• Poder Soul

    18 – 22 de Abril

    18 de Abril

    Al Foster Band

    Night of the wolf

    Roulette (1975)

    [Ou Ivano Alberto Fossati/Oscar Prudente, “Tema del lupo” – Cetra / Numero Uno (1974)]

    Este hino Soul Jazz instrumental, de acentuado sabor Library, tem uma história curiosa.

    Obra dos italianos Ivano Alberto Fossati e Oscar Prudente, “Tema del lupo”, o seu título original, foi editado pela Cetra / Numero Uno em 1974.

    A Roulette achou que teria potencial para o mercado americano e licenciou o tema, algo incrivelmente invulgar, já que a regra era suceder o contrário. Rebatizou o projecto e a canção, de forma a torná-los apelativos para o seu território. E assim “Night of the wolf” da Al Foster Band é editado em 75.

    O sucesso não foi o esperado e, mais uma vez, o tema permanece vivo à custa das militantes pistas de dança britânicas, quer em clubes de Northern Soul, quer na emergente cena Jazz Funk londrina, da viragem dos 70 para os 80.

    Com uma abertura dramática e um Groove descarado, este instrumental é um enche pistas certeiras e uma peça de coleção, em todos os seus formatos, que permanece sempre actual.

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  • Poder Soul

    18 – 22 de Abril

    19 de Abril

    The Fabulous Jades

    Come on and live

    Rika (196?)

    Apesar de “Come on and live” ser um tema essencial da discografia Northern Soul, pouco ou nada se sabe sobre as Fabulous Jades.

    Percebe-se que são uma Girls Band e presume-se que são da Califórnia ou não teriam editado pela mítica Rika Records, de L.A., que também nos deu “I don’t like it” de Tommy Bush.

    “Come on and live” é, aparentemente, o seu único disco.

    Este sete-polegadas, extremamente raro e altamente colecionável, tem persistido na cena Northern Soul ao longo das décadas, tendo adquirido o estatuto de clássico.

    A Soul dos 60 nunca soa melhor do que nesta deliciosa canção, que roça a perfeição. Dos arranjos às harmonias tudo exprime o melhor que a música negra tem para nos dar.

    Não é portanto de admirar que esta obra-prima tenha sido alvo de várias prensagens de legalidade duvidosa ao longo das últimas quatro décadas.

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    18 – 22 de Abril

    20 de Abril

    Ty Karim

    You really made it good to me

    Senator (1965)

    Ty Karim era bela, alta, elegante e tinha uma intensa voz Soul.

    Casou com Kent Harris, numa altura em este tinha dado como terminada a sua carreira de cantor, e assumiu-se como a voz que continuaria a dar visibilidade ao talento impar deste músico e produtor de Los Angeles.

    Esteve activa desde a década de 60 até 83, ano da sua morte, sem nunca ter editado um longa-duração. Ainda assim, entre os seus vários singles, figuram três autênticos monstros Northern Soul, daqueles avaliados na casa dos milhares.

    You really made it good to me é um desses discos. Uma canção crua e pesada, com um ritmo irresistível, um piano marcante e uma voz única, que leva à loucura colecionadores por esse mundo fora.

    Foi editada duas vezes – uma através da Senator Records, outra pela Romark, selo do seu marido, Kent Harris. Ambos os formatos se transformaram em troféus.

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    18 – 22 de Abril

    21 de Abril

    Ray Frazier + The Shades of Madness

    I who have nothing (am somebody)

    Stanson (1971)

    Ray Frazier nasceu nos subúrbios de Dallas e mudou-se para L.A., onde teve uma marcante carreira musical, antes de se transformar num pastor baptista e construtor civil.

    Como vocalista estreia-se a meio dos 50, em pleno apogeu do Doo Wop, com os Twilighters e junta-se aos Rivingtons, mantendo-se neste grupo vocal até ao fim dos 60.

    Pelo meio, através da sua proximidade a Charles Wright, grava, em 62, o seu primeiro disco a solo. My baby’s hand sai pela editora do famoso guitarrista local, a Wright-Sound, e viria a transformar-se num dos mais raros singles Northern Soul do planeta.

    Assume o papel de M.C. na banda da lenda Funk Arthur Monday e mais tarde forma os Shades of Madness, com uma parte do seu line-up, acabando por assinar um contrato com a Chess.

    Edita pela mítica editora um sete-polegadas, para ser dispensado quando havia gravado o seu sucessor, “I who have nothing (am somebody)”.

    Esta bomba Deep Funk, inspirada no histórico movimento de Jesse Jackson, acabou por sair através da independente Stanson e ter uma pequena tiragem de mil cópias.

    Transformou-se num hino das pistas do género, através do inevitável Keb Darge, a meio dos 90, sendo, desde aí, alvo de caça desenfreada por parte dos mais ambiciosos colecionadores.

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  • Poder Soul

    18 – 22 de Abril

    22 de Abril

    Horizon

    Feel the Funk

    AAA (1981)

    Os Horizon são uma banda de Santo António, no Texas, sobre a qual pouco ou nada se sabe.

    Tiveram uma curta carreira discográfica, entre 1980 e 84, tendo gravado quatro singles, para as independentes locais, Shine, AAA e Starstream, todos essenciais para os apaixonados do Boogie, a reencarnação do Funk pós Disco.

    Feel the Funk não é o seu disco mais raro mas, tal como os outros, é um enche pistas certeiro e o único que consta da minha coleção, até ao momento.

    Esta gravação de 81 é o seu segundo sete-polegadas e é uma enorme canção, com um groove irresistível e um hook de sintetizador que só os grandes discos de Boogie têm, que diz bem ao que os Horizon vinham.

    A banda evaporou-se pouco depois, mas os seus discos mantém-se como trunfos nos mais esclarecidos clubes de Funk, Disco e Modern Soul.

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