• Poder Soul

    31 julho 2017 – 4 agosto 2017

    Segunda-feira

    Carlton Basco

    Don't chain my soul

    Freedom (1971)

    Não é muita a informação biográfica existente sobre Carlton Basco.

    Oriundo do Louisiana, este organista terá sido um requisitado músico no circuito local, mas teve um reduzidíssimo output discográfico, em nome próprio, tendo apenas editado dois singles nos primeiros anos da década de 70, ambos para a pequena editora de culto de Alexandria – Freedom Records.

    “Don’t chain my soul”, gravado em 71, será o seu disco de estreia.

    Esta perfeita bomba Funk, que arranca apoiada nuns inigualáveis breaks de bateria, incendeia qualquer pista de dança e é uma arma essencial nos melhores clubes Soul e Deep Funk, desde que foi “descoberta”, na segunda metade dos anos 90.

    A escassez e elevada cotação das cópias originais terá levado a germânica Tramp a reeditar esta contagiante canção, em 2006, para alegria de muitos.

     

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  • Poder Soul

    31 julho 2017 – 4 agosto 2017

    Terça-feira

    Richard Stoute

    What bag I'm in

    Trex (1972)

    Richard Stoute transformou-se numa das figuras de proa da cena musical dos Barbados, depois de ter sido coroado “The Caribbean Soul King” num concurso local, em 1971.

    Este membro fundador dos míticos Opels, que emprestou várias vezes a sua voz ao lendário Blue Rhythm Combo, gravou um número apreciável de singles e um Lp até aos primeiros anos da década de 80 e acabou por apadrinhar quase a totalidade do talento surgido na pequena ilha das Caraíbas, ao fundar, em 77, o “Richard Stoute Teen Talent Contest”, concurso por onde passaram muitas das estrelas locais e que ainda se mantém decisivo.

    “What bag I’m in”, gravado em 72 para Trex, uma das subsidárias da seminal editora local – Wirl – é um dos seus primeiros discos e uma verdadeira obra-prima de Island Soul.

    Acompanhado por uma banda liderada pelo grande teclista Lloyd Wilson Jr., Richard Stoute assina aqui um verdadeiro clássico Crossover, apoiado numa prestação reminiscente do estilo Crooner, que lhe confere uma dimensão extra.

    Extremamente raro na sua edição original, “What bag I’m in” foi, oportunamente, reeditado pela Sticky, em 2009.

     

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  • Poder Soul

    31 julho 2017 – 4 agosto 2017

    Quarta-feira

    The Nightriders

    Lookin' for my baby

    Sue (1959)

    O baixista Doc Starkes e o cantor Melvin Smith formaram os Nightriders em 1954.

    O grupo era composto por experimentados músicos de Rhythm & Blues, todos com currículos sólidos, que procuravam explorar linguagens emergentes, como o Rock’n’Roll.

    Inicialmente baseados em Filadélfia, os Nightriders acabaram por andar, constantemente, para cima e para baixo, fazendo toda a Costa Este, até ao Canadá, gravando um número significativo de singles para editoras de cidades distintas como a Grand, a Apollo, a Teen, a Capitol, a Swan, a MGM, a Linda, a Modern Sounds, a Cherry, a Cortesy ou a Sue.

    “Lookin’ for my baby”, editado em 59 pelo histórico selo nova-iorquino de Juggay Murray, é o seu momento de génio e um dos maiores Holy Grails da cena Rhythm & Blues.

    Este incisivo petardo leva ao delírio qualquer pista de dança e é alvo de uma caça desenfreada pelos mais irrequietos colecionadores de música negra, até porque todas as suas raízes estão aqui presentes.

    É, infelizmente, mais um daqueles discos que troca de mãos na casa dos milhares, que nunca teve uma reedição oficial e que, por isso, tem sido alvo de bootleging.

     

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  • Poder Soul

    31 julho 2017 – 4 agosto 2017

    Quinta-feira

    Village Sounds

    These windows

    Onyx (1969)

    The Village Sound, ou Village Sounds como aqui é creditada, foi uma emblemática banda Garage de Memphis, fortemente influênciada pelo som da Stax.

    Este grupo de irrequietos jovens brancos, fascinados pela cultura negra, esteve activo na segunda metade da década de 60 e gravou uma mão cheia de sete-polegadas, para pequenas marcas locais como a Hip e a Onyx.

    “These windows”, gravado em 69 para a Onyx, é o seu derradeiro disco e precede, em cerca de um ano, o seu mítico concerto de despedida.

    É também o seu grande hino.

    Uma deliciosa canção, com um Groove irresistível, um órgão e uns sopros imaculados e umas vozes preciosas, que foi imediatamente adoptada pela cena Northern Soul e se mantém fresca quase cinco décadas depois.

     

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  • Poder Soul

    31 julho 2017 – 4 agosto 2017

    Sexta-feira

    LaShawn Collins

    What you gonna do now

    Sincere (1971)

    Pouco ou nada se sabe acerca de James LaShawn Collins, para além do facto de alguns seus familiares afirmarem que este disco lhe foi roubado, não sendo claro se isso significa nunca ter recebido quaisquer direitos ou se estas canções foram editadas sem o seu acordo ou autorização.

    Uma coisa é certa “What you gonna do now” é um dos melhores discos Crossover da história e um dos mais deliciosos pedaços de Soul gravados na profícua cidade de Chicago.

    Editado pela pequena Sincere Records em 71, o único vestígio discográfico de LaShawn Collins teve quatro prensagens com rótulos em cores diferentes e duas misturas distintas.

    As edições em azul, vermelho e amarelo contêm a versão que realmente importa e a verde uma mistura bastante mais fraca, onde não se sente a presença do vibrafone que lhe confere uma parte significativa do seu carisma.

    Peso pesado da cena Northern Soul nas últimas quatro décadas e extremamente raro nas suas edições originais, este disco indispensável foi reeditado pela Escrow, em 2006.

     

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