• Poder Soul

    13 janeiro 2020 – 17 janeiro 2020

    Segunda-feira

    Al Johnson

    I’ve got my second wind

    Marina

    Al Johnson nasceu Alfred Orlando Johnson em Newport News, na Virginia, em 1948.

    Em 1966, já em Washington D.C., para onde tinha ido estudar, formou o seu primeiro grupo – Al + The Vikings – que nos dois anos seguintes seria rebaptizado, primeiro como The Unique Five e depois enquanto The Unifics, designação com que teve um importante percurso que, entre 68 e 71, nos deu um Lp e e meia-dúzia de singles, editados pela Kapp e pela Fountain.

    Depois dos Unifics se separarem, o talentoso compositor, arranjador, produtor, teclista e cantor, colaborou em discos cruciais de nomes como Black Heat, Tavasco, Tata Vega, Pulse, Allan Harris + Perpetual Motion, Norman Connors, Jean Carn, Bobby Thurston, Sharon Redd, Whispers ou Clifton Dyson, entre muitos outros, fundou os Positive Change e assinou dois grandes Lps e perto de uma dezena de singles, em nome prórprio, entre os quais o ultra-colecionável dueto com Angela Coulter – “You got make it for yourself”.

    Gravou “I’ve got my second wind” duas vezes: primeiro em 78, na versão que vos trago, para “Peaceful” o seu álbum de estreia, editado pela Marina, e dois anos mais tarde como parte do seu segundo longa-duração “Back for more”.

    Uma imensa canção Sweet Soul, que está entre os maiores clássicos do género e é completamente obrigatória em qualquer coleção que se preze, seja em que formato ou versão for.

     

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  • Poder Soul

    13 janeiro 2020 – 17 janeiro 2020

    Terça-feira

    Kashmere Stage Band

    Kashmere

    Kram

    Apesar de ser um músico dotado, que cresceu ao lado de Illinois Jacquet e de Arnette Cobb, chegou a tocar com Count Bassie e recusou um convite de Erskine Hawkins para se juntar à sua orquestra, Conrad O. Johnson, preferiu dedicar-se ao ensino, tendo operado uma pequena revolução na Kashmere High School, em Houston, no Texas.

    Inspirado por um concerto de Otis Redding, em 1967, resolveu criar uma Funk Big Band, apenas com os seus alunos, fundando a Kashmere Stage Band, provavelmente a mais espantosa orquestra liceal de que há memória.

    Entre 68 e 78, o colectivo liderado pelo Professor Conrad O. Johnson, “limpou” concursos escolares um pouco por todo o país e construiu uma sólida reputação com as suas explosivas actuações, em que enormes versões de hits do momento conviviam com grandes temas originais escritos pelo seu mentor, e com a gravação de oito Lps, a maioria dos quais editados pela independente de culto local Kram Records.

    Gravado em 73, como parte do alinhamento de “Plays originals” – “Kashmere” – é um dos grandes clássicos desta banda que foi recuperada pela Stones Throw, já neste milénio, e alvo de um documentário, de 2010, intítulado “Thunder Soul”, realizado por Mark Landsman e narrado por Jamie Foxx.

    Um extraordinário instrumental Funk, que abre com um inconfundível break de bateria e se constroi sobre um groove contagiante, uns belíssimos arranjos e uma precisão só alcance dos mais dotados.

     

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  • Poder Soul

    13 janeiro 2020 – 17 janeiro 2020

    Quarta-feira

    High Fidelity

    Magic carpet

    Queen Constance

    High Fidelity foi um projecto de estúdio liderado Peter e Patricia Brown, em parceria com Michael Campbell, um dos seus colaboradores habituais, que apenas gravou um mini-Lp.

    Entre os primeiros anos da década de 70 e o início da de 80, esta decisiva dupla que, em parceria com o genial Patrick Adams, fundou a P+P Records e uma série de marcas associadas, que foram absolutamente cruciais nas cenas Funk, Disco e Rap, do Harlem nova-iorquino, como Golden Flamingo, Land of Hits, Heavenly Star ou Queen Constance, entre outras, produziu dezenas de discos obrigatórios e altamente colecionáveis, tendo deixado o seu nome associado a alguma da melhor e mais futurista música negra. 

