• Poder Soul

    6 janeiro 2020 – 10 janeiro 2020

    Segunda-feira

    Ed Pauling + The Exciters

    Soul house

    Savoy

    Um dos fundadores dos míticos 5 Royales, Lowman Pauling nasceu em Winston-Salem, na Carolina do Norte, em 1926.

    O percurso artístico deste compositor e guitarrista de eleição, que é citado como uma das principais influências de gente como James Brown, Steve Cropper ou Eric Clapton, iniciou-se na companhia dos seus irmãos Clarence e Curtis, como banda suporte do grupo do seu pai – Lowman Pauling Sr. – o Royal Sons Gospel Group. 

    Apadrinhado pelo Dj local Robert Woodward, o grupo foi contratado pela Apollo Records, dando origem aos 5 Royales e arrancando para uma decisiva carreira discográfica que, entre 1952 e 66, se reflectiu em quatro Lps e algumas dezenas de singles, editados por marcas como a King, a Home of the Blues, a Vee Jay, a Abc-Paramount, a Todd, a Smash ou a White Cliffs, decisivos para a história do Doo Wop, dos Rhythm & Blues e da Soul.

    Até 73, o ano da sua morte, Lowman Pauling ainda gravou alguns grandes discos, como El Pauling, na companhia dos Royal Abbit e dos Royalton, para a Federal e enquanto Ed Pauling + The Exciters, através da Savoy.

    Editado em 65 – “Soul house” – foi um dos dois sete-polegadas que gravou sob o nome Ed Pauling + The Exciters e é, na minha opinião, a sua maior contribuição para as pistas de dança, em nome próprio.

    Um contagiante instrumental, que cruza de forma magistral Rhythm & Blues, Rock’n’Roll e Soul, retrata na perfeição a sua mestria na guitarra e se transformou num colecionável hino nos vários quadrantes da cena retro.

     

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    6 janeiro 2020 – 10 janeiro 2020

    Terça-feira

    Frank Hutton

    Old man me

    Goodie Train

    Embora apenas tenha gravado um single, o misterioso Frank Hutson deu voz a uma das mais belas canções Soul de toda a história.

    Aparentemente oriundo de uma familia de músicos amadores que se dividia entre Richmond e Oakland, na Baía de San Francisco, e que se reunia, ao fim-de-semana para ensaiar, ora em casa de uns, ora em casa de outros, Frank Hutson acabou por ser contratado pela Goodie Train, independente de culto de Los Angeles que nos deu clássicos incontornáveis de nomes como Cleo Page, Chris Jones ou Eboney Essence, para gravar esta verdadeira obra-prima, nos primeiros anos da década de 70.

    Escrito por Cleo Page, “Old man me” é o lado B deste disco, que teve também uma prensagem atribuída a Frank Hutton, e não Hutson, e o tema que o perpetuou.

    Uma imensa canção, suportada por um extradionário e inconfundível back-beat e servida por uma enorme interpretação, que foi discretamente introduzida por Richard Searling no Wigan Casino, há mais de quatro décadas, mas que, nos últimos anos, se transformou num Graal da cena especializada, trocando de mãos na casa dos milhares.

     

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    6 janeiro 2020 – 10 janeiro 2020

    Quarta-feira

    Deep Heet

    Funky beat

    Heet

    Guitarrista e cantor, Frank Gomez nasceu em Ft. Benning, na Georgia, em 1954, mas foi em Austin, no Texas, que fez quase toda a sua longa mas discreta carreira, tendo passado as últimas quatro décadas a tocar Blues e derivados, em bares, restaurantes ou festas corporativas e gravado dois pouco relevantes álbuns, em nome próprio, já neste milénio.

    Mas foi no início do seu percurso, na companhia dos seus irmãos, aparentemente, ainda na Georgia, que deixou a sua marca, quando formou os Deep Heet, na segunda metade dos anos 70, e resolveu gravar o seu único sete-polegadas, por sua conta e risco.

    “Funky beat” é o lado b desse belo double-sider, editado pela Heet, marca que os irmãos criaram para o efeito, e um absoluto clássico Funky Soul.

    Uma poderosa canção, dominada pela guitarra e com um groove irresistível, que desde que foi introduzida nas cenas Soul e Deep Funk, no fim dos 90, se transformou numa arma entre o seus mais progressivos Djs e foi, finalmente, incluída no oitavo volume da série “Movements”, assinada por Tobias Kirmayer, para a sua Tramp.

     

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    6 janeiro 2020 – 10 janeiro 2020

    Quinta-feira

    Exit

    Detroit leanin

    IPS

    Nativo de Detroit, George Gullet fixou-se em Panorama City, no vale de San Fernando, na Califórnia, no princício dos anos 80.

    Foi lá que continuou a sua carreira como one-man band e que construiu o seu estúdio caseiro, onde gravou, sozinho, os dois sete-polegadas que lançou na sua IPS Records, entre 82 e 86, primeiro enquanto Exit e mais tarde como Colour.

    Depois de um longo interregno, George Gullet voltou aos discos, em 2017, para editar um questionável álbum, que nos leva a perguntar se será a mesma pessoa que assinou esta verdadeira pérola.

    É mesmo!

    “Detroit leanin”, que aparentemente é uma elegia à sua Motor City natal, é o seu primeiro disco e a sua grande contribuição para as pistas de dança.

    Um absoluto monstro Boogie que nunca falha quando lançado nos mais esclarecidos clubes, raro e altamente colecionável no seu formato original que, em 2010, foi reeditado pela Superior Elevation, de Tom Noble, tornando-se acessível a todos os comuns mortais.

     

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    6 janeiro 2020 – 10 janeiro 2020

    Sexta-feira

    Eunice Collins

    At the hotel

    Mod-Art

    Eunice Collins nasceu em 1951, em Chicago.

    Começou a estudar música no emblemático Malcolm X College, tendo integrado o seu prestigiado African-American Jazz Ensemble, com quem, embora não tenha sido creditada, gravou um dos seus Lps, em 1972, e apareceu na capa do Chicago Defender, chamando a atenção de alguns protagonistas da cena músical da Windy City.

    O frágil e pouco fiável cantor, compositor e produtor Chuck Sibit foi um deles e convenceu-a a gravar um single para a Mod-Art, um das duas independentes que havia fundado e que nos deu discos marcantes de nomes como The Chosen Few e Guitar Red e reprensou clássicos de McKinley Mitchell ou dos Newsounds.

    O disco foi gravado em péssimas condições, sem uma ponta de profissionalismo, tendo as segundas vozes sido recrutadas nas ruas adjacentes ao pequeno estúdio, o título da sua canção alterado sem que lhe fosse dada qualquer satisfação e o seu lançamento tão atribulado, que Chuck Sibit resolveu mudar-se para a Califórnia e entregar-lhe algumas cópias para ela o trabalhar.

    Traumatizada pelo processo, Eunice Collins decidiu desistir da sua carreira artistíca mas, mesmo assim, deixou-nos uma autêntica obra-prima Sweet Soul.

    Editada em 74, “At the hotel” é uma canção que roça a perfeição, que está entre a melhor música negra registada naquela década e que se transformou num dos mais cobiçados discos da cena especializada.

     

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