• Poder Soul

    30 dezembro 2019 – 3 janeiro 2020

    Segunda-feira

    King Cain Silvertone Band

    Don’t give a damn

    Big Star

    É praticamente nula a informação disponível acerca da King Cain Silvertone Band.

    Presume-se que era oriunda de Detroit, que terá estado activa na viragem dos 60 para os 70 e que apenas gravou um sete-polegadas, para a Big Star, independente fundada pelo guitarrista de Blues do Alabama, radicado na Motor City, Bobbo Jenkins, que também nos deu singles colecionáveis de Ellen Jackson Big Star Band e de Syl Foreman.

    Ainda assim, “Don’t give a damn” foi o suficiente para garantir um lugar na história a esta misteriosa banda.

    Um grande instrumental Funk, suportado por um incisivo break-beat e dominado por um orgão sujo como convém e uma guitarra certeira, que está entre o melhor que o género nos deu na profícua Detroit e que, nos anos 90, se transformou numa arma secreta para Djs chave da cena especializada como Mr. Fine Wine ou Keb Darge.

    Depois de ter sido incluído num trio de colectâneas foi reeditado em 45 rotações, pela germânica Tramp, em 2014.

     

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  • Poder Soul

    30 dezembro 2019 – 3 janeiro 2020

    Terça-feira

    The Creations

    I wan’na talk to you

    Paul Winley Productions

    Mais um disco envolto num denso mistério, que não posso deixar de trazer ao Poder Soul.

    Embora no Discogs este sete-polegadas seja atribuído aos Creations dos arredores de Detroit que, em 1962, gravaram para Mel-o-dy, marca criada pela Motown que, acima de tudo, tentou explorar o mercado Country, com uma ou outra incursão ao Doo Wop, isso não é verdade.

    Assim como não é plausível que exista qualquer relação com as bandas com o mesmo nome que, nessa altura, gravaram para a Penny, em Chicago, para a Jamie, em Filadélfia, ou para a Zodiac, também em Detroit, até porque estes serão uma encarnação dos míticos Brothers of Soul.

    Para tornar a coisa ainda mais confusa, existem registos de bandas, de inspiração Doo Wop ou Rhythm + Blues, chamadas The Creations, em New Jersey, em Indianapolis ou em Cleveland, além de ser uma designação comum entre grupos Garage da década de 60.

    Seja como for, “I wan’na talk to you”, que foi gravado em 63 para a Paul Winley Productions, uma das marcas do crucial e tentacular produtor nova-iorquino que, depois de ter marcado a cena Blues, foi essencial no advento discográfico do Hip Hop, é um verdadeiro Graal das cenas Mod, Soul e Rhythm + Blues.

    Uma contagiante canção que tem gerado a loucura dos mais ambiciosos e abastados Djs e colecionadores, desde que foi introduzida nos clubes especializados, tendo trocado de mãos por valores com quatro algarismos, nos tempos mais recentes.

     

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  • Poder Soul

    30 dezembro 2019 – 3 janeiro 2020

    Quarta-feira

    Chain of Fools

    Searching for a brand new love

    Mars La Tour

    Apesar de a Mars La Tour, assim como a sua marca mãe Atteiram, fundada por Carl Queen, em 1971, se terem distinguido por serem as grandes dinamizadoras do Bluegrass e do Folk de Marietta e de Smyrna, é inquestionável o estatuto de culto de que goza na cena Soul especializada, justificado pela edição de alguns dos mais disputados sete-polegadas da Georgia. 

    Foi para esta independente que Rickey Andrews gravou “Chances are your dance is mine”, um monstro Funky Soul que já teve o seu destaque no Poder Soul, tendo acontecido o mesmo com os marcantes discos de Arthur Willis + The Soulful Dynamics, Alton Reid + The Voodoo Children e destes misteriosos Chain of Fools.

    Esta banda, aparentemente oriunda de Marietta, apenas gravou um single nos primeiros anos da década de 70 e, ainda assim, garantiu um lugar na história da melhor Soul.

    “Searching for a brand new love” é o lado A desse extraordinário e altamente colecionável double-sider, que tem “It takes two” na face oposta.

    Uma maravilhosa canção Sweet Soul, com um ligeiro tempero psicadélico e um delicioso registo low-fi, que espera ansiosamente por uma reedição, de forma a ter o alcance que merece.

     

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  • Poder Soul

    30 dezembro 2019 – 3 janeiro 2020

    Quinta-feira

    L.F.S.B.

    Star Bird I

    Star

    Nascido em 1953, Leroy Franklin é um dos mais subvalorizados herois da cena Soul, Disco e Boogie de San Antonio, no Texas, do início dos anos 80.

    O imenso talento e visão deste teclista e compositor está ligado à importante Mel Production Band, projecto liderado por Mel Waiters que, entre 79 e 80, nos deu um sólido Lp e um excelente par de singles, aos misteriosos Chinook que assinaram um verdadeiro Graal Boogie e à sua Leroy Franklin Starbird Band, grupo que juntou Jeanine Love, Harold e Anthony Jackson, Alonzo Gonzales e Lionel Ussin, para gravar aquele que é considerado o primeiro tema de Rap daquele estado norte-americano e que foi prensado no lado b do seu único sete-polegadas.

    Registado no mitíco estúdio de Manny Guerra, o fundador da G.C. Productions, responsável por lançar projectos de culto como Mickey and The Soul Generation, Mickey + Them ou Latin Breed, entre outros – “Star Bird I” – é o lado A desse disco e uma verdadeira pérola Disco Soul, que foi lançada, em 81, através da Star Records, marca criada para o efeito.

    Uma imensa canção que está entre o melhor Disco independente alguma vez gravado e que, felizmente, teve uma cuidada reedição, em 2009, através da Heavy Light Records.

     

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  • Poder Soul

    30 dezembro 2019 – 3 janeiro 2020

    Sexta-feira

    Bill Avery + Love Co.

    Disco fever

    Big Dee

    Nativo de Anniston, Bill Avery foi um dos protagonistas das cenas Disco e Boogie do Alabama.

    Entre o fim da década de 70 e os primeiros anos da de 80, gravou três singles: dois na companhia dos Love Co., para a Big Dee, independente local, especializada em Gospel, fundada por Dee Brown, o produtor deste disco, e um com os Blackhawk, através da Magic City, que é o único lançamento da banda e do pequeno e misterioso selo de Birmingham.

    Gravado em 1978, nos estudios Wishbone Inc., em Muscle Shoals – “Disco fever” – é a sua maior contribuição para as pistas de dança e, de longe, o seu mais genial momento.

    Uma autêntica bomba Disco Funk, com um groove contagiante, que reproduz de forma extremamente eficaz um clima de festa, que se transformou numa arma certeira entre os mais progressivos Djs da cena especializada e foi incluída, numa versão extendida, no segundo volume da série “Disco Love”, assinada pelo escocês Al Kent e editada pela B.B.E..

     

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