• Poder Soul

    16 setembro 2019 – 20 setembro 2019

    Segunda-feira

    Dee Felice Trio

    Nightingale

    Terry

    Dee Felice foi um dotado baterista Jazz e lider de orquestra, nascido em 1931, em Cincinnati, no Ohio.

    Na década de 50, consolidou uma sólida reputação no circuito de clubes nocturnos da cidade e, no início dos anos 60, juntou-se ao pianista Frank Vincent e ao baixista Lee Tucker, para formar o Dee Felice Trio, grupo que seria apadrinhado por James Brown e com o qual, entre 63 e 69, gravou quatro singles e dois Lps.

    No princípio dos 80 depois de ter passado uma temporada em New Orleans, regressou às origens, para voltar aos discos e para, em 84, abrir um Café Concerto, na cidade vizinha de Covington, que se transformou numa Meca para os músicos de Jazz locais e que ainda é um local de referência, gerido por uma das suas filhas, desde 1991, o ano da sua morte.

    Gravado em 63 para a Terry, importante independente de Middletown, fundada pelo saxofonista de culto Tommy Wills – “Nightingale” – foi o disco de estreia do Trio, aquele que terá chamado a atenção do Padrinho da Soul e, na minha opinião, o seu momento supremo.

    Uma autêntica bomba instrumental, que cruza Jazz, Bossa Nova e Soul como poucas e que se transformou num disputado tesouro para Djs e colecionadores de todos os quadrantes da cena retro.

    Foi reeditado pela Jazzman, em 1999.

     

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    16 setembro 2019 – 20 setembro 2019

    Terça-feira

    Orchestra Julian

    Latin fire

    TPI

    A Orchestra Julian foi um projecto de estúdio liderado pelo músico e produtor venezuelano Juliano Romero.

    Irmão de Al Romero, fundador da mítica independente local Disqueras Unidas, Julian nasceu em Caracas, em 1946.

    Depois de várias incursões ao México e a Las Vegas, como líder de Orquestras Latinas que actuavam em Casinos e Clubes Nocturnos, foi um dos protagonistas da fervilhante cena venezuelana, da década de 70, ao lado de nomes como Aldemaro Romero, Manny Delgado ou Un Dos Tres y Fuera.

    Em 1976, formou a Orquestra Julian para, com o apoio da editora do seu irmão, gravar “Latin fire”, um marcante e colecionável Lp que tinha como objectivo explorar o mercado norte-americano, através duma parceria com a TPI Records, marca de Terry Philips, o produtor dos maiores clássicos da Larry Young’s Fuel.

    O tema que dá nome a esse histórico álbum é, apenas, um dos vários que viriam a invadir as pistas de dança especializadas mas, para mim, o mais certeiro.

    Uma infalível canção Latin Disco, capaz de destruir qualquer pista de dança e que, depois de ter sido reeditada pela italiana Best Record, em 2016, poderá vir a ter o alcance que merece.

     

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  • Poder Soul

    16 setembro 2019 – 20 setembro 2019

    Quarta-feira

    Joe Washington + Wash

    Blueberry Hill

    West Sounds Productions

    É escassa a informação biográfica disponível acerca de Joe Washington e dos Wash, a sua banda suporte.

    Sabe-se que eram nativos de Palo Alto, na Califórnia, que fizeram parte da efervescente cena Soul Funk da Baía de São Francisco, da década de 70, e que, além de ter gravado este sete-polegadas, Joe Washington terá colaborado com os Hot Ice Company, ao escrever e arranjar o seu hino, “You ain’t heard nothing yet”.

    Editado em 1976, pela West Sounds Productions, misteriosa independente de Oakland cujo catálogo fica por aqui, “Blueberry Hill” é o seu único disco e ainda assim garantiu-lhes um lugar de culto, tanto no seio da cena Deep Funk, como junto dos adeptos da Sweet Soul, que veneram “Look me in the eyes”, o seu lado b.

    É que esta grande canção Funky Soul, com um ligeiro toque Disco, nunca falha quando lançada numa pista de dança e tornou-se num cobiçado objecto de coleção desde que foi desvendada, por Keb Darge, no segundo volume da sua crucial série “Legendary Deep Funk”, editado pela B.B.E., em 1997.

     

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  • Poder Soul

    16 setembro 2019 – 20 setembro 2019

    Quinta-feira

    Rudi Stuart

    I wanna love you all over

    Delmar

    Embora no extramente fiável sítio Sir Shambing’s Deep Soul Heaven se afirme que este cantor nova-iorquino, que marcou a cena Disco Boogie independente na viragem dos 70 para os 80, é o mesmo Rudi Stewart que, em 1967, gravou o clássico Rhythm + Blues – “Baby you goofed” – isso está por provar e, o facto de o seu apelido ser escrito de forma distinta adensa, ainda mais, as minhas dúvidas.

    Seja como for, tenha ou não iníciado a sua carreira na década de 60, sabe-se muito pouco sobre este artista que, entre 79 e 80, assinou dois colecionáveis clássicos para a Sound of New York e para a Delmar International.

    O seu derradeiro disco, “I wanna love you all over” foi editado pela pequena marca de Delmar Donnell, o mítico cantor, produtor e pioneiro do Rap, que também fundou as marcas de culto – Street Beat e Street Jam – e prensado em duas versões distintas de doze e sete-polegadas, formato que, para mim, guarda o seu mais glorioso momento.

    Uma imensa canção Modern Soul que pode ser assegurada por pouco mais do que uma dezena mas soa como tantas que valem centenas e até milhares.

     

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  • Poder Soul

    16 setembro 2019 – 20 setembro 2019

    Sexta-feira

    Willie Hobbs

    Love ‘em and leave ‘em

    Silver Fox

    Willie Hobbs nasceu em 1944, em Doerun, na Georgia, mas foi em Fort Worth, no Texas, que, vinte e quatro anos depois, iniciou o seu percurso discográfico, através de algumas das marcas do império do implacável Major Bill Smith – a Soft, a Le Cam e a Charay.

    Entre 68 e 79, dividiu-se entre Nashville e a Carolina do Norte para nos deixar mais de uma dúzia de sólidos sete-polegadas, para editoras como a Silver Fox, a Sound Stage 7, a Seventy Seven, a Sound Plus ou a Bandit que, por muito que não tenham atingido o êxito desejado, o perpetuaram como uma das grandes vozes do chamado Southern Soul.

    Escrito por Dave Smith, o seu parceiro habitual, e gravado em 69, para a Silver Fox, do tentacular Shelby Singleton – “Love ‘em and leave ‘em” – é um dos seus momentos de eleição.

    Uma deliciosa peça Sweet Soul, com uns enormes arranjos e produção e uma interpretação fora de série, que tem visto o seu protagonismo, na cena especializada, crescer exponencialmente, até porque se enquadra na perfeição numa das suas grandes tendências actuais.

     

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