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You Can’t Win, Charlie Brown – Marrow

Foto: Vera Marmelo

You Can’t Win, Charlie Brown – Marrow e a essência de uma banda vencedora

 

Sabe toda a gente que é adulta, ou que caminha para o ser, que não é fácil crescer, mudar e manter uma identidade que temos a certeza ser a nossa. Ao terceiro disco, os You Can’t Win, Charlie Brown (YCWCB) mostram que que já têm essa fórmula dominada.

“Marrow” quer dizer medula e é o título do novo disco dos YCWCB. Não me parece, no entanto, que as canções tenham sido despidas até ao tutano, mas sim que estão mais próximas da essência destes músicos. Aquela selva sonora de pequena orquestra do futuro continua a fazer-se ouvir, assim como as vozes em harmonia melancólica. Também não faltam as canções que crescem até ao infinito, oiça-se “Pro Procastinator” ou “Bones”, e as que os fazem aterrar sem turbulência – oiça-se “Mute” ou “Frida (La Blonde)”. A diferença é que esta vez, este Clube dos seis despiu algumas camadas, trouxe algum electro-pop e soltou as ancas. O ritmo com que dançamos faz, por vezes, lembrar uns LCD Soundsystem, mas nunca nos esquecemos que são os You Can’t Win, Charlie Brown que ouvimos. É como se ligassem o interruptor e acrescentassem eletricidade à luz natural que já emitiam.

Marrow foi composto, em parte, nos estúdios Haus, de Makoto Yagyu e Fábio Jvelim. Dizem-nos, por isso, que este foi o álbum que criaram “frente a frente”, com menos canções feitas por correspondência…eletrónica. O resultado grita, também ele, para ser ouvido e dançado, frente a frente, de preferência com o palco.

Os You Can’t Win, Charlie Brown apresentam Marrow ao vivo no próximo dia 13 de outubro, no Lux, em Lisboa. A compra do disco na Fnac inclui um bilhete para o concerto.  A Antena 3 apoia o disco e o concerto de apresentação do novo trabalho dos YCWCB.

Marta Rocha

* Marta Rocha é movida a café e paixões platónicas. Fala demasiado, ri alto, escreve muito. Usa as músicas dos outros para contar o resto. Especialista em interpretação de videoclipes imaginários, gosta de comunicar em tom melancólico, sentimento que a invade quando não entendem as piadas que faz.