• Poder Soul

    9 abril 2018 – 13 abril 2018

    Segunda-feira

    Freedom

    Get up and dance

    Malaco

    Larry Addison, Ray Smith, David Thigpen, Tyrone Armstong e Victor Mason formaram os Freedom, a meio dos anos 70, em Jackson, no Mississipi.

    Depois de, em 77 e 78, terem editado os dois primeiros e altamente colecionáveis singles, através de um selo próprio, homónimo, assinaram contrato com a mais vital editora local – Malaco Records – fundada na década anterior por Tommy Couch e Mitchell Malouf e, nesta altura, distribuída a nível nacional pelo império T.K., sediado em Miami.

    Entre 79 e 84, gravaram quatro Lps e vários singles para esta editora, que também abrigou nomes como Johnny Taylor, Bobby Bland, Little Milton, Z.Z. Hill, Denise LaSalle ou Dorothy Moore, tendo-se transformado num grupo chave da cena Disco Funk norte-americana.

    Gravada em 79, “Get up and dance” é a sua canção mais marcante e faz parte do alinhamento do primeiro Lp dos Freedom tendo, também, sido editada em doze e sete-polegadas, o seu formato mais cobiçado.

    Esta autêntica bomba de pista de dança, que foi samplada por Grandmaster Flash, Cash Crew, Marley Marl, Boogie Down Productions ou Kanye West e citada pelos Jurassic 5, além de ser um tema de culto na comunidade Hip Hop old school, é um disco obrigatório nas mais descomplexadas cenas Soul, Funk e Disco, mantendo-se pertinente até aos nossos dias.

     

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  • Poder Soul

    9 abril 2018 – 13 abril 2018

    Terça-feira

    Ray Scott + The Scottsmen

    Right now

    Decca

    Embora desconfie que Ray Scott é nativo de Nova Iorque, não o posso garantir, até porque, ao contrário do que acontecia com outras editoras cruciais nesta época, como a Stax por exemplo, que reflectiam a actividade da sua área geográfica, a Decca, marca para a qual gravou, “pescava” um pouco por todos os Estados Unidos e, como se isso não bastasse, é nula a informação bibliográfica a seu respeito.

    Ainda assim e apesar da sua fugaz carreira, os quatro singles em que esteve envolvido transformaram-se em clássicos do movimento Northern Soul e peças essenciais da sua história.

    De 66 a 68, Ray Scott “deu-nos” “A little bitty girl” de Gladys Tyler, “Real thing”, Love piled on top of love” e este “Right now”.

    Gravada em 67, aparentemente em Memphis, esta ponderosa canção é aquela que, neste momento, goza de mais atenção nos clubes especializados e é o seu mais colecionável sete-polegas.

    Um intenso cruzamento entre Soul e Rhythm & Blues, que assenta como uma luva nos actuais clubes e reflecte na perfeição uma das tendências dominantes da cena especializada nos últimos anos.

     

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  • Poder Soul

    9 abril 2018 – 13 abril 2018

    Quarta-feira

    Channel 3

    Sweetest thing

    Dakar

    No princípio da década de 70, Leonard Mitchell resolve abandonar os Ideals e juntar-se a Jerome Johnson e Robert Thomas para formar o trio vocal Channel 3, em Chicago.

    O guitarrista Larry Blaiengaine, parceiro de Mitchell nos Ideals, junta-se à banda e, em 73, os Channel 3 gravam o seu único single para a subsidiária da Brunswick – Dakar – antes de abandonarem a sua actividade artística.

    Produzido por Carl Davis, apelidado arquiteto do som de Chicago pelo seu papel crucial na cena Soul da cidade e nas carreiras de nomes como Jackie Wilson, Major Lance, Gene Chandler, Tyrone Davis ou Barbara Acklin, entre outros, “Sweetest thing” foi um verdadeiro flop a nível local, mas transformou-se num adorado hino na cena Northern Soul, deste lado do Atlântico.

    Esta perfeita delícia Crossover, onde tudo parece bater certo, desde as suas imensas harmonias vocais aos seus espantosos arranjos e produção, é alvo de caça desenfreada pelos mais exigentes colecionadores de música negra há, pelo menos, quatro décadas e, como não podia deixar de ser quando se trata de monstros deste calibre, foi várias vezes alvo de bootleging.

     

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    9 abril 2018 – 13 abril 2018

    Quinta-feira

    Gene Anderson

    The gigolo

    Royal-Tone

    Também conhecido por The Poo Poo Man, Gene Anderson nasceu em St. Louis e começou a pisar os palcos ainda criança.

    Aos 12 anos já participava em sessões de gravação com Ike Turner e acompanhava nomes grandes como Duke Ellington ou Dizzie Gillespie no show televisivo local – St. Louis Hop – dando os primeiros passos de uma longa, sólida e consistente carreira, que o levou a colaborar com os P-Funk Allstars, a Gap Band, os Temptations, os Cameo, os Bar-Kays, Isaac Hayes, Al Green ou Lou Rawls, entre muitos outros, e a gravar um sem número de discos para editoras como a Hi, a Stax, a Westbound, a Chess ou a Capitol.

    Gravado em 1969, “The gigolo” é o quinto e derradeiro single da sua própria marca – Royal-Tone – e o seu mais intenso e cobiçado disco Funk.

    Esta potente, crua e visceral canção é um dos grandes clássicos a emergir da cena Deep Funk, criada por Keb Darge nos anos 90, e, desde aí, leva pistas de dança ao delírio e é disputada pelos mais briosos Djs e colecionadores de todo o planeta.

    Depois de, em 2004, ter sido prensada ilegalmente pela francesa Soul Patrol, teve, finalmente, uma reedição oficial, em 2015, através da germânica Tramp.

     

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  • Poder Soul

    9 abril 2018 – 13 abril 2018

    Sexta-feira

    Charles Williams

    Standing in the way

    EMI

    Charles Williams nasceu em Columbus, na Georgia, passou por San Bernardino, na Califórnia, mas acabou por editar o seu único Lp, e os dois singles que lhe estão associados, na Finlândia, para onde se mudou depois de se apaixonar por uma jovem nativa deste país Escandinavo, na quente Costa Oeste dos Estados Unidos.

    Aos seis anos já cantava em Igrejas e estudou música clássica antes de, no final dos anos 60, a Soul e o Rock o terem desviado do seu caminho, tendo então fundado os Manna, grupo de fusão que aparentemente gravou um álbum que permanece inédito.

    Ainda na Califórnia, Charles Williams foi registando as suas canções, em estúdios de Oakland, Hollywood e Glendale e, quando chegou à Finlândia, levou as fitas à EMI local, que decidiu completar o disco, numa tentativa de explorar a Soul que, nesta altura, era completamente ausente do seu mercado.

    Editada em 75, “Standing in the way” faz parte do alinhamento de “Love is a very special thing”, o seu único Lp, e saiu também em sete-polegadas.

    A sua total ausência de sucesso fez com que fossem escassas a unidades prensadas e ambos os discos acabaram por se tornar raríssimas peças de coleção.

    Esta imensa canção Crossover foi finalmente recuperada, em 2002, pela Lifesaver Records.

     

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