• Poder Soul

    16 novembro 2020 – 20 novembro 2020

    Segunda-feira

    U.F.O.

    Gotta nice buzz

    Semp

    U.F.O. foi um projecto do guitarrista, compositor, arranjador e produtor Stanley Chaman, que apenas resultou num sete-polegadas.

    Aparentemente nativo do Reino Unido, mas baseado em Trinidad e Tobago, Chaman iníciou o seu percurso artístico, no príncipio dos anos 70, ainda em Inglaterra.

    A meio da década assumiu um papel relevo na cena musical daquele país das Caraíbas e, entre 76 e 81, colaborou em discos chave de nomes como Brother Valentino, Black Stalin, Gene Lawrence, Hamilton Brothers ou Errol Ince, quase todos editados pela Semp, crucial marca local, que dominava todo o processo editorial, desde a gravação ao fabrico, ajudando na modernização de géneros nativos como o Calypso, a Socca ou o Reggae e a sua fusão como a na Soul, o Funk, o Disco ou o Jazz.

    “Gotta nice buzz”, terá sido o seu primeiro trabalho para a Semp, o seu único projecto próprio e, na minha opinião, um dos seus mais excepcionais momentos.

    Um tremendo intrumental Funk, misteriosamente dominado pelo orgão, praticamente impossível de assegurar no seu formato original, tal é a sua raridade e a cobiça que gera na cena especializada, que, no princípio do novo milénio, foi recuperado pela francesa Soul Patrol, numa reprensagem de legalidade duvidosa.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    16 novembro 2020 – 20 novembro 2020

    Terça-feira

    Ella Hamilton

    I’m gonna fool you!

    Queen Constance

    É praticamente nula a informação biográfica disponível acerca de Ella Hamilton.

    Sendo mais uma voz desvendada por Patricia e Peter Brown, na Queen Constance, de Queens, Nova Iorque, que, a exemplo do que aconteceu com Kim Taylor, Wayne Ford, Velma Jones ou Anita Maldonado, gravou apenas um disco, presume-se que fosse cidadã da Grande Maçã e ficamos por aí…

    “I’m gonna fool you!”, escrito pelo também misterioso Doug Willis Spoon, que assina a sua versão instrumental, é um dos temas que compõem o doze-polegadas – “Songs and Soul of Ella Hamilton” – e mais um dos muitos clássicos incontornáveis que as editoras criadas por este casal, que se associou ao genial Patrick Adams, nos deram.

    Uma grande canção Disco Soul, com uma forte influência do Funk, que se transformou numa das armas distintivas de Keb Darge, a meio dos 90, e que, desde aí, foi re-editada um par de vezes em sete-polegadas, tornando-se obrigatória em qualquer coleção minimamente exigente.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    16 novembro 2020 – 20 novembro 2020

    Quarta-feira

    Pandella Kelly

    Stand in for love

    Horoscope

    É também pouco ou nada aquilo que se sabe acerca de Pandella Kelly.

    Sabe-se que será nativa de Cleveland, no Ohio, que esteve activa na viragem dos 60 para os 70 e que apenas gravou um disco, para a Horoscope, uma subsidiária da Saru, importante independente local, fundada por Chuck Brown, que teve os O’Jays como directores artísticos, numa fase de menos sucesso da sua carreira e que nos deu discos de culto de nomes como Out of Sights, David Peoples, Sir Stanley ou Ponderosa Twins, entre outros.

    Não se sabe mais nada, até porque Padella Kelly parece ter desaparecido sem deixar rasto, logo a seguir a ter registado este sete-polegadas, que foi mais do que suficiente para lhe garantir um lugar na história.

    Escrita por Eddie Levert e produzida por Bobby Massey e Walter Williams, todos membros dos O’Jays – “Stand in for love” – é uma releitura do original gravado por este mítico grupo para a Imperial, em 66, e uma verdadeira obra-prima.

    Uma sublime canção Crossover, com uns arranjos e uma interpretação do outro mundo, que se transformou num autêntico Graal, no seio da cena especializada, e que só me é possível partilhar porque, em 2018, foi incluída na série da Numero Group – Eccentric Soul – dedicada à Saru.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    16 novembro 2020 – 20 novembro 2020

    Quinta-feira

    Lamont Butler

    Ungodly war

    Blessed

    Lamont Butler nasceu em Louisville, no Kentucky, em 1949.

    Filho de um localmente conhecido cantor e pianista de Gospel, Blues e Rhythm + Blues – Bishop Clifford Butler – cresceu entre a Igreja, a música e o palco, que começou a pisar muito cedo, ao lado do pai.

    Nas décadas que se seguiram foi presença constante no circuito Gospel da região, integrando as formações de grupos como The Enterprise, The Dynamics e The New Beginnings e acabando por formar o seu próprio colectivo: The Spirit of Truth.

    Ainda assim, para além dum cobiçado dueto com Delores Banks, apenas gravou um Lp, em 1981, para a Blessed, pequena independente local que também havia prensado um trio de sete-polegadas registados pelo seu pai.

    “Ungodly war” é uma das dez canções que escreveu para “It’s time for a change” e, para mim, o mais marcante momento deste sólido e altamente colecionável longa-duração.

    Uma profunda e intensa canção Gospel Soul, temperada pelo Jazz, que se transformou num hino da cena Rare Groove e que este ano ficou, finalmente, disponível para os comuns mortais, como eu, através da reprensagem de “It’s time for a change”, numa parceria entre a Miles Away e a Acid Jazz.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    16 novembro 2020 – 20 novembro 2020

    Sexta-feira

    Finished Touch

    I love to see you dance

    Motown

    Talentosos músicos e compositores californianos, Michael e Brenda Sutton, Harold Johnson, Lawrence Brown, Michael McGloiry e Kenny Stover eram todos colaboradores da Motown, quando algum executivo da histórica companhia de Berry Gordy se lembrou de os reunir, como Finished Touch, para gravarem um disco.

    Em 1978, juntaram-se a notáveis como Jermaine Jackson, Dave Pruitt, James Gadson ou Eddie “Bongo” Brown, entre outros, para registarem “Need to know you better”, um sólido Lp, que apenas teve um sete-polegadas – “The down sound” – como sequela, no ano seguinte.

    Não tendo conseguido o sucesso desejado, o percurso dos Finished Touch ficou por aqui, e prosseguiram com as suas profícuas carreiras, essencialmente focadas na escrita de canções.

    Composta e produzida por Kenny Stover, o mentor dos históricos Leo’s Sunship – “I love to see you dance” – é uma das grandes canções que compõem o único álbum do colectivo, foi também prensada em sete e doze polegadas e é a sua grande contribuição para as pistas de dança.

    Uma irresístivel canção Disco Soul, que leva qualquer clube ao delírio e que é obrigatória em todas as coleções que se prezem, até porque pode ser adquirida por uns míseros euros, seja qual for o seu formato.

     

    ▶️ OUVIR