• Poder Soul

    7 outubro 2019 – 11 outubro 2019

    Segunda-feira

    Pearly Queen

    Quit jive’in

    Sound Triangle

    Alberto Arguelles, Paco Rodriguez, Kenny Combs, Carlos Salazarte, Raly Guanche e Iggy Gelabert, seis cubanos exilados em Miami, formaram os Pearly Queen, nos primeiros anos da década de 70, para se tornarem numa das mais populares bandas do circuito de clubes da emblemática cidade da Florida.

    Em 1974, depois de terem sido contratados pela Sound Triangle, independente de culto fundada pelo seu compatriota Manny Mato e responsável pelo lançamento de projectos como Coke, Manteca ou Ray + his Court, iniciaram um curto, mas marcante, percurso discográfico que, nos dois anos seguintes, nos deu dois colecionáveis Lps e quatro singles.

    Prensado apenas em sete-polegadas, “Quit jive’in”é o seu primeiro e mais cobiçado disco e, também, o mais excepcional momento de uma banda que se tornou num verdadeiro fenómeno no Panama, território onde o seu Lp de estreia foi editado, por iniciativa de Carlos Andarra, sobrinho do seu presidente.

    Um tremendo tema Deep Funk, cujo demolidor break de bateria foi usado por Dj Shadow em “The number song”, que se transformou num clássico de pista de dança, depois de ter sido introduzido na cena especializada, pelo inevitável Keb Darge, na segunda metade dos 90.

     

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    7 outubro 2019 – 11 outubro 2019

    Terça-feira

    Gil Bernal

    The dogs

    Bumps Record Co.

    Cantor e saxofonista, Gil Bernal nasceu em Los Angeles, na Califórnia, em 1931.

    Ainda adolescente, começou a actuar em festa e eventos sociais, antes de, em 1950, ser recrutado por Lionel Hampton, para tocar saxofone numa banda que incluía gente como Quincy Jones ou Little Jimmy Scott e com quem viria a percorrer palcos de todo o país.

    Em 54, com a edição do seu primeiro single, através da Spark, iniciou uma profícua carreira em nome próprio, que o levou a gravar um Lp e perto de uma dezena de singles, a colaborar com gente como Quincy Jones, John Lee Hooker, The Coasters, Duane Eddy ou Ry Cooder, entre outros e a cantar canções de filmes como “Banning” e “Blood of Dracula’s Castle”.

    Gravado em 61, para a Bumps Record Co., pequena independente fundada por “Bumps” Blackwell, o lider da  orquestra que aqui o acompanhou – “The dogs” – é a sua maior contribuição para a cena retro.

    Uma incisiva  e contagiante canção, que incorpora elementos de Doo-Wop, Rock’n’Roll, Rhythm + Blues e Soul, que se transformou numa aposta certeira nos mais ambiciosos clubes Mod e Northern Soul e foi reeditada pela Jukebox Jam, em 2012.

     

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    7 outubro 2019 – 11 outubro 2019

    Quarta-feira

    Marion Black

    Come on and get it

    Prix / Numero Group

    Nativo de Columbus, Marion Black, embora se tenha estreado com um disco que teve distribuição internacional e que chegou aos primeiros quarenta lugares do top R+B da Billboard, fez toda a sua carreira nessa cidade do estado do Ohio.

    O seu percurso iniciou-se em 1969, quando Bill Moss lhe propôs a gravação de um single, que sairia um ano mais tarde através da Capsoul, importante independente local que o influente Dj acabara de fundar, e que seria licenciado à AVCO, com o objectivo de lhe dar dimensão nacional.

    Apesar do relativo sucesso do seu primeiro sete-polegadas, Marion Black não estava satisfeito que o retorno de “Go on fool” e resolveu mudar-se para a Prix, editora que era a face visível dos Harmonic Sounds, míticos estúdios de Clem Price, para quem viria a gravar mais três singles, antes de dar por terminado o seu legado discográfico, com dois discos, lançados em 75 e 76, através da Starr e da Rome, marcas associadas Jack Cassey.

