• Poder Soul

    17 janeiro 2022 – 21 janeiro 2022

    Segunda-feira

    Anita Tucker

    Slow, smooth + easy

    Capitol

    Descendente de Afro-Americanos e de índios Cherokee, Anita Tucker nasceu numa quinta dos Arkansas, mas, ainda teenager, mudou-se com a família, para Memphis, contactando e apaixonando-se pelos Blues, género proibido pelos seus pais, altamente religiosos.

    Isso não evitou que começasse a cantar a música do pecado e a entrar em concurso de talento amadores, em teatros reservados à comunidade negra local.

    Em 1953, estreou-se em disco, através da Guyden, importante independente de Filadélfia e, até 66, gravou mais sete-singles, para marcas como a Capitol, a Five-Four, a Vended e a Akue, tendo colaborado com nomes como Howard Biggs e Big Dave.

    Embora, durante as décadas de 60 e 70, tenha percorrido palcos de todo o mundo, não voltou aos discos.

    Editado em 55, pela Capitol, “Slow, smooth + easy” é, para mim, o maior do trio de hinos que nos deixou.

    Uma enorme canção Rhythm + Blues, em que já se advinha a mais embrionária Soul, que retrata na perfeição o seu imenso talento vocal e se transformou num clássico obrigatório da cena Mod.

     

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  • Poder Soul

    17 janeiro 2022 – 21 janeiro 2022

    Terça-feira

    The Terrible Frankie Nieves

    True love

    Speed

    Parte da comunidade porto-riquenha residente em Nova Iorque, Frankie Nieves começou o seu percurso artístico, na década de 50, como parte dos Empires, grupo Doo Wop fundado por Eddie Friend, um cantor afro-americano que havia trocado Richmond pela Grande Maçã.

    Depois de terem gravado um single, sem qualquer sucesso, Eddie Friend + The Empires, deram a sua carreira por encerrada e, na segunda metade dos anos 60, na sequência de uma audição para a Cotique, Frankie Nieves, acabou por assinar um contrato com a Speed Records, marcante editora Latin Soul, fundada por Stan Lewis e dirigida por Morty Craft e Bobby Marin.

    Em 68, gravou um Lp e dois singles que lhe valeriam um lugar na história e, para além de ter composto clássicos, como “Never gonna let you go” de Jobell + The Orchestra de Salsa, apenas voltaria aos discos, mais uma vez, em 76.

    “True love”, prensado em sete-polegadas, com uma versão em inglês e outra em castelhano, em cada uma das faces, foi, na minha opinião, o seu mais genial momento.

    Uma tremenda releitura do clássico “Am I the same girl”, de Barbara Acklin, que leva ao delírio qualquer pista de dança, é um dos mais disputados singles da ultra-colecionável Speed e um dos maiores hinos da história da Latin Soul.

     

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  • Poder Soul

    17 janeiro 2022 – 21 janeiro 2022

    Quarta-feira

    Something Real

    Yes I do

    Mankind

    Apesar de pouco ou nada se saber acerca de Something Real, tudo indica que terá sido mais um projecto satélite de Jerry Williams, Jr., o profícuo e carismático artista, nativo de Portsmouth, na Virginia, que ficou conhecido como Swamp Dogg.

    É que o único disco editado por este misterioso grupo é composto por Williams, em parceria com Ronald Samuels, e editado pela Mankind, uma das subsidiárias do império discográfico de Nashville – Nashboro – responsável pela edição de discos chave de nomes como Freddie North, The Nazty, Brook O’Dell, Z.Z. Hill, Doris Duke ou Jesse Gomez, muitos dos quais escritos pelo génio que inventou Swamp Dogg.

    Gravado na primeira metade dos anos 70, “Yes I do” transformou-se num clássico obrigatório da cena Rare Groove.

    Um maravilhoso instrumental Funky Soul, fortemente marcado pelo som do Sul dos Estados Unidos, que é obrigatório em qualquer coleção minimamente exigente, até porque pode ser assegurado por uma pechincha.

     

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  • Poder Soul

    17 janeiro 2022 – 21 janeiro 2022

    Quinta-feira

    Teakwood

    Can you dig it

    Encore

    Ralph Moore e Fred Forsh eram ambos caloiros do curso de música do Berry College, na Georgia, quando se cruzaram numa jam session, em 1972.

    O saxofonista e o trompetista, que também dominava o piano, não tardaram em se juntarem a Berry Wilson, Ollie Kirby, Brooklyn Cotton, Gordon Danniels e Danny Baker, para fundarem os Teakwood.

    A banda, que viria a assegurar o suporte instrumental a Nadine Brown e “Leave me alone”, o seu Graal Sister Funk, foi para estúdio, em 76, para registar o único disco que editou em vida: um sete-polegadas prensado pela Encore, uma subsidiária da crucial independente de Smyrna – Perfect Sound, Inc..

    Apesar de Moore ter abandonado o grupo logo a seguir, os Teakwood ainda se mantiveram em actividade tempo suficiente para gravarem um Lp, em 77, que acabou por ficar arquivado durante quarenta anos, até ter sido resgatado pela Tramp, quando Tobias Kirmeyer ficou a saber da sua existência, na sequência do licenciamento deste single e do de Nadine Brown.

    “Can you dig it” é um dos temas do seu disco de estreia e aquele que lhes valeu a devoção dos adeptos da cena Soul.

    Uma imensa canção Funky Soul, temperada pelo Jazz, com uma produção, uns arranjos e uma interpretação do outro mundo, que pode, agora, ser assegurada pela generalidade dos amantes da melhor música negra.

     

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  • Poder Soul

    17 janeiro 2022 – 21 janeiro 2022

    Sexta-feira

    Arthur Foy

    Love dreams

    MCS

    Arthur Foy nasceu no Alabama, cresceu no Mississippi e adoptou o Louisianna para viver e fazer todo o seu percurso artístico.

    Embora tenha integrado várias bandas, sido uma presença assídua e gozado de bastante popularidade local, na viragem dos 70 para os 80, este talentoso, mas misterioso, cantor, que nos deixou em 2018, teve um reduzidíssimo output discográfico.

    No princípio da década de 80, gravou um sete-polegadas para a minúscula MCS, que se transformou num verdadeiro Graal da cena Modern Soul e “I like kissing on you”, um sólido álbum, fruto de uma colaboração com Carl Marshall, que apenas foi editado em cassete, pela Susie Q, marca de culto fundada por Stanley Lewis, o mentor da Jewel, da Ronn e da Paula Records.

    Editado em 1980, “Love dreams” é um dos temas do seu ultra-disputado single e uma autêntica obra-prima.

    Uma deliciosa canção Modern Soul midtempo, que está entre a melhor música negra daquela década e que, felizmente, foi reeditada no ano passado e dedicada à sua memória, pela Izipho Soul.

     

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