• Poder Soul

    12 agosto 2019 – 16 agosto 2019

    Segunda-feira

    Emperors Soul 69

    Bring out yourself

    Futura

    Formados no princípio dos anos 60 em Harrisburg, na Pensilvânia, os Emperors tiveram uma carreira de cerca de uma década, que lhes rendeu alguns sucessos à escala nacional e o estatuto de estrelas em sitios como Filadélfia.

    O grupo agarrou a oportunidade que lhe foi dada pelos produtores George Wilson e Phil Gaber e estreou-se, em 66, com o seu maior hit – “Karate” – chegando ao díficil Top 100 americano e, no par de anos que se seguiram, assinou três singles para a Mala e a Brunswick, entre os quais uma versão do clássico de Don Gardner, “My baby likes boogaloo”.

    Depois de Bobby Fulton, a sua voz principal, ter abandonado o grupo, em 67, e do organista Milton Brown e do baterista Tyrone Moss terem seguido o seu caminho como músicos de sessão, Donald Brantley, James Jackson e Leo Burnett resolveram promover uma nova encarnação da banda, sob a designação Emperors Soul 69.

    Gravado em Junho de 69, nos Baldwin Sound Productions, e editado pela pequena independente local Futura – “Bring out yourself” – é o único disco desta nova fase do grupo que, pouco depois, viria a separa-se em definitivo e, para mim, o seu momento supremo.

    Uma grande canção Funky Soul que se transformou num clássico essencial da cena Deep Funk e que, apesar de não ser incomportável no seu raro formato original, foi reeditada pela Funkadelphia, em 2007.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    12 agosto 2019 – 16 agosto 2019

    Terça-feira

    Chet “Poison” Ivey

    Mata Hari

    Kent Select / Arock

    Cantor e compositor, Chet Ivey nasceu em 1932, na Carolina do Norte.

    Depois de, durante quase uma década, ter seguido a carreira militar, resolveu dedicar-se à vida artistica e, com o patrocínio de Al Sears, o fundador da Sylvia Records, que o viria a acompanhar durante quase toda a sua carreira, faz a sua estreia em disco, em 59, através da ATCO.

    Até meio dos 70, Chet “Poison” Ivey viria a editar quase cinco dezenas de singles, com e sem os seus Fabulous Avengers, para marcas a Abc-Paramount, a Gator, a Bee + Cee, a Sylvia, a Tangerine ou a Fretone mas, embora tenha contribuído para a cena especializada com vários hinos, nunca conheceria o sucesso.

    “Mata Hari” foi gravado em 66, supostamente com o objectivo de sair na Arock, selo associado da Sylvia, mas só viu a luz do dia em 2008, quando a Kent Select o conseguiu resgatar. 

    É difícil perceber como é que um explosivo cruzamento de Rhythm + Blues com Soul, capaz de levar ao delírio qualquer pista de dança, esteve arquivado tanto tempo, como não é fácil aceitar que um talento tão profícuo e resiliente como este nunca tivesse o êxito que merecia, ainda assim, o culto de que é alvo por parte de uma fanática minoria faz com que este disco já seja uma peça de coleção.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    12 agosto 2019 – 16 agosto 2019

    Quarta-feira

    Karvin Johnson

    If you let me

    Marshall

    Nativo de Baton Rouge, no Louisiana, seria em Los Angeles que Karvin Johnson emprestaria a sua voz a alguns dos mais colecionáveis sete-polegadas da cena Modern Soul.

    Durante grande parte dos anos 70, integrou vários grupos com base na pequena localidade californiana – Monrovia – entre os quais Group Fusion e Licorice, banda que o juntou a Gregory Coleman e a James King Jr., com quem viria a formar os Halo e a assinar “Let me do it”, um autêntico Graal que brevemente terá o devido destaque, aqui, no Poder Soul.

    Karvin Johnson ainda passaria pelos Gemini, antes de se dedicar, em definitivo, à produção executiva e à distribuição, acabando por fundar a bem-sucedida K.E.S. Music + Video Distribution.

    Gravado em 80 para a Marshall, independente que também prensou o raríssimo single dos Halo, “If you let me” é o seu único disco, em nome próprio e um dos seus momentos de eleição.

    Uma poderosa canção Soul, contaminada pelo mais crú Disco e dominada pela percussão, que nunca falha quando lançada numa pista de dança e que, nos últimos, anos tem sido cobiçada pelos mais progressivos Djs da cena especializada, vendo o seu valor e raridade subirem a pique, o que justifica os pequenos defeitos da cópia que aqui vos trago.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    12 agosto 2019 – 16 agosto 2019

    Quinta-feira

    Esther Williams

    Last night changed it all (I really had a ball)

    Friends + Co.

    Embora tenha emprestado a sua voz a um par de projectos menores, na década de 90, Esther Williams fez quase toda a sua carreira na segunda metade dos anos 70 e no início dos 80.

    Estreou-se, em 1975, como cantora de Eddie Drennon + The B.B.S. Unlimited, projecto do importante produtor e violinista que, em tempos, havia sido director músical da banda de Bo Diddley e colaborador de eleição de Ike e Tina Turner, Mongo Santamaria ou Ray Barretto e que apadrinharia grande parte da sua carreira a solo, iniciada um ano depois.

    Até 81, gravou três Lps e uma mão cheia de singles, para a Friends + Co. e para a RCA, entre os quais se encontram alguns clássicos Disco.

    Editado em 76, “Last night changed it all” é o lado B do primeiro desses discos e o maior desses clássicos.

    Uma enorme canção midtempo, que abre com um demolidor e familiar break, usado como sample em algumas dezenas de temas, por nomes incontornáveis como De La Soul, Public Enemy, Eric B. + Rakim, Ultramagnetic MC’s, Jungle Brothers, Dj Jazzy Jeff + The Fresh Prince, Snoop Dogg, 2 Pac ou Ghostface Killah e que se mantém, hoje, mais pertinente do que nunca.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    12 agosto 2019 – 16 agosto 2019

    Sexta-feira

    Big John Hamilton

    Take this hurt off me

    Minaret

    Big John Hamilton foi um grande, mas algo subvalorizado, cantor, nativo da Flórida, que esteve activo entre a segunda metade da década de 60 e primeira da de 70.

    Estreou-se em disco, em 1967, através da Minaret, pouco antes desta mítica editora, então liderada pelo seu produtor Finley Duncan, a partir de Valparaiso, regressar a Nashville, depois de ser adquirida pelo tentacular Shelby Singleton.

    Até 76, gravou onze sete-polegadas, dois dos quais em dueto com Doris Allen, todos para marcas associadas à SSS International.

    Gravado em 69, “Take this hurt off me” é, na minha opinião, o mais genial de todos os seus belos discos.

    Uma deliciosa e quase perfeita canção Sweet Soul, com uma produção, uns arranjos e uma interpretação superlativos, que nos últimos anos tem conquistado cada vez mais adeptos no seio da cena especializada e que é, completamente, obrigatória em qualquer coleção de pretenda cobrir a melhor música negra.

     

    ▶️ OUVIR