Poder Soul

9 – 13 Novembro

Pedro Tenreiro desenterra os tesouros perdidos da idade do ouro da música negra, de segunda a sexta-feira, pelas 16h20, na Antena 3.

 

Freedom Express – Get down (W.T.P.) 1975 (9 de Novembro)

“Get down” é o único disco editado pelos Freedom Express, banda oriunda de Austin no Texas e resultante de outra efémera lenda da cena Deep Funk – The Fabulous Mark III.

Este é mais um sete polegadas que raramente aparece no mais restrito circulo de colecionadores, atingindo, quase sempre, os 4 algarismos quando troca de mãos.

Felizmente o reconhecido arquivista de L.A. Egon, depois de ter tido acesso ao original, através de DJ Shadow, não descansou até localizar Ron Brown, saxofonista e líder da banda, e conseguir assegurar a re-edição desta obra-prima, através da Soul-Cal, subsidiária da Stones Throw.

“Get down” é um daqueles temas Funk onde já se advinha o mais cru Disco e onde o Moog tem uma presença simplesmente genial.

Freedom Express get down

Skip Robinson and his Imperials – I just can’t wait (Chris) 1962 (10 de Novembro)

De Skip Robinson sabemos que será oriundo de Ohio, que editou dois singles em editoras locais e que nunca atingiu sucesso a nível nacional nos Estados Unidos.

“I just can’t wait”, gravado em 1962, é uma reacção imediata a “Green onions”, que acrescenta, de forma surpreendente, ao hino de Booker T + The MG’s a voz poderosa de Skip Robinson, transformando-o numa canção irresistível que merecia ter tido melhor sorte.

É hoje mais uma raríssima peça de colecionismo e objecto fetish dos mais significativos DJs da cena Mod e Rhythm & Blues.

Skip Robinson 2

Big Maybelle – Quittin’ time (Rojac) 1968 (11 de Novembro)

Ao contrário da grande maioria dos artistas que aqui apresento, Big Maybelle é uma lenda dos Rhythm & Blues, senhora duma longa carreira, que durou desde 1936 até 1972, o ano da sua morte, durante a qual gravou um número impressionante de canções marcantes, uma das quais – “Candy” – que até lhe valeu a atribuição dum Grammy póstumo.

Em “Quittin’ time”, editado em 68, pela Rojac, Big Maybelle aventura-se pelo território da Soul, para nos dar uma contagiante canção, uptempo e altamente dançavél.

Escusado será dizer que este single depressa se tornou numa arma de arremesso da cena Northern Soul britânica, que tanto viria a influenciar a cultura de clubes actual.

Big Maybelle_Quittin time

Tommie Young – Hit and run lover (Soul Power) 1972 (12 de Novembro)

Tommie Young nasceu em Dallas, em 1949.

Como muitas jovens negras da sua geração, iniciou a sua actividade em coros de Gospel, entre os quais passou grande parte da sua adolescência.

Tommie Young_foto

Em 72, chamou a atenção de Bobby Patterson, produtor e proprietário da Soul Power, editora subsidiária da Jewel Records, com quem assina um contrato que viria a resultar num álbum e numa mão cheia de singles, entre os quais este “Hit and run lover”.

A sua carreira discográfica ainda passaria, no final dos 70, por uma major, a MCA, através duma colaboração com o hitmaker Van McCoy para uma banda sonora, antes de cessar por completo.

“Hit and run lover” mantém-se, até aos dias de hoje, como um hino da cena Soul.

Tommie Young

G. D. + The Big J – Movin’ on (Good) 1979  (13 de Novembro)

D. + The Big J é o projecto a solo de Glenn Dorsey, membro da banda Soul The Joneses, que teve uma carreira de relativo sucesso, na década de 70, editando dois álbuns e um número significativo de singles.

“Movin’ on” é uma pérola de Modern Soul, gravada em 1979, que cruza Disco e Funk, anunciando o Boogie, que viria a marcar o início dos anos oitenta, tendo mesmo a sua base instrumental sido usada pelos Joneses, no seu maxi – “Summer Groove”.

Este single, que seria a única experiência de Glenn Dorsey em nome próprio, foi recuperado por Keb Darge, nos anos 90 e transformou-se num enche pistas desde então.

G.D. + The Big J