• Poder Soul

    23 – 27 de Maio

    23 de Maio

    Sir Guy + Speller Bros. Band

    Let home cross your mind

    D.P.G. (197?)

    Clarence Barron ou Sir Guy é um vocalista de Norfolk, na Virginia, que esteve activo entre a segunda metade dos 60 e o início dos 70.

    Gravou cinco singles, um para a S.P.Q.R. e quatro para D.P.G., editoras locais que também abrigaram o talento de Lenis Guess e dos Raw Soul.

    “Funky Virginia” é certamente o seu disco mais conhecido mas este “Let home cross your mind” será o mais especial.

    Esta intensa e sofrida canção Soul, gravada com a misteriosa Speller Bros. Band, é uma espécie de balada uptempo, aparentemente inspirada em “There was a time” de James Brown, pelo que a sua base instrumental é um exercício do melhor e mais cru Funk.

    Talvez por isso, e porque o mercado começava a reagir melhor ao som mais sofisticado que anunciava o Disco, foi regravada mais tarde com os Raw Soul e editada como “I need you baby”, com o mesmo número de catálogo.

    Sendo ambas as edições de extrema raridade, a Jazzman, através da sua subsidiária Soul 7, fez-nos um grande favor ao juntá-las num só sete-polegadas.

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  • Poder Soul

    23 – 27 de Maio

    24 de Maio

    Barbara Stant

    My mind holds on to yesterday

    Shiptown (197?)

    Tal como Sir Guy, Barbara Stant também faz parte da comunidade Soul de Norfolk, na Virginia.

    Barbara Holmes chega a Norfolk ainda criança, vinda de Petersburg. Começou a cantar na igreja. Formou um grupo de Gospel. E foi bater à porta de Noah Biggs com a sua parceira e amiga Debbie Taylor.

    Biggs, um activista musical, que além de ter uma loja de discos – a Nimrod Records – era agente, promotor e tinha fundado a Shiptown, editora local alvo de