• Poder Soul

    26 – 30 de Setembro

    Toni + The Showmen

    Try my love

    Ten Star (1965)

    Tirando o facto de serem oriundos da Califórnia e terem estado ligados ao seminal grupo editorial de que fazia parte a Ten Star, não tenho mais nenhuma informação sobre Toni + The Showmen.

    John Dolphin criou, no início dos anos 50, a Recorded in Hollywood, um dos primeiros selos de música negra controlado por negros que viria a acrescentar à sua actividade as emblemáticas marcas Money, Cash e Ten Star, de forma a explorar o Gospel, os Blues, o R&B, o Jazz ou o Doo Wop.

    John morreria em 58 mas a sua família continuaria o seu significante trabalho, com destaque para a sua filha Sophia que, na década de 60, apostaria forte na Soul e em nomes como Bettye Swann, Hank Jacobs, Bobby Angelle ou os Larks.

    É nesta fase que Toni e os Showmen gravam “Try my love”, em 65.

    Esta imensa e profunda canção, de declarado sabor Funky, transformou-se, como não podia deixar de ser, num hino para todos os amantes da mais rara Soul e num objecto altamente colecionável.

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  • Poder Soul

    26 – 30 de Setembro

    Raphael Munnings

    Opportunity knockin’

    Alston (1972)

    Raphael ou Ray Munnings é o líder dos míticos Beginning of the End, banda que criou com os seus irmãos e que, em 71, editou o histórico “Funky Nassau”.
    Com os seus irmãos, Ray acrescentou a sensibilidade especial das Bahamas à efervescente cena Soul Funk de Miami, patrocinada por Henry Stone, com as bombas “Funky Nassau”, “Come down baby” ou “Monkey tamarind”.
    “Opportunity knockin’”, editado em 72 pela Alston, é o seu primeiro single em nome próprio e um prenúncio da exploração dos territórios declaradamente Soul que Ray viria a fazer.
    Uma deliciosa fatia do mais Funky e dançável Crossover, carregada do mais contagiante Groove, introduzida recentemente nos mais irrequietos clubes.
    Um disco de uma raridade extrema que, felizmente, se tornou acessível a todos através do excelente trabalho que Fryer tem feito com a sua Athens of the North.

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  • Poder Soul

    26 – 30 de Setembro

    Alice Clark

    Don’t you care

    Mainstream (1972)

    Alice Clark gravou dois singles, antes de editar a autêntica obra-prima em Lp, que é o seu único álbum, homónimo, para logo depois desaparecer e deixar tanto mistério no ar.

    Editado pela Mainstream, emblemático selo de Bob Shad, que também assina a produção do disco, este Lp é feito de grandes canções, umas atrás das outras, com arranjos imaculados de Ernie Wilkins, que ao misturar doses certeiras de Jazz, R&B, Funk e Soul, dá a Alice Clark o território perfeito para expressar a sua original voz.

    “Don’t you care” é o diamante entre os diamantes, uma daquelas canções que nos acompanham até ao fim.

    Descoberta pelo dealer Marc Lessner e introduzida nas pistas de dança pelos mentores da Acid Jazz – Eddie Piller e Dean Rudland – no início dos anos 90, esta canção só não se tornou num Santo Graal da cena Soul por não existir em single.

    Ainda assim o Lp é uma peça obrigatória em qualquer coleção que se preze e, entretanto, a Acid Jazz encarregou-se de reeditar “Don’t you care” em sete-polegadas de forma a vencer as ortodoxas limitações a que se auto-impõem os Djs da cena Soul.

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  • Poder Soul

    26 – 30 de Setembro

    Billy (Sugar Billy) Garner

    You’re wasting my time (Part 1)

    New Day (1971)

    Sugar Billy Garner é um das mais subvalorizadas vozes da cena Rhythm & Blues, Funk e Soul de Detroit.

    A sua carreira discográfica inicia-se em 61, com o clássico Mod “Little school girl”, para só voltar a ter continuidade dez anos mais tarde, numa década em que gravou com alguma regularidade. Foi exactamente a meio dos 70 que escreveu e editou a canção que o tornou conhecido e que permitiu a Joss Stone arrancar para uma carreira de sucesso – “Super duper love”.

    As suas gravações decisivas foram, no entanto, feitas no início dessa década, pela mão do imenso génio de David Hamilton.

    “You’re wasting my time” e “I got some” saíram na curta aventura editorial de Hamilton, a New day, e “Brand new girl”, também fruto dessa profícua relação, ficou na gaveta até 2000, altura em que a BGP a recuperou.

    Gravado em 71, “You’re wasting my time” é um musculado monstro Deep Funk, cobiçado por muitos Djs e colecionadores, que recentemente foi reeditado pela Ace, para que tenha o alcance que merece.

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  • Poder Soul

    26 – 30 de Setembro

    Pure Funk

    Nothing left is real

    Planet Earth (1976)

    Os Pure Funk são um daqueles raros casos que aproveitaram o culto de é alvo “Nothing left is real” para terem uma segunda vida.

    Esta mítica banda de San Francisco esteve activa durante a década de 70, começando por explorar territórios próximos do Jazz, antes de incorporarem repertório R&B, Funk e Soul, nos muitos clubes que os contratavam.

    “Nothing left is real” foi o único reflexo discográfico da sua movimentada carreira, nessa época.

    Esta maravilhosa canção da melhor Funky Soul, temperada por uma sensibilidade Jazzy, também patente em grupos da costa Oeste, seus contemporâneos, como os Tower of Power, transformou-se num trofeu dos mais cruciais Djs, nas últimas décadas.

    Quase quarenta anos mais tarde, quando os membros dos Pure Funk, se aperceberam dos seguidores que tinham e dos elevados valores que “Nothing left is real” atinge no mercado de usados, resolveram voltarem a juntar-se.

    Como resultado dessa reunião, uma versão remasterizada desta pérola volta a ser editada, em 2013, como lado B de um tema novo – “Get away” – e os Pure Funk estão de volta aos palcos, para nos brindarem com a melhor Funky Jazzy Soul.