Não há quem não conheça Lena d’Água. De uma época áurea da música portuguesa em que o pop-rock encontrou o lugar que faltava preencher. Em 2017, Lena d’Água assume também um lugar nos novos contornos do Festival da Canção, a convite de Pedro Silva Martins.
O compositor dos Deolinda convidou a cantora que se celebrizou como vocalista dos Salada de Frutas no primeiro momento; Lena d’Água aceitou mesmo sem ter ouvido qualquer canção.

Acho que o Pedro é extraordinário, já fez coisas muito boas. Aceitei por ser com ele. (…) Eu nunca tinha sido convidada para concorrer ao Festival. Fiz coros, substituí a Adelaide Ferreira numa canção do Paulo de Carvalho numa semifinal em 80 porque ela estava noutro projeto, mas não foi uma canção que eu tivesse ido defender como se fosse minha (…) Já fiz teatro, discos para crianças, toquei com músicos de jazz, de rock e de pop… Ao fim de 40 anos de carreira, o Festival estava em falta no meu currículo.

Lena d’Água encara participar no festival como uma aventura, em que vai reencontrar gente com quem já trabalhou e vai conhecer novos talentos da canção. A cantora não esconde o entusiasmo pela participação e elogia o trabalho de Pedro da Silva Martins.

O Pedro fez três canções para escolhermos e são canções feitas de propósito para mim. Com letras que reflectem o que tem sido a minha vida e eu acho que isso dá outro valor à minha participação. É uma participação com um sentido mais profundo, as letras foram feitas a partir de coisas da minha vida, coisas que eu disse… Ele é espetacular!

A cantora explicou inclusive como é que nasce o tema e o título da canção a que vai dar voz no dia 26 de fevereiro, na 2.ª semifinal do Festival da Canção.

Nos últimos 20 anos eu tenho feito muitas coisas, mas coisas que não aparecem em televisão. O jazz não aparece em televisão, o último disco que eu fiz de rock também não passou na rádio, mas eu nunca parei. Só que de cada vez que eu fazia um contrato para ir cantar a qualquer lado – fosse piano e voz, fosse com a banda de jazz ou com a banda de rock – apresentavam-me sempre como “O grande regresso de Lena d’Água!” e eu pensava “Mas eu nunca me fui embora!”

A produção de Eu Nunca me Fui Embora depende também dos membros de They’re Heading West e Benjamin.

Lena d’Água sobe ao palco da 2.ª Semifinal do Festival da Canção 2017 no dia 26 de fevereiro, com a frescura que Pedro Silva Martins lhe reconhece e uma estória para recordar.