• Poder Soul

    25 dezembro 2017 – 29 dezembro 2017

    Segunda-feira

    Milly + Silly

    Getting down for Xmas

    Right-On

    O Natal sempre foi altamente considerado pelos principais artistas de música negra sendo um tema amplamente explorado tanto por nomes fundamentais como James Brown, Albert King ou Ike + Tina Turner como por seus herdeiros como os Poets of Rhythm, sob a designação Soul Saints Orchestra, ou Binky Griptite, em nome da Daptone.

    São inúmeros os hinos Soul e Funk motivados por esta quadra festiva e este ano resolvi partilhar aqui um dos meus favoritos.

    “Getting down for Xmas” é o lado b e a versão instrumental de “It’s a Xmas tree”, o único single dos misteriosos Milly + Silly, gravado em 1973 para a Right-On Records, uma subsidiária da Farem Productions Inc., de Detroit.

    Este espantoso instrumental, que explora uma das mais familiares melodias natalícias, arranca com um tremendo break, que já foi usado por ícones do Hip Hop como Kool G Rap ou Main Source, e constrói-se sobre um Wah Wah certeiro, fazendo as delicias tanto dos adeptos do mais Deep Funk como dos mais fanáticos B-Boys.

    Mais um disco raro no seu formato original, foi incluído por Josh Davis ou Dj Shadow no primeiro volume da série Funk Spectrum e é perfeito para vos desejar um Bom Natal!

     

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  • Poder Soul

    25 dezembro 2017 – 29 dezembro 2017

    Terça-feira

    Steam Heat

    Since I met you

    Fable

    Fundada em 1973 pelo trombonista Mike Mordecai, a Fable Records editou alguns dos mais colecionáveis Lps a saírem de Austin, no Texas, da fusão Jazz Funk dos Starcrost ou dos 47 Times its own Weight à Soul hibrida dos Steam Heat.

    Liderados pela enorme voz de Bruce Spelman, os Steam Heat foram uma banda local de oito elementos, que apenas gravou o raríssimo álbum “Austin Funk”, em 75, antes de se transformar, dois anos mais tarde, em Extreme Heat, mantendo-se em actividade até aos nossos dias.

    “Since I met you” faz parte deste sólido disco que, aparentemente, teve uma curta tiragem de mil cópias e se transformou num dos mais cobiçados longa-durações da música negra da década de 70, por muito que a maioria do line-up dos Steam Heat fosse composta por brancos.

    Esta canção é uma verdadeira obra-prima e um dos mais conseguidos momentos da mais Jazzy Soul, que teve em Gil Scott-Heron o seu supremo representante.

    Um clássico da cena Rare Groove que se mantém tão pertinente hoje como quando foi lançado nos clubes especializados britânicos, há mais de três décadas.

     

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  • Poder Soul

    25 dezembro 2017 – 29 dezembro 2017

    Quarta-feira

    Sam Ward

    Sister Lee

    Groove City

    James T. Woodley nasceu em Birmingham, no Alabama, em 1929.

    Mudou-se para Detroit nos anos 50 e no fim da década era uma presença assídua nos palcos dos clubes nocturnos da cidade, acabando por ser contratado por Berry Gordy para a ainda jovem Motown.

    Rebaptizado Singing Sammy Ward por Miss Ray, a mulher do seu novo patrão, estreou-se em 60 com um dueto com Sherri Taylor e, até 64, editou sete singles para a Motown, a Tamla e a Soul, diferentes marcas do império discográfico da Motor City.

    Acabou por abandonar o grupo editorial de Berry Gordy por, ao contrário do que estava a acontecer com outros nomes, não ter o sucesso desejado e, em 68, associa-se a Richard Popcorn Willie para gravar o seu mais marcante sete-polegadas, para a independente Groove City.

    “Sister Lee” não lhe valeu o êxito que lhe fugia e foi até o seu derradeiro esforço, mas transformou-se num dos maiores clássicos da cena Northern Soul.

    Esta crua e musculada canção, que faz parte da banda sonora essencial da história do militante movimento britânico, é uma rara e disputada joia no seu formato original e, ao longo, das últimas quatro décadas e meia, tem sido alvo de algumas reedições, umas legais outras não, e incluída num sem número de compilações especializadas.

     

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  • Poder Soul

    25 dezembro 2017 – 29 dezembro 2017

    Quinta-feira

    Mugo

    Space travel

    United World

    Em 1971, oito estudantes de um liceu de Washington D.C. formaram os Sound Affect Band que, mais tarde, se transformariam nos Mugo ou Music, Unity, Guidance and Organization.

    A meio da década de 70 o grupo pisava com regularidade os palcos da cidade e tem oportunidade de ir para estúdio onde grava várias canções, com o objectivo de editar, sucessivamente, alguns singles, algo que não viria a acontecer.

    “Space travel” é o lado b de “Organize”, o seu único sete-polegadas editado pela pequena e misteriosa editora United World.

    Esta enérgica canção Funky Soul, escrita pelo líder da banda – Reuben McNair Jr – e temperada por doses certeiras de psicadelismo e afro-centrismo, tem vindo a ganhar espaço nas pistas de dança dos mais progressivos clubes da cena Soul e é apenas um dos grandes temas desta banda, que merecia ter outro tipo de reconhecimento.

    Kenny Dope encarregou-se de lhes fazer justiça, reeditando este single, em 2007, e reunindo a totalidade das suas gravações num álbum de 2010, que está carregado de grandes inéditos.

     

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  • Poder Soul

    25 dezembro 2017 – 29 dezembro 2017

    Sexta-feira

    Al Hudson + The Soul Partners

    Trying to prove my love

    Abc

    Al Hudson formou os Soul Partners em Detroit, a meio da década de 70, para vir a ter um papel de relevo na cena Disco, que começava a emergir.

    Entre 75 e 79, gravou quatro Lps e dezena e meia de singles para a ATCO, a Abc e a MCA, entre os quais estão clássicos da cena Soul como “Spread love” e hits Disco como “You can do it”, canção que marca a transição para os One Way, banda que tinha Alicia Myers no seu line-up inicial e que colecionou êxitos até 88.

    “Trying to prove my love”, faz parte do alinhamento do seu álbum de estreia – “Especially for you” – e é, na minha opinião, um dos melhores momentos do competente cantor, compositor e produtor.

    Mais uma vez, o facto de nunca ter sido editada em sete-polegadas, justifica a pouca importância que esta enorme canção Disco Soul, com uma produção e uns arranjos imaculados, tem tido nas pistas de dança especializadas, mas uma coisa é certa – leva qualquer clube ao rubro e, sendo extremamente acessível, tem o efeito das mais valiosas raridades, mostrando que existem várias formas de abordar uma cena onde há muito para descobrir.

     

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