• Poder Soul

    8 julho 2019 – 12 julho 2019

    Segunda-feira

    UPC All-Stars

    Don’t get discouraged (Inst.)

    Soul Cal

    No início dos anos 70, o misterioso teclista John Roode juntou-se a Leslie Smith, Arno Lucas, Ron Cooley, Gino Devaugh e Rick Chudacoff, todos membros dos míticos L.A. Carnival, para formar os UPC All-Stars, em Omaha, no Nebraska.

    Não se sabe se o grupo alguma vez tocou ao vivo ou se terá sido, apenas, um projecto de estúdio, até porque “herdou” o nome dos UPC Recording Studios, fundados por Steve Lorenz e usados, maioritáriamente, por artistas Folk locais.

    Ainda assim, “Don’t get discouraged”, que na sua versão vocal é cantado por Leslie Smith,  foi gravado em 1971, mas ficou arquivado até 2005, ano em que foi resgatado pela subsidiária da Stones Throw – Soul Cal – que o prensou com a versão instrumental que aqui vos apresento, no lado b.

    Um enorme tema Soul Funk, com um Groove certeiro e uns arranjos excepcionais, que retrata na perfeição o imenso talento que compunha os L.A. Carnival, e que foi, imediatamente, adoptado pelos mais progressivos Djs da cena especializada.

     

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    8 julho 2019 – 12 julho 2019

    Terça-feira

    Cardell Funk Machine

    Shoot your shot

    Puerile Distributing

    Embora seja escassa a informação disponível acerca deste disco, ele resulta do encontro de duas figuras de culto da cena Soul de Chicago – Cardell Harrington e Donald Burnside.

    Cardell Harrington é um baixista, cantor e escritor de canções que, depois de se mudar para Los Angeles, nos anos 90, colaborou com nomes como Norman Connors, George Duke, Phil Upchurch, Chick Corea, Dj Rogers ou Alicia Myers e se transformou numa das principais referências do chamado “Chicago Style Steppin’”, um militante movimento ancorado na Sweet Soul contemporânea, com uma forte expressão em todos os Estados Unidos. 

    Donald Burnside é um profícuo, mas semi-obscuro, produtor e compositor que, entre o princípio dos 70 e o fim dos 80, esteve ligado a discos marcantes de nomes como Odyssey, Soul Unlimited, Air Power, Captain Sky, Elaine + Ellen, First Love, Superior Movement ou Ocie III, entre outros,  foi activista maior da cena Boogie da Windy City e um dos protagonistas da revolução House.

    Gravado nos primeiros anos da década de 80, nos estúdios de Burnside, e lançado pela misteriosa independente Puerile Distributing – “Shoot your shot” – terá sido o primeiro disco de Cardell e o único editado pela sua Cardell Funk Machine.

    Uma enorme canção Boogie, apoiada num potente baixo e num excelente trabalho de sintetizador, que se transformou num cobiçadíssimo objecto de coleção e foi recuperada pela Peoples Potencial Unlimited, em 2009.

     

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    8 julho 2019 – 12 julho 2019

    Quarta-feira

    The Friends of Distinction

    Long time comin’ my way

    RCA

    Depois de abandonarem os Hi-Fi’s, a backing band de Ray Charles, Harry Elston e Floyd Butler juntaram-se a Jessica Cleaves e a Barbara Jean Love, em 1968, para formarem os Friends of Distinction.

    O mítico quarteto vocal de Los Angeles, esteve activo até 75 e, depois de ter assinado contrato com a RCA, editou sete Lp e cerca de duas dezenas de singles, entre os quais se encontram hits como a sua versão de “Grazing in the grass”, de Hugh Masekela, e participou na Banda Sonora do filme de Blaxploitation,  “Honey Baby, Honey Baby”.

    Gravado em 70, como parte de “Real friends”, o terceiro longa-duração do grupo – “Long time comin’ my way” – não será uma das suas mais celebradas canções, mas é, na minha opinião, o seu mais genial momento.

    Um delicioso pedaço Crossover, com uma produção e uns arranjos imaculados, e uma interpretação só ao alcance de eleitos que é, completamente, obrigatório em qualquer coleção da melhor música negra, até porque é praticamente oferecido no mercado de usados.

     

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    8 julho 2019 – 12 julho 2019

    Quinta-feira

    Larry Clinton

    She’s wanted

    Dynamo

    É reduzida e pouco precisa a informação disponível acerca de Larry Clinton.

    Aparentemente um implacável gangster que sabia cantar, Larry Clinton fez a sua curta carreira em Filadélfia, a meio da década de 60.

    Terá dividido um apartamento com Jerry Williams, com quem começou a fazer coros de artistas como Jimmy Wallace, antes de, entre 64 e 65, gravar os seus dois únicos sete-polegadas.

    Extremamente violento e sempre envolvido em rixas, morreu na sequência de uma luta de rua, no fim dos anos 60.

    Editado em 65, através da Dynamo, “She’s wanted” foi escrito pelo mítico Eddie Holman, que também viria a gravar o tema que, depois de ter sido introduzido na pista de dança do Wigan Casino, se transformou num dos mais cobiçados e marcantes discos da cena Northern Soul britânica, cujas cópias originais trocam de mãos por vários milhares.

    Felizmente esta grande canção, que terá sido gravada sobre o forte efeito do álcool, tem sido alvo de reedições regulares, para além de constar num sem número de recolhas que retratam o militante movimento.

     

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    8 julho 2019 – 12 julho 2019

    Sexta-feira

    Freddie Scott

    I’ll be gone

    Shout

    Freddie Scott nasceu em Providence, Rhode Island, em 1933.

    Começou a cantar Gospel, ainda criança, e, aos doze anos, fez uma tour em Inglaterra, integrado no grupo da sua avó – Sally Jones + The Gospel Keyes – uns anos antes de passar pelo Swannee Quintet Juniors.

    Em 1956, decidiu dedicar-se aos Rhythm + Blues e iniciou um importante percurso discográfico, de quase cinco décadas, que se reflectiu em meia-dúzia de álbuns e em mais de quatro dezenas de singles, para marcas como a J+S, a Colpix, a Columbia, a Shout, a Probe, a Vanguard ou a Mainstream, tendo sido alvo do sampling de nomes como Biz Markie ou Ghostface Killah.

    Gravado em 67, para a Shout, “I’ll be gone” é, na minha opinão, o mais genial dos vários hinos que nos deixou.

    Uma enorme, profunda e intensa canção que retrata na perfeição o seu imenso talento vocal, que está entre a melhor música negra dos 60 e que se transformou num clássico essencial da cena Soul.

     

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