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Westway LAB 2022

O Westway LAB floresce nesta primavera com o ímpeto e a inspiração da música, reunindo em Guimarães o público, concertos de dezenas de artistas e propostas de criação, e profissionais da indústria internacional da música, pondo-os em contacto direto ao longo de 22 concertos distribuídos por 3 palcos no Centro Cultural Vila Flor e outras 5 localizações emblemáticas na cidade, 6 apresentações originais a estrear nesta edição, bem como dezenas de encontros com foco na partilha e desenvolvimento do conhecimento.

Tudo isto destacando o potencial da ecologia da cocriação musical e proporcionando a convivência intergeracional de nomes consagrados como Rui Reininho, José Cid, Brian Hetherman, com outros como Sensible Soccers, Fumo Ninja, Club Makumba, Bateu Matou, Maika Makovski, Taqbir, Noiserv, Valter Lobo, A Cantadeira, Duo Ruut, Bandua, Surma Trio, Fred, European Ghosts, e Bruno Pernadas com o Caleidoscópio Ensemble.

“O Westway LAB propõe um complexo ecossistema que assenta na simplicidade: viver pela música, numa cidade Património da Humanidade e Capital Europeia da Cultura em 2012, um processo de fruição de diferentes culturas e realidades que potenciam o imaginário do ser humano a partir da criação e da circulação de conhecimento.”, ressalva Rui Torrinha, programador deste evento.

 

FESTIVAL

Este ano, o Festival agrega mais de 20 concertos (alguns com curadoria da Antena 3 e Why Portugal) a decorrerem no recinto projetado no Centro Cultural Vila Flor (CCVF) e outros cinco pontos da cidade de Guimarães – Museu de Alberto Sampaio, Oub´Lá, Convívio Associação Cultural, Ramada 1930, São Mamede CAE – que fazem o público circular pelo centro urbano à procura de novas revelações e experiências nos City Showcases, com possibilidade de viajar a bordo do (já) icónico comboio com pontos de paragem automáticos nos espaços em que a música desperta os nossos sentidos.

O Festival arranca às 21h30 de sexta-feira (8 abril) e percorre 3 palcos no CCVF ao longo desta noite – Palco, Patio, Box – fazendo uma viagem por diversas e estimulantes sonoridades que atravessam nomes como Sensible Soccers com o seu trabalho “Manoel” em formato filme-concerto, Rui Reininho com as suas “20.000 Éguas Submarinas”, Fumo Ninja – grupo de quatro agentes secretos dedicados à exploração da pop por meios não ortodoxos –, Club Makumba – projeto criado entre as guitarras de Tó Trips (Dead Combo, Lulu Blind, entre outros) e a bateria e percussões de João Doce (Wraygunn) a que se juntam o saxofone de Gonçalo Prazeres e o contrabaixo e baixo de Gonçalo Leonardo –, Bateu Matou – trio de bateristas e produtores dedicados ao beat e ao baile, de seu nome Ivo Costa (Batida, Sara Tavares), Riot (Buraka Som Sistema) e Quim Albergaria (Paus), Maika Makovski – cantora, compositora, atriz e artista visual maiorquina de sangue macedónio e andaluz, dona de um talento musical peculiar e imprevisível e Taqbir – banda punk marroquina que promove um anonimato intencional, com entendimento dos riscos de falar contra a nação, o governo, os costumes e a religião.

O sábado (9 abril) reserva-nos uma viagem ainda mais longa, prometendo deixar-nos ligados à corrente do Westway LAB ao longo de toda a tarde e noite. As atuações diurnas surgem com os City Showcases prontos para nos surpreender com nomes como Angélica Salvi a iluminar o Museu de Alberto Sampaio às 15h00; Jorge da Rocha e Tiago Sousa no Convívio às 15h30 e 17h30, respetivamente; y.azz x b-mywingz e St. James Park fazem-nos rumam até ao Oub’Lá pelas 16h00 e 18h00; Siricaia e Trees Up North apresentam-se às 16h30 e 18h30 no Ramada 1930; eMisia Furtak assume o protagonismo no São Mamede CAE pelas 17h00, convidando-nos a fluir literalmente num roteiro citadino marcado por oito concertos em busca das notas musicais que deixarão a sua marca em vários espaços do centro da cidade.

As 21h30 marcam o tempo de regressar ao CCVF para a derradeira noite desta edição, confrontando-nos desde logo com “Uma Palavra Começada Por N”, trabalho que marca o regresso às edições discográficas de Noiserv (David Santos), novos temas que retratam a sua visão do mundo de Valter Lobo (a editar brevemente “Primeira parte de um assalto”), a genuinidade d’A Cantadeira (Joana Negrão, artista multifacetada com inspiração nas mulheres de antigamente e nas de hoje e dona de um percurso musical ligado à música de tradição oral portuguesa, desde os Dazkarieh até aos Seiva atualmente), do cativante Duo Ruut (Ann-Lisett Rebane e Katariina Kivi, duas jovens estonianas que tocam em conjunto um único kannel, subvertendo canções tradicionais de forma inovadora para criar música folk distintiva e marcante) e do projeto Bandua, que agarra no cancioneiro popular da região da Beira Baixa de Portugal e dá-lhe uma reinterpretação folk eletrónica. A esta pura celebração e vivência da música, juntam-se igualmente o Surma Trio (com a voz doce de Débora Umbelino e a parafernália de instrumentos a que já nos habituou, acompanhada de Diogo Alexandre, na bateria, e Paulo Bernardino, no clarinete) e Fred, baterista e produtor com uma relação quase umbilical com a música, espelhada em mais de 20 anos de carreira, e que se aventurou recentemente no novo trabalho “Madlib”.

