dura até aos nossos dias.
Entre 62 e 76, Lynn, que compunha a maioria das canções que gravava, editou um número apreciável de discos para editoras como a Jamie, a Tribe ou a Atlantic e escreveu temas que viriam a ser gravados por gente como os Rolling Stones e Otis Redding, além de hinos como “I’m a good woman”, antes da maternidade ter falado mais alto.
“I don’t want a playboy”, editado em 67, pela Tribe é um dos seus mais colecionáveis discos. Um delicioso momento mid-tempo que é hoje um autêntico standard da cena crossover.
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Poder Soul
22 – 26 de Fevereiro
25 de Fevereiro
Flipside
Havin’ a Party
Flipside (1980)
Esta é talvez a mais recente descoberta de todos os temas que vou desvendando aqui no Poder Soul e, mais uma vez, pouco se sabe sobre a banda que a assina.
Quem tem este sete-polegadas sabe que foi editado em 1980, pelos Flipside, banda de Marietta, na Pensilvânia, através duma editora homónima, ou seja, numa edição de autor.
“Havin’ a party” terá sido descoberto há um par de anos e, desde aí, tem sido incluído nas playlists de Djs de referência como Andy Noble ou Ian Wright, para além da nata de diggers de Funk, Soul e Disco.
Esta bomba de Disco Boogie, que explode com qualquer pista desde o seu primeiro acorde, está condenada à mais extrema cobiça e consequente raridade, caso não venha a ser descoberta uma caixa de cópias esquecidas num qualquer armazém americano, que venham a satisfazer a obsessiva procura de que começa a ser alvo.
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Poder Soul
22 – 26 de Fevereiro
26 de Fevereiro
Harvey Scales & The Seven Seas
Trying To Survive
Magic Touch (1969)
Nascido em 1941 no Arkansas e criado em Milwaukee, Harvey Scales viria a deixar a sua marca na cena Soul Funk e até a atingir algum sucesso à escala nacional, sem nunca se tornar num dos nomes grandes.
Foram vários os discos que gravou para editoras como a Cuca, a Magic Touch, a Stax, a Cadet, a Mercury ou a Casablanca, desde o início dos 60 até ao apogeu do Disco.
Acompanhado pelos Seven Sounds, depois de ter gravado temas obrigatórios da cena Funk, como “Get down”, edita, em 1969, para a Magic Touch, aquele que viria a ser o seu mais procurado e genial sete-polegadas.
“Trying to survive” é uma autentica obra-prima Funky Soul, percursora daquilo que de melhor se viria a gravar nos 70 por génios como Curtis Mayfield ou Leroy Hutson, que deveria ter reservado a Harvey Scales outro lugar na história da música negra.
É hoje um dos mais raros discos da cena Soul, que todos os mais esclarecidos colecionadores procuram avidamente.