• Poder Soul

    13 dezembro 2021 – 17 dezembro 2021

    Segunda-feira

    Eric Kloss

    Grits + Gravy

    Prestige

    Nascido em Greenville, na Pensilvânia, em 1949, Eric Kloss foi um dos mais subvalorizados protagonistas da fusão do Jazz com a Soul, o Funk e o Rock.

    Invisual desde o nascimento, frequentou a Western Pennsylvania School for the Blind, que era dirigida pelo seu pai e onde começou a aprender a tocar saxofone, aos dez anos de idade.

    O seu talento era tal que, ainda na pré-adolescência, já tocava em clubes nocturnos, ao lado de nomes de referência, como Sonny Stitt.

    Estreou-se em disco, com apenas dezasseis anos, e, entre, 1965 e 83, altura em que problemas de saúde o obrigaram a retirar-se, editou cerca de duas dezenas de sólidos Lps, através da Prestige, da Cobblestone e da Muse.

    Gravado em 67, como parte do seu terceiro longa-duração – “Grits + gravy” – não só emprestou o nome ao álbum como é, provavelmente, a sua maior contriuição para as pistas de dança.

    Um tremendo cruzamento entre Soul, Funk e Jazz que se transformou num absoluto clássico das cenas Rare Groove e Jazz Dance britânicas e é um excelente cartão de visita para este saxofonista que merecia mais reconhecimento.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    13 dezembro 2021 – 17 dezembro 2021

    Terça-feira

    Jesus Acosta + The Professionals

    Guajida

    CES

    Liderados pelo descendente de mexicanos – Jesus Acosta – The Professionals foram uma das principais e mais bem-sucedidas bandas da efervescente cena músical do Belize, da década de 70.

    Parte integrante da fornada de talento revelada pela parceria entre Compton Fairweather, Henry Young e Lord Rahburn, que transformou uma empresa de alarmes e vigilância na editora de referência local e os terrenos baldios da pequena Bird’s Isle no centro de diversão de Belize City, os Professionals eram capazes de tornar qualquer linguagem músical sua, tendo-se distinguido pelo à vontade com que tocavam géneros nativos das Caraíbas, bem como Pop, Soul, Funk e até psicadelismo.

    Entre 73 e 78, gravaram um trio de Lps e uma mão cheia de singles, todos para a Contemporary Electronic Systems, entre os quais se encontram alguns clássicos e uma espantosa versão do tema de “O Padrinho”, que alimentou os samplers de inúmeros nomes chave da cena Hip Hop.

    Editado em sete-polegadas, a meio dos anos 70 – “Guajida” – é, para mim, o seu supremo momento.

    Um enorme instrumental Latin Funk, que nunca falha quando lançado numa pista de dança e que, não sendo acessível no seu formato original, foi reeditado, ao lado de Lord Rahburn, num doze-polegadas da Numero Group.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    13 dezembro 2021 – 17 dezembro 2021

    Quarta-feira

    Ann Peebles

    You’ve got the papers (I’ve got the man)

    Hi

    Nascida em St. Louis, no Missouri, em 1947, Ann Peebles seria a grande representante feminina da Hi Recordings e um dos nomes chave da marcante cena Soul de Memphis.

    Começou a cantar criança, na Igreja do seu pai, ao lado dos seus dez irmãos, com quem integrava o colectivo Gospel Peebles Choir, grupo familiar que abriu concertos de estrelas do género, como Mahalia Jackson ou os Soul Stirrers, de Sam Cooke.

    Inspirada pelos Rhythm + Blues de Muddy Waters e de Aretha Franklin, começou a actuar em clubes locais, antes de, a meio da década de 60, ser recrutada por Oliver Sain, para integrar a sua banda.

    Em 1968, durante uma actuação em Memphis, chamou a atenção de Willie Mitchell, que lhe ofereceu um contrato com a Hi, que seria o pontapé de saída para um sólido percurso discográfico, reflectido na gravação de uma dúzia de Lps e mais de três dezenas de singles, alguns dos quais peças fundamentais da história da música negra.

    Gravado em 78, como parte de “The handwriting is on the wall”, o seu sétimo e último longa-duração para a Hi – “You’ve got the papers (I’ve got the man)” – é um dos muitos hinos que nos deixou.

    Uma verdadeira obra-prima Sister Funk midtempo, tardia e sofisticada, que retrata o talento único desta artista, a enorme consistência da sua obra e a importância extrema daquela marca, dirigida por Willie Mitchell e que nos deu génios como Al Green ou O.V. Wright.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    13 dezembro 2021 – 17 dezembro 2021

    Quinta-feira

    Bobbie Houston

    I want to make it with you

    Konduko

    É nula a informação biográfica acerca de Bobbie Houston.

    Ainda assim, o dois singles que editou permitem-nos tirar algumas conclusões.

    O facto destes sete-polegadas terem sido editados entre 73 e 74, por duas independentes de Miami – a Konduko e a Top Hit – dizem-nos que a cantora terá estado activa, nesta cidade da Flórida, na primeira metade dos anos 70 e, tanto a sua música, como o facto da sua estreia ter sido apadrinhada pelo Jamaicano aí radicado – Noel “King Sporty” Williams – levam-nos a crer que também será nativa daquela mítica ilha das Caraíbas.

    Aliás, não será de estranhar que possa ter sido essa a principal razão para este disco ter sido prensado no Reino Unido, pela Action Records, apenas três meses depois de ter sido lançado em território americano.

    Uma coisa é certa: “I want to make it with you” é uma autêntica obra-prima Soul.

    Uma deliciosa canção midtempo, contaminada pelo Reggae e pelo Rocksteady, que se transformou num hino da cena Northern Soul e tem tudo para ser reactivada a qualquer momento.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    13 dezembro 2021 – 17 dezembro 2021

    Sexta-feira

    Unlimited Touch

    I hear music in the streets

    Prelude

    Incentivados por Raymond Reid e William Anderson, dos notáveis Crown Heights Affair, Audrey Wheeler, Phil Hamilton, Tony Cintron, Sandy Anderson, Stephanie James e Lenny Underwood formaram os Unlimited Touch, em Brooklyn, Nova Iorque, em 1980.

    Embora a sua vida fosse relativamente curta e dividida em duas encarnações, entre 1980 e 84, o grupo editou dois Lps e meia-dúzia de singles, todos através da Prelude, tendo assinado alguns absolutos clássicos Disco e Boogie.

    Prensado em doze-polegadas e parte do alinhamento do seu Lp de estreia, homónimo – “I hear music in the streets” – é o primeiro e, na minha opinião, o maior desses temas imortais.

    Uma imensa canção, com uma inconfundível linha de baixo e uma produção extremamente futurista que não deixa de realçar as raízes Rhythm + Blues da banda que, para além de ser obrigatória em qualquer coleção que se preze, foi samplada por nomes tão diversos como Biz Markie, Paul Johnson ou Puff Daddy, só para citar alguns.

     

    ▶️ OUVIR