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Poder Soul
8 maio 2017 – 12 maio 2017
Segunda-feira
Lucky Laws
I'm not teasing
Lu-Cee (1963)
Lucky Laws teve uma curta mas marcante carreira em Chicago, no princípio da década de 60, tendo gravado dois emblemáticos singles para a Lu-Cee e a One-Derful.
“I’m not teasing”, o seu primeiro disco, editado em 63 pela Lu-Cee, antecedeu “Who is she”, o seu contributo para uma das mais marcantes aventuras discográficas da decisiva cidade americana, a One-Derful, marca que reúne no seu catálogo nomes como Betty Everett, McKinley Mitchell ou Otis Clay.
Esta sua estreia, que nos faz duvidar da sua natureza sexual, é uma poderosa canção Rhythm & Blues carregada de Soul, que rebenta com qualquer pista de dança.
Desvendada pelo movimento Northern Soul, tem visto a sua relevância e cotação aumentar nos últimos anos ou não fossem estes sons crus e híbridos, que misturam Soul e Rhythm & Blues, uma das tendências dominantes da cena retro actual.
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Poder Soul
8 maio 2017 – 12 maio 2017
Terça-feira
Damn Sam The Miracle Man
Give me another joint
Tay-Ster (1970)
O.C. Tolbert nasceu Arthur Cleveland Tolbert em Selma, no Alabama, em 1944.
Filho de um reverendo, começou cedo a cantar – Gospel pois claro – e, no fim dos anos 50, teve a sua primeira experiência profissional, com o projecto familiar, The Tolbert Family Singers.
Em 67, mudou-se para Detroit decidido a fazer carreira e, depois de conhecer o mentor da Rojac e da Tay-Ster, Jack Taylor, um importante produtor que dividia o seu tempo entre a Motor City e Nova Iorque, viria a ficar ligado a alguma da mais marcante Soul independente das décadas seguintes.
Damn Sam The Miracle Man é um dos seus mais míticos trabalhos.
“Give me another joint” faz parte do extraordinário alinhamento do Lp, “Damn Sam The Miracle Man and The Soul Congregation” e é um verdadeira bomba Funky Soul.
Uma contagiante e intensa canção, construída sobre um sólido Groove, que teve uma edição promocional em sete-polegadas, destinada a avançar o álbum.
Um disco raro, arduamente disputado e altamente colecionável.
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Poder Soul
8 maio 2017 – 12 maio 2017
Quarta-feira
The Dynamos
You can do it by yourself
Dynamo (1977)
O misterioso grupo Disco Soul nova-iorquino, The Dynamos, editou apenas este disco, embora em dois formatos – doze e sete polegadas.
“You can do it by yourself” foi gravado para a Dynamo, importante subsidiária da Musicor que, entre os 60 e os 70, nos deu alguns belos singles de nomes como Lee Moses, Tommy Hunt, Inez + Charlie Foxx, Barbara + Brenda, The Maskman + The Agents ou Harmon Bethea, entre outros.
Esta versão do clássico underground escrito por Clayton Dunn e gravado previamente pela sua emblemática banda, Rex Garvin + The Cravers, foi editada em 77 e reflecte o som do momento, com o Disco a tomar conta da Soul.
Um enche-pistas infalível que, até por ser bastante acessível na sua edição original, é obrigatório na coleção de qualquer Dj que se preze.
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Poder Soul
8 maio 2017 – 12 maio 2017
Quinta-feira
The Quik
Bert's apple crumble
Deram (1967)
Este quinteto inglês, nascido a meio da década de 60, gravou três singles para a subsidária da Decca – Deram – numa das tentativas que a editora fez em capitalizar o apetite do público, em geral, e da cena Mod, em particular, pela música de inspiração Soul.
Nenhum dos discos teve sucesso e a banda evaporou-se sem deixar rasto, mas “Bert’s apple crumble” tornou-se num tema de culto.
Este espantoso instrumental, o lado b do seu primeiro disco “Love is a beautitul thing”, é uma frenética desbunda rítmica, comandada pelo Hammond e carregada de Soul, que parece cruzar os melhores momentos de Booker T + The MGs com a irreverência dos Small Faces.
Faz parte da discografia básica de qualquer Dj que se dedique à recuperação dos 60 e, não sendo fácil nem acessível assegurar uma cópia original, foi alvo de bootleging vezes sem conta, ao longo das últimas três décadas.
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Poder Soul
8 maio 2017 – 12 maio 2017
Sexta-feira
The Fascinations
Girls are out to get you
Mayfield (1967)
As Fascinations nasceram da actualização da Sabre-ettes, grupo vocal feminino de Detroit, fundado por Shirley Lawson e Martha Reeves, antes de esta ser contratada pela Motown e forçar o quinteto a transformar-se em quarteto, em 1960.
Dois anos mais tarde, são apresentadas a Curtis Mayfield, por Fred Cash e Sam Gooden, seus parceiros nos Impressions, e impressionam-no.
Daí até este nome maior da história música negra se tornar o seu compositor ou produtor e lhes assegurar um contrato com a Abc foi um pequeno passo e as Fascinations estreiam-se em disco em 62.
Abandonadas pela editora após três flops comerciais são recrutadas, em 66, por Curtis, que nunca desistiu delas, para a sua novíssima editora, a Mayfield, para quem gravaram meia dezena de singles, antes de se separarem e seguirem as suas carreiras individualmente.
“The girls are out to get you”, que saiu em 67, é o mais marcante desses discos e, embora também não tenha tido qualquer sucesso nos Estados Unidos, transformou-se num fenómeno no Reino Unido, a reboque da popularidade que atingiu no circuito Northern Soul.
Um disco obrigatório e um exemplo pleno do grau de perfeição que a Soul made in Detroit atingiu naqueles dias, dentro e fora do universo Motown.
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