    Gravada algures entre 71 e 73, no âmbito da sua relação com a Prix – “Come on and get it” – é, na minha opinião, a sua melhor canção e, ainda assim, ficou arquivada até 2007, ano em que foi revelada na recolha da Numero Group, dedicada à marca de culto de Clem Price – “Eccentric Soul: The Prix label”.

    Um belo pedaço Funky Soul que não tem a presença que merece nas pistas de dança por apenas estar disponível numa colectânea, formato pouco apreciado pelos ortodoxos Djs que dominam a cena especializada.

     

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    7 outubro 2019 – 11 outubro 2019

    Quinta-feira

    Black Satin feat. Fred Parris

    Everybody stand and clap your hands

    Buddah

    Fred Parris nasceu em New Haven, no Connecticut, em 1936.

    No início da década de 50, fundou os Scarlets, com quem gravou quatro singles, entre 54 e 55, ano em que o grupo de Doo-Wop deu lugar aos Five Satins, colectivo que, com várias alterações de line-up e ajustes pontuais de designação, o acompanharia até aos nossos dias.

    Entre 57 e 82, fosse como Five Satins, fosse como New Yorkers, Restless Hearts, Black Satin ou apenas Satin, Fred Parris e os seus parceiros assinariam uma mão cheia de Lps e algumas dezenas de singles, para marcas como Ember, Cub, MGM, Checker, Green-Sea, Atco, RCA, Kirshner, Buddah ou Elektra, entre os quais constam hits estrondosos como “In the still of the night”.

    Gravado para a Buddah, em 75, e incluído no alinhamento de “Black Satin”, Lp lançado no ano seguinte – “Everybody stand and clap your hands” – é, para mim, um dos seus mais sublimes temas. 

    Uma grande canção Soul, tingida pelo Disco, com uns enormes arranjos da autoria de Gene Page, que é um clássico absoluto na cena Rare Groove e completamente obrigatória em qualquer coleção que cubra a melhor música negra dos 70, até porque pode ser assegurada por cerca de meia-dúzia de euros.

     

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  • Poder Soul

    7 outubro 2019 – 11 outubro 2019

    Sexta-feira

    The Inculcation Band

    Arthur Adams sings You got the floor

    Inculcation

    Dotado guitarrista de Blues, Funk e Soul que, aqui e ali, também canta, Arthur Adams nasceu no Dia de Natal de 1943, em Medon, no Tennessee.

    Com apenas seis anos, começou a cantar num coro de Igreja e, inspirado por B.B. King, Muddy Waters e Elmore James, aprendeu a tocar guitarra na adolescência, antes de ir para a Universidade, estudar música.

    Começou a tocar profissionalmente em bares de estudantes e, entre 59 e 64, passou uma temporada em Dallas, onde trabalhou nos mais prestigiados clubes nocturnos, ao lado de nomes como Lightnin’ Hopkins, Chuck Berry, Lowell Fulsom ou Buddy Guy e iniciou a sua carreira discográfica, em 61, em nome próprio e como membro dos Mighty Men.

    Em 64, mudou-se para Los Angeles para se transformar num requisitado músico de sessão e ter um marcante percurso, que se mantém até hoje.

    Nas décadas que se seguiram, para além de ter sido uma presença assídua em alguns emblemáticos programas televisivos, como o Bill Crosby Show, e de ter emprestado o seu talento a gravações de nomes como Hugh Masekela, Quincy Jones, Crusaders, Jimmy Smith, Charles Kynard, Gene Ammons, David Axlerod, Nancy Wilson, Willie Hutch, Marlena Shaw ou Nina Simone, entre muitos outros, editou sete Lps e cerca de dezena e meia de singles.

    Gravado em 81, na companhia da Inculcation Band, formação residente da importante editora com o mesmo nome, fundada no fim dos anos 70, pelo actor, produtor e irmão de Chico Hamilton, Bernie Hamilton – “You got the floor” – foi o seu maior êxito e a sua grande contribuição para as pistas de dança.

    Um verdadeiro clássico Disco Soul, que chegou aos lugares cimeiros dos tops britânicos e que soa, hoje, tão certeiro como na data em que foi editado.

     

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