• Poder Soul

    14 outubro 2019 – 18 outubro 2019

    Segunda-feira

    The Deirdre Wilson Tabac

    I can’t keep from cryin’ sometimes

    RCA

    Em 1969, Deirdre Wilson juntou-se a Barbara Payne, cantora que vinha da banda de James Brown, e a Stu Freeman, um dos fundadores da banda psicadélica de culto The Magic Mushrooms, para formar The Deirdre Wilson Tabac.

    Baseado em Filadélfia, o grupo teve uma vida muito curta mas, ainda assim, assinou um contrato com a RCA, apadrinhado por Sonny Casella, manager dos Magic Mushrooms, que assinaria a produção e os arranjos do seu marcante Lp, homónimo, editado em 1970.

    Assim, entre 69 e 71, viria a editar um longa-duração e três singles, para cessar a sua actividade logo a seguir, tendo os seus membros desaparecido de cena pouco depois.

    Escrita por Al Kooper, que a gravou pela primeira vez em 66 – “I can’t keep from crying sometimes” – é, para mim, a melhor das várias grandes canções do histórico álbum deste grupo que se propunha cruzar, de forma progressiva, Blues, Jazz, Soul, Rock e Pop.

    Uma enorme leitura duma excelente canção, com uma produção e uma interpretação acima da média, que se transformou num clássico incontornável nos mais diversos quadrantes da cena retro.

     

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  • Poder Soul

    14 outubro 2019 – 18 outubro 2019

    Terça-feira

    Mel Britt

    She’ll come running back

    Fip

    Também conhecido como “Cookie”, Mel Britt nasceu em Gary, no Indiana, em 1945, mas foi em Chicago que deixou a sua marca.

    Não se sabe bem como é que chegou à Windy City. 

    No seu obituário afirma-se que terá ido para a Califórnia, com o intuito de conseguir fazer carreira e que terá acompanhado Jr.Walker em tournée, feito primeiras partes de Diana Ross em Las Vegas e participado no programa televisivo “Soul Train” e no filme “Animal House”, mas não nos diz como é que conheceu Donny Hathaway, nem como este o apresentou aos Mists, mais tarde The Visitors, banda de Kansas City, que se havia mudado para Chicago para conseguir chegar aos discos, quando foi convidada para uma audição na Brunswick.

    O que é certo é que, antes de editar o seu único disco em nome próprio, Mel Britt, participou em meia dezena de singles dos Visitors e, em 71, teria a sua derradeira experiência de estúdio, quando os Mists foram recuperados pela Twinight.

    Editado em 69, pela misteriosa Fip – “She’ll come running back” – é uma autêntico Graal da cena Northern Soul e o sete-polegadas que lhe garantiu um lugar na história.

    Uma imensa obra-prima, com uns arranjos de cordas completamente arrebatadores, que depressa se transformou num dos maiores hinos do Wigan Casino e da Mecca de Blackpool, está cotada em milhares e foi alvo de várias reprensagens nas últimas quatro décadas, primeiro clandestinas e, mais recentemente, devidamente licenciadas.

     

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  • Poder Soul

    14 outubro 2019 – 18 outubro 2019

    Quarta-feira

    Cake

    Let your body go

    Key

    Inicialmente conhecidos por Mixed Company, por serem uma banda multi-racial, os Cake foram um sexteto fundado em 1973, na área metropolitana de Albany, a capital do estado de Nova Iorque.

    Foram necessários seis anos a percorrerem o circuito de clubes nocturnos locais para conseguirem gravar o seu único single e se evaporarem logo a seguir, deixando um manto de mistério atrás de si, apesar do estatuto de culto que viriam a ter no seio da cena especializada.

    Gravado em 79, no Arabellum, decisivo estudio de Colonie, dirigido por Art Snay, e editado pela minúscula independente local, Key – “Let your body go” – é o lado b deste double-sider e o meu preferido dos seus dois grandes originais.

    Uma deliciosa canção Disco Soul que tem levado Djs e colecionadores à loucura desde que foi introduzida nas pistas de dança e que, felizmente, foi reeditada pela Federal Green, em 2017.

     

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  • Poder Soul

    14 outubro 2019 – 18 outubro 2019

    Quinta-feira

    The People’s Choice

    Destruction

    Wood City

    Para além do facto de que esta não é a bem-sucedida banda, com o mesmo nome, que tantos clássicos assinou em Filadélfia, sabe-se muito pouco acerca destes People’s Choice.

    Sabe-se que são oriundos de Grand Rapids, no Michigan, que estiveram activos na segunda metade da década de 60 e que editaram três singles, entre 66 e 68, para independentes locais como a Grand Land, a Palmer e a Wood City.

    Tudo indica que o seu percurso discográfico se deve a Palmer James, um dos fundadores da Hot Line Music Journal Records, editora responsável pelo primeiros registos de Al Green que, depois de a banda ter vencido um concurso de talento no seu Liceu, a resolveu contratar para gravar um sete-polegadas para a Grand Land, antes de os “transferir” para a, também sua, Palmer, onde trabalhariam com Richard Popcorn Wylie, para depois gravarem o seu derradeiro e mais decisivo disco.

    Prensado pela misteriosa Wood City e produzido por Palmer James, desta vez em parceria com o seu sócio Curtis Rodgers – “Destruction” – é um verdadeiro monstro Funky Soul.

    Uma musculada canção, construída sobre uma poderosa base ritmíca e umas incisivas harmonias vocais, que destroi qualquer pista de dança e é disputada pelos mais abastados Djs e colecionadores.

     

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  • Poder Soul

    14 outubro 2019 – 18 outubro 2019

    Sexta-feira

    Messengers Incorporated

    Soulful proclamation

    SMI

    Charles e Barbara Burton cresceram em Tulsa.

    Depois de se graduar na Universidade de Langston, o casal fixou-se em Oklahoma City, onde viria a ter um papel de relevo na cena Soul local.

    Em 1967, fundaram os Soul Messengers que, dois anos depois, gravariam um single, para a Phil’s Records, antes de se transformarem nos Messengers Incorporated e gravarem um sólido e ultra-colecionável Lp, que lhes alimentou seis anos de palco.

    Em 76, Charles e Barbara decidiram criar os Burton Inc., tendo continuado a assinar discos de referência.

    Gravado em 1970, mas apenas editado em 72, pela SMI – “Soulful proclamation” – é o tema que emprestou o nome ao histórico álbum dos Messengers Incorporated e uma das grandes canções que o compõem e o transformaram num verdadeiro Graal.

    Uma certeira e pesada canção Funk, escrita e cantada por Maurice Love, um dos colaboradores chave do casal Burton, que foi incluída na recolha “Midwest Funk”, editada em 2003 pela Jazzman, a omnipresente marca londrina, que se encarregou de reprensar o extraordinário longa-duração da banda, dez anos mais tarde.

     

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