• Poder Soul

    26 junho 2017 – 30 junho 2017

    Segunda-feira

    Ju-Par Universal Orchestra

    Time

    Ju-Par (1976)

    A Ju-Par Universal Orchestra era a banda de estúdio da Ju-Par Records, editora independente de Detroit, fundada em 76 por John “Juney” Garrett e Richard Parker, que viria a ser distribuída pela Motown durante doze meses e nos deu projectos como os Sly, Slicked + Wicked, Flavor ou Livin’ Proof.

    Com músicos de topo no seu line-up, como o guitarrista Phil Upchurch, o teclista e produtor Dick Boyell ou o baixista Lou Satterfield, a Ju-Par Universal Orchestra gravou “Moods and grooves”, em 76.

    Um sólido e marcante Lp que cruza de forma genial Jazz, Soul e Funk, predominantemente instrumental mas com a notável presença dos mais deliciosos coros.

    “Time” é, na minha opinião, a melhor faixa do álbum e não será por acaso que é o lado b do único sete-polegadas retirado do seu alinhamento.

    Uma enorme excursão cósmica que é obrigatória em qualquer coleção de música negra até porque, entre as duas edições que “Moods and grooves” teve e o single em que foi incluída, não faltam formatos disponíveis sem que se tenha que cometer nenhuma loucura.

     

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  • Poder Soul

    26 junho 2017 – 30 junho 2017

    Terça-feira

    Seleno Clarke

    Stimulation

    Right-On (197?)

    Nativo de Washington D.C., o saxofonista de formação, Seleno Clarke, mudou-se para Nova Iorque, no início dos 60, para se render ao poder do órgão Hammond B3.

    Tocou com Count Basie, Grant Green, Melvin Sparks ou George Benson, entre outros, mas teve um reduzido output discográfico, em nome próprio, embora, ainda hoje, tenha uma residência semanal num clube de Harlem, onde mantem viva a chama do Hammond.

    “Stimulation” é o último dos dois únicos discos que assinou, no princípio da década de 70.

    Um contagiante instrumental, com uma fabulosa intro spoken-word, que se transformou num enche-pistas da cena Deep Funk, levando Djs e colecionadores à loucura, até ter sido descoberto um número significativo de cópias desta edição privada.

    É, ainda assim, um disco para os mais militantes e apaixonados.

     

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  • Poder Soul

    26 junho 2017 – 30 junho 2017

    Quarta-feira

    King Moses

    I've got this feeling

    Pet (1981)

    Aparentemente, King Moses é James Weeden, um cantor de Cleveland que, com Vance Dalton, formou o grupo de Gospel Funk – King James Version – no princípio dos anos 70.

    Se como membro dos King James Version, o verdadeiramente excêntrico Weeden, gravou vários Lps e singles até ao fim da década de 80, como King Moses editou apenas um sete-polegadas que, até há muito pouco tempo, era tido como um mistério e estava longe de lhe ser atribuído.

    “I’ve got this feeling”, editada em 81 pela também misteriosa Pet, é uma maravilhosa canção em que Disco e a mais doce Soul colidem de forma tão imprevista, como o espantoso solo de guitarra que a vem a dominar, para arrasarem com qualquer pista de dança.

    Introduzido na cena especializada por Dave Thorley há mais de três décadas, este raríssimo disco é um daqueles em que as cópias originais se contam pelos dedos e cuja cotação no mercado de usados está sempre na casa dos milhares.

    Felizmente foi reeditado pela canadiana Soul Tribe, em 2008.

     

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  • Poder Soul

    26 junho 2017 – 30 junho 2017

    Quinta-feira

    Barbara Trent

    Heart break hotel

    Red Label (1970)

    Barbara Trent foi uma cantora de Jazz e Rhythm & Blues sobre quem se sabe muito pouco.

    Estreou-se em disco em 1961, com um single para a pequena editora de Cincinnati, Terry, e só volta aos discos no princípio dos anos 70, com mais três sete-polegadas para a Red Label, de New Jersey.

    Editada em 1970, esta fabulosa versão Soul Jazz da canção imortalizada por Elvis Presley é, a par de “A woman was made for a man”, assinada pelo Richi Corbin Trio, a sua grande contribuição para a história.

    “Heart break hotel” foi introduzida nos clubes Soul por Ian Wright, na década de 90, e incluída no segundo volume da sua série, Sister Funk.

    Desde aí tem conquistado adeptos em todos os quadrantes da cena retro, tem sido alvo da costumeira cobiça e acabou reeditada pela Jazzman, em conjunto com o seu outro grande clássico.

     

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  • Poder Soul

    26 junho 2017 – 30 junho 2017

    Sexta-feira

    Bold Breed

    Mood for love

    Bold Breed (197?)

    É quase nula a informação sobre este grupo da Carolina do Norte que editou dois singles no princípio dos anos 70.

    Conseguimos perceber que ambos os discos saíram em edição de autor, que terão tido pequenas tiragens, que apenas tiveram distribuição local e que o grupo despareceu sem deixar qualquer rasto.

    Ainda assim deixaram a sua marca na história da melhor música negra da década com este espantoso e raríssimo “double-sider”, que junta duas imensas canções – “Let me down easy”, no lado b, e este “Mood for love, no lado a.

    Esta perfeita bomba Funky Soul foi descoberta há relativamente pouco tempo e tem, desde aí, levado à loucura os melhores clubes da cena Soul e sido alvo de uma caça desenfreada pelos mais ambiciosos Djs e colecionadores, atingido valores só ao alcance dos mais abastados, no mercado de usados.

    Foi reeditada pela Tramp, em 2015, atingindo, finalmente, o alcance que merece.

     

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