• Poder Soul

    12 julho 2021 – 16 julho 2021

    Segunda-feira

    Dillard Crume + The Soul Rockers

    Mother Popcorn

    Alshire

    Nascido no Missouri, Dillard Crume cresceu em Chicago, no seio de uma vasta família, com fortes ligações à música e à religião.

    O pai, Pastor, incentivou os seus sete irmãos e duas irmãs a cantarem  Gospel, desde crianças, e seis dos rapazes acabaram por formar The Crume Brothers, quando Dillard tinha apenas nove anos.

    O grupo consolidou uma sólida reputação na Windy City e Dillard, Leroy, Rufus e Arthur, acabaram por ser convidados a integrar os históricos Soul Stirrers, com quem viriam a percorrer todo o país.

    Em 67, Dillard fixou-se na Califórnia onde, entre 69 e 71, viria a gravar um Lp e dois singles, como líder dos Soul Rockers.

    “Mother Popcorn” é um dos temas de “Singing the hits of today”, o seu único álbum, editado pela Alshire, e, para mim, a sua maior contribuição para as pistas de dança.

    Uma intensa e altamente personalizada versão do clássico de James Brown, que leva qualquer clube ao rubro e que deve constar de qualquer coleção minimamente exigente, até porque pode ser assegurada por valores bastante razoáveis.

     

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  • Poder Soul

    12 julho 2021 – 16 julho 2021

    Terça-feira

    Jazzie Cazzie + The Eight Sounds

    Young girl

    Knap Town

    Jazzie Cazzie é um pseudónimo de Rodney Stepp, um talentoso teclista, compositor, produtor e empresário de Indianápolis, nascido em 1952, que viria a colaborar com nomes de peso como Michael Jackson ou os Spinners.

    O seu percurso artístico iniciou-se, com apenas treze anos, quando formou os míticos Diplomatics, uma banda de adolescententes, que se juntou para participar e ganhar o concurso anual – Public School Seventeen’s – e acabou por assinar “Hum-Bug”, um dos sete-polegadas de culto da LAMP, uma crucial independente local, fundada por Herb Miller e Howard  Ladin.

    Gravado em 1970, para a Knap Town, uma, também, importante marca, criada por John Terrell e que revelou nomes como People in the News – “Young girl” – que foi assinado como Jazzie Cazzie + The Eight Sounds, por respeito à LAMP é, na realidade, a segunda e derradeira gravação dos Diplomatics, igualmente, rara e disputada.

    Uma verdadeira obra-prima Sweet Soul que, sendo quase impossível de assegurar no seu ultra-valioso formato original, faz parte da exclente recolha da Now Again – “Loving on the flipside”.

     

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    12 julho 2021 – 16 julho 2021

    Quarta-feira

    D. Jones + B. Joyce

    Together – Part I

    Bennett

    Embora este single tenha sido creditado aos cantores Dwight Jones e Barbara Joyce, “Together” é, na realidade, uma das duas gravações que os Elements of Peace fizeram.

    Fundados por Melvin Turnage, um músico, compositor e produtor de St. Louis, que teve que cumprir o serviço militar em Monterey, na Califórnia, os Elements of Peace, embora se tenham transformado numa da bandas com mais culto, do circuíto de bases militares da Costa Oeste, apenas duraram enquanto o seu líder não regressou à sua cidade natal para, depois de voltar a integrar os Belairs e gravar com Sid Sidney Wallace, participar em discos de culto dos Fabulous Tapps, dos Signs of the Time ou dos Moods.

    Gravado em 1971, no Super Sound Recording Studio, em Monterey – “Together” – foi o único lançamento, em vida, da banda e da pequeníssima independente de Seaside, Bennett.

    Um enorme e raro sete-polegadas Funky Soul, dividido em duas partes, que no lado A, aquele que hoje vos trago, abre com uma deliciosa intro de um falso live e evolui com um groove contagiante, que não deixa nínguem indiferente.

     

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  • Poder Soul

    12 julho 2021 – 16 julho 2021

    Quinta-feira

    Father’s Children

    Hollywood dreaming

    Mercury

    Nativos de Washington D.C., os Father’s Children nasceram da vontade do quarteto vocal juvenil – The Dreams – querer evoluir para uma banda completamente autónoma, inspirada nos Earth, Wind + Fire.

    Adoptaram a designação que lhes reservou um lugar na história, em 72, depois de terem saído ilesos de um aparatoso acidente de viação, quando estavam em tour na Virginia, tendo-se convertido ao Islão e, com a excepçao de Tony Vaugahn,  trocarem os seus nomes de baptismo por Hakeem Abdul Ghani, Khalik Adbul Hanif, Malik Abdul Khabir, Qadir Abdul Mateen, Raheem Abdul Khabir, Sadik Abdul Hagg e Yah Yah Abdulla.

    Gravaram o seu, politizado, experimental e psicadélico, primeiro Lp – “Who’s gonna save the world” – no ano seguinte, mas o disco ficou arquivado até 2011, altura em que foi resgatado pela Numero Group, adiando a sua estreia fonográfica para 75, ano em que editaram o primeiro dos três singles e de um álbum que editariam até 79.

    Lançado pela Mercury, “Hollywood dreaming”, foi prensado em sete-polegadas, é um dos temas do seu derradeiro e homónimo longa-duração e um absoluto clássico Rare Groove.

    Um imenso e sofisticado stepper, que conta com a colaboração de alguns dos mais requisitados músicos da West Coast e com a produção imaculada de Wayne Henderson, e está entre a mais indispensável Soul daquela década.

     

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    12 julho 2021 – 16 julho 2021

    Sexta-feira

    Genobia Jeter

    Things have got to get better

    Savoy

    Tal como os Father’s Children, Genobia Jeter também nasceu em Washinton D.C.

    Sobrinha do notável cantor Gospel Reverend Julius Cheeks e prima da bem-sucedida Judy Cheeks, uma das divas da Salsoul, Genobia viria a fazer carreira como protagonista da mais moderna música religiosa, tendo passado pelas Voices of Unity of Newark, antes de ser contratada pela Savoy.

    Entre 79 e 86, editou três Lp e dois singles, primeiro através da histórica marca fundada por Herman Lubinsky e depois pela RCA Victor.

    Gravado em 81, na companhia de Glenn Jones e dos seus Modulations, grupo vocal de Jacksonville, na Flórida, que nada tem a ver com a banda de Durham, que já marcou presença aqui no Poder Soul – “Things have got to get better” – empresta o seu nome ao seu segundo longa-duração e é, na minha opinião o seu momento supremo.

    Uma grande canção Gospel Disco, que tem vindo a conquistar cada vez mais adeptos nas mais progressivas pistas de dança e que deve constar de qualquer coleção que cubra a melhor música negra.

     

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