    Aparentemente inspirado em “Open Sesame”, dos Kool + The Gang – “Magic carpet” – é, para mim, o tema de eleição do único disco atribuído aos High Fidelity e um dos mais especiais momentos de Peter e Patricia Brown.

    Um autêntico monstro Disco Funk, com uma produção e uns arranjos do outro mundo, que leva qualquer pista de dança ao delírio e se transformou num cobiçado troféu entre os mais abastados Djs e colecionadores da cena especializada.

    Depois de ter sido alvo de um par de bootlegs teve, finalmente, uma reedição cuidada e oficial, em 2018.

     

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  • Poder Soul

    13 janeiro 2020 – 17 janeiro 2020

    Quinta-feira

    The Village Callers

    Hector

    Rampart

    Oriundos de East Los Angeles e membros de uma comunidade que nos deu bandas de culto como Thee Midniters ou El Chicano, os Village Callers nasceram a partir das cinzas de Marcy + The Imperials, uma competente e reputada banda fundada por Marcy Alvarado, no princípio dos anos 60, que dominava o circuito de clubes locais e vencia todos os concursos em que participava.

    Após várias alterações de line-up que foram moldando a sensibilidade músical do grupo e a saída do seu fundador, a meio da década, Joe Espinosa, Charles Masten, Johnny Gonzalez, Manuel Fernandez, Ernie Hernandez , “Fuzzy” Martinez e Angie Bell resolveram adoptar o nome The Village Callers, aparentemente inspirados pelo mítico Lp de Johnny Lytle com o mesmo nome, no singular.

    Em 1968, Hector Rivera, então o seu manager, apresentou-os a Eddie Davis, importante produtor local que tinha trabalhado com os Blendells e com Cannibal + The Headhunters e fundador de marcas decisivas como a Faro, a Linda ou a Rampart, e os Village Callers foram para estúdio gravar uma sessão ao vivo, da qual resultou toda a sua curta discografia: um Lp e três singles.

    Editado pela Rampart, “Hector” é o seu tema de eleição e a sua grande contribuição para as pistas de dança, e não só.

    Um espantoso instrumental, que funde de forma singular Rhythm & Blues, Soul e Latin Jazz, se transformou num dos grandes clássicos da cena Rare Groove e foi samplado por lendas do Hip Hop como os De La Soul, os Beastie Boys ou os Cypress Hill.

     

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  • Poder Soul

    13 janeiro 2020 – 17 janeiro 2020

    Sexta-feira

    Arthur Griswold + The Organics

    Pretty Mama Blues

    Fortune

    Nativo de Pine Bluff, no Arkansas, Arthur Griswold mudou-se para Toledo, no Ohio, no fim dos anos 50, para, na companhia do seu irmão Roman, se transformar numa figura de proa das cenas Blues e Rhythm + Blues locais.

    Os dois irmãos assumiram um residência no Hines Farm, um clube nos arredores da cidade que era paragem obrigatória para os artistas que faziam o Chitlin Circuit e que contavam com os Organics, o grupo que Arthur e Roman haviam formado, como backing-band.

    Entre 1965 e 77, Arthur Griswold gravou sete singles, para a Fortune, a La Val, a Compose e a Buckeye, com os Organics, em nome próprio ou em parceria com o irmão, enquanto The Griswolds, projecto que voltou ao activo na segunda metade da década de 90, para editar mais três álbuns.

    “Pretty Mama Blues” é o primeiro desses discos e o seu mais genial momento.

    Uma grande, crua e visceral canção, que cruza magistralmente Rhythm + Blues e Soul num intenso registo Low-Fi e que se transformou num autêntico Graal dos vários quadrantes da cena retro, trocando de mãos por valores na casa dos quatro algarismos.

    Foi reeditado pela Jukebox Jam, em 2011, para bem de todos aqueles para quem a edição original era apenas uma miragem.

     

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