Os concertos do Festival no CCVF têm início marcado para as 21h30, 22h00, 22h30, 23h00, 23h30, 00h00 e 00h30 em ambos os dias, promovendo a possibilidade de circulação entre as várias propostas artísticas, à semelhança do que sucede com os City Showcases que acontecem no sábado entre as 15h00 e as 18h30.

 

CRIAÇÃO

Este caminho repleto de abertura e liberdade criativa, tem este ano como ação concreta da filosofia que suporta o Westway LAB (desde a sua fundação em 2014), sempre aliada à inovação e integração, a apresentação de 6 projetos de criação que cruzam artistas desta nossa geografia com outras do continente europeu, os quais dão origem a showcases de entrada gratuita que fazem deste um momento original de total acessibilidade para fruir no CCVF a 6 e 7 de abril.

A montra da Criação original estreia-se nesta edição ao final da tarde (19h30) do dia 6 de abril, às mãos do compositor e multinstrumentista Bruno Pernadas na direção do Caleidoscópio Ensemble, projeto musical formado por oito músicos provenientes de várias localidades da região do Minho, com o principal objetivo de fomentar a criação musical em comunidade, através da exploração de composições originais.

A força da (co)criação volta a manifestar-se a 7 de abril à mesma hora com o projeto European Ghosts, uma exploração criativa de novas obras baseadas em antigas tradições musicais europeias, reinventadas para o século XXI, com curadoria dos artistas noruegueses Hans Stop e Frode Fjellheim, Neil Leyton dos Lusitanian Ghosts, bem como das artistas convidadas Joana Negrão (Seiva, A Cantadeira) e Misia Furtak, sendo o resultado dessas colaborações apresentado, ao vivo, nesta 9ª edição do Westway LAB, com artistas da Islândia, Noruega, Alemanha, Polónia, Ilhas Faroé, República Checa, Áustria, Itália e Portugal.

A criação desta 9ª edição amplia-se também aos showcases das residências artísticas, o grande momento original deste evento, já que revela ao público o resultado de um processo de criação único trabalhado em Guimarães, por uma semana, no Centro de Criação de Candoso, e que promove, nesta edição, a interação de músicos portugueses e estrangeiros – entre os quais Christina Quest e Catharina BoutariJorge da Rocha e Yann ClearyTiago Sampaio e EliënMeta_ (Mariana Bragada) e Nicolas Farrugia – com as suas distintas influências e inspirações com garante de uma diversidade enriquecedora e promotora de resultados surpreendentes, revelados nestas duas noites com início às 21h30 no Café Concerto do CCVF.

 

CONFERÊNCIA

Sendo o primeiro festival showcase e conferência para profissionais em Portugal, o Westway LAB tornou-se um ponto de encontro em que criadores e público, músicos e agentes da indústria vivem a cidade reúnem-se em momentos como as Conferências PRO que têm lugar no Palácio Vila Flor, debruçando-se sobre áreas instrumentais para o sector da música – onde se incluem três apresentações de projetos da União Europeia que fazem parte da conferência Westway PRO este ano: Europe in Synch 2.0, European Ghosts e MC&S Labs, todos projetos com o carimboMusic Moves Europe, que apresentam modelos futuros para a cocriação artística europeia; entre outros projetos europeus de cooperação voltados para a circulação, como a ETEP e INES – e valorizando o legado com a presença de figuras de proa da cena nacional e internacional (como são exemplos José Cid e Brian Hetherman), cuja experiência e percurso de vida será tema central para os Keynote deste ano no CCVF – e as Talks que acontecem ao final das tardes (18h) de 7 e 8 de abril em dois (já tradicionais) pontos referenciais da cidade vimaranense (Tio Júlio e Cor de Tangerina) e se traduzem em momentos descontraídos de troca de impressões e saberes entre  todos os que habitualmente enchem estes espaços emblemáticos de Guimarães.

“Este empoderamento em processo que gera valor simbólico, empático e económico entre artistas, profissionais e público em geral, permite uma transferência de conhecimento sem par e em cadeia, possibilitando assim uma verdadeira e transversal evolução social.” (Rui Torrinha).

Regressando pela primeira vez ao formato físico após duas edições híbridas, sob restrições pandémicasm o Westway LAB olha para os seus momentos de definição anteriores à medida que se aproxima da sua primeira década como um evento inovador, sempre contaminado por um modelo evolutivo, criando novamente experiências criativas artísticas únicas, ao mesmo tempo que potencia a internacionalização da música feita a partir de Portugal. A 9ª edição do Westway LAB volta a contar com um intenso trabalho em rede com entidades como a AMAEI (parceira desde o primeiro momento, a celebrar agora 10 anos de existência, ao longo dos quais tem contribuído para a construção desta história de desenvolvimento da música portuguesa independente, conquistando lugares nas redes internacionais deste setor independente), GDA, WHY Portugal, ESNS Exchange, Antena 3, Keychange, que ajudam a levantar novos horizontes e encontrar soluções criativas num tempo desafiador e incerto.

 

As atuações que decorrem nos dias 6 e 7 de abril (Criação) são todas de acesso gratuito, bem como o acesso aos City Showcases, estando apenas limitados à lotação disponível.