Quase 150 anos depois da sua morte, António Soares dos Reis, o mais notável escultor português do séc. XIX, é pouco conhecido e pouco celebrado pelos portugueses. De Soares dos Reis, já todos nos cruzámos com a imagem de “O Desterrado” mas pouco mais. O desencontro que este criador experimentou em vida com os seus contemporâneos parece estender-se como sombra aziaga pela sua posteridade. Quando se rendeu à excecional qualidade de uma das suas esculturas, Auguste Rodin, o pai da escultura moderna, viu mais e melhor o génio de Soares dos Reis que nós, hoje, os seus desatentos herdeiros. António Soares dos Reis está sub-representado no espaço público das nossas cidades (a começar pelas suas Vila Nova de Gaia e Porto), é pouco estudado e a sua obra raramente transpõe as portas do museu que tomou o seu nome. Está, ainda, demasiado sozinho.