Entrevistas

Mata-Ratos

Os Mata-Ratos são das mais emblemáticas bandas de punk/rock de Portugal.

Formados no início dos anos 80, e após algumas mudanças de formação, o primeiro longa duração da banda é editado 1990 e chega ao top nacional, entrando para o 5º lugar.

Passados 25 anos, Rock Radioactivo é reeditado pela Warner Music em CD. Aproveitando este lançamento, falamos com o vocalista da banda Miguel Newton, que confessou: “Eu não oiço o disco! [risos] É assim, eu não oiço Mata-Ratos. Tenho que ouvir, claro, quando vou tocar. As canções continuam actuais é isso que eu sinto. São intemporais no sentido que… não estão datadas.”

E memórias sobre a gravação? Miguel Newton não tem papas na língua: “íamos para lá, bebíamos muito… pegávamos nos com o produtor, que era o Paulo Gonçalves, foi um processo divertido porque também foi a nossa primeira experiência de estar assim num estúdio a gravar qualquer coisa… são boas memórias, mas não sou muito de memórias. Vivo sempre no presente.”

Rock Radioactivo inclui alguns clássicos da banda, como C.C.M. e, claro, A Minha Sogra é Um Boi. Sobre este assunto, Miguel não tem dúvidas: “Ainda o ano passado, creio eu, lembramos nos de fazer uma sondagem no Facebook de qual seria o tema mais popular e o C.C.M. foi o number one! [risos] A sogra o pessoal também gosta, obviamente, mas a nós o C.C.M. diz-nos muito mais.”

Como Miguel vive no presente, a banda já se prepara para entrar em estúdio para gravar um novo disco: “Vamos começar a batalhar nisso. Vamos para a Guarda, não sei bem fazer o quê [risos] mas foi o que escolhemos. É o estúdio do nosso ex-guitarrista e acho que ele vai fazer um bom trabalho.”

E quando sai o novo disco? “É assim, se funcionarmos bem, mas como somos um pouco disfuncionais, e conseguirmos ter tudo pronto até fim de Dezembro, provavelmente sairá em Março, ou final de Fevereiro.

Qual é a actual formação dos Mata-Ratos? “A formação actual dos Mata-Ratos é aquela que está com uma boa estabilidade há alguns anos. Sou eu, é o Ricardo Vieira na bateria, o Pedro Charneca na guitarra e o Arlock Esteves, o nosso chico que é chefe de cozinha e psicólogo criminal, no baixo.

Para o final, Miguel Newton não é deixar grandes mensagens, mas: “Eu não tenho grandes mensagens… Aliás, há pessoas que nos chamam antipáticos porque não falamos com o público! Não é bem assim, a gente está sempre a pedir cervejas ao pessoal! Mas não temos grandes mensagens, porque as mensagens já estão todas contidas nas músicas e acho que é isso que as pessoas gostam. Já temos uma forte carga para estar ainda a dar xaropadas ao pessoal. Divirtam-se, contestem, e continuem a não aceitar as coisas passivamente.”