• Poder Soul

    3 julho 2017 – 7 julho 2017

    Segunda-feira

    James Reese + The Progressions

    Let's go (it's summertime)

    Najma (1969)

    Oriundo de Spartansburg na Carolina do Sul, James Reese começou por ser um professor e director de uma banda de um Liceu público local que, nas suas férias lectivas, fazia tours com estrelas do Motown como os Temptations ou Diana Ross, na segunda metade dos anos 60.

    Trombonista de excepção, Reese manteve-se activo até 1977, ano em que se entregou por completo a Jesus Cristo e levou o seu talento para a Igreja, mas sem que antes tenha juntado os nomes de Al Green ou Jackson 5, ao rol de notáveis que o contratavam.

    “Let’s go (it’s summertime)”, gravado em 69 para a mítica editora local, Najma, é o único disco que lançou com a sua banda – The Progressions – enquanto esteve ligado à industria musical.

    Este maravilhoso instrumental, em que Reese junta o órgão ao trombone, é o exemplo acabado do seu génio enquanto compositor, arranjador, produtor e director de orquestra.

    Génio confirmado recentemente, através dos dois sete-polegadas inéditos que a Super Disco Edits se encarregou de editar.

     

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  • Poder Soul

    3 julho 2017 – 7 julho 2017

    Terça-feira

    Maurice Jackson

    Lucky fellow

    Candle Lite (1971)

    Nascido em Chicago, em 1944, Maurice Jackson iniciou a sua carreira no fim da década de 60.

    Gravou uma mão cheia de singles, em nome próprio, e fez parte do line-up de grupos com alguma projeção, como os Independents e os Silk.

    “Lucky fellow”, gravada em 71 para a Candle Lite, é a versão original de um dos maiores hinos que a lenda Leroy Hutson viria a gravar para a Curtom.

    Não tendo o poder do take que o principal parceiro de Curtis Mayfield registou, em 75, esta versão prévia de “Lucky fellow”, não só revela uma das melhores canções Soul escritas nessa década, como tem um charme muito especial, apoiado numa interpretação quase naif que explora, intencionalmente, uma deliciosa fragilidade.

    Não sendo especialmente raro nem inacessível, até porque teve uma reedição em 72, através da Lakeside, este é um documento absolutamente obrigatório em qualquer coleção que pretenda cobrir a Soul produzida nos anos 70.

     

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  • Poder Soul

    3 julho 2017 – 7 julho 2017

    Quarta-feira

    Union

    Strike

    Mesa (1970)

    Brenton Wood, o cantor nascido em Shreveport, no Louisiana, que, em 67, invadiu o Top da Billboard com “Gimme little sign” era, na realidade, Alfred Jesse Smith.

    O seu enorme sucesso não o impediu de, além de ser reconhecido enquanto cantor, querer impor o seu verdadeiro nome enquanto escritor de canções.

    “Strike”, o único single dos Union, uma espécie de super-grupo, que juntava nomes como George Semper, Phil Kelsey, Sterling Smith ou Gail Anderson e que, na realidade, nunca existiu para além da sessão de gravação deste disco, é uma dessas chamadas de atenção.

    Esta poderosa e activista canção Funk, editada pela Mesa Records em 1970, não chegou a cumprir o seu desígnio, acabando por cair no esquecimento e por não ter ido além da sua pequena tiragem inicial, mas veio a transformar-se, duas décadas e meia mais tarde, num verdadeiro petardo da cena Soul.

    Extremamente raro na sua edição original, foi incluído na espantosa colectânea da Numero Group, “Eccentric Soul – Omnibus: vol. 1”, uma caixa que reúne 45 dos mais raros e inacessíveis singles da mais obscura Soul dos anos 60 e 70.

     

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  • Poder Soul

    3 julho 2017 – 7 julho 2017

    Quinta-feira

    Eddie + Ernie

    Bullets don't have eyes

    Ever-Soul (2008)

    Ernie Johnson Jr. e Eddie Campbell nasceram no Texas mas conheceram-se em Phoenix, no Arizona.

    No início dos anos 60, com 16 e 19 anos de idade, foram convidados por Carl LaRue, para darem voz a algumas das canções que tocava regularmente no Zanzibar Club, começando uma parceria que durou cerca de uma década e que, embora não os tivesse levado ao estrelato, rendeu-lhes uma promissora carreira que os levou a vários pontos dos Estados Unidos – de Phoenix a Chicago, passando por Nova Iorque, onde chegaram ao palco do Apollo, ao lado de nomes como Gene Chandler, Wilson Pickett ou os Temptations.

    Entre 63 e 72, editaram um número apreciável de singles para marcas como a Eastern, a Chess, a Columbia, a Revue ou a Buddah, mas este “Bullets don’t have eyes”, uma das suas derradeiras gravações ficou na prateleira praticamente trinta anos.

    Desvendada por Dave Godin, através da sua recolha para a Kent – “Lost friends” – esta grande canção Crossover é uma verdadeira obra-prima e merecia ter tido outro destino.

    Mas mais vale tarde do que nunca e quando, em 2008, foi prensada num sete-polegadas, pela subsidiária da Daptone – Ever-Soul – foi recebida entusiasticamente por todos os amantes da melhor Soul.

     

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  • Poder Soul

    3 julho 2017 – 7 julho 2017

    Sexta-feira

    Louis Jordan

    Workin' man

    Tangerine (1963)

    Falar de Louis Jordan é falar de um dos maiores monstros da história da música negra e de um dos mais decisivos precursores da revolução Rhythm & Blues, fonte de inspiração para nomes tão marcantes como Ray Charles ou James Brown, entre muitos outros.

    Nasceu em 1908, em Brinkley, no Arkansas, iniciou a sua carreira profissional no princípio dos anos 30, estreou-se em disco para a Decca em 38, com os seus Tympany Five, e até 75, o ano da sua morte, registou um impressionante espólio, que tem lugar garantido na História do século XX e lhe rendeu a alcunha “The Father of The Rhythm & Blues”.

    “Workin’ man”, editado em 63 pela Tangerine de Ray Charles, é um dos muitos hinos de pista de dança que nos deixou.

    Esta imensa canção, escrita por Titus Turner, cruza de forma imaculada Rhythm & Blues e Soul a uns extraordinários arranjos Big Band e foi adoptada pela cena Popcorn belga, antes de se transformar num clássico dos melhores clubes Mod e Rhythm & Blues.

    Não sendo incomportável, como outros discos de Louis Jordan, “Workin’ man” é completamente obrigatório em qualquer colecção de música negra que se proponha reflectir todo o seu estimulante espectro.

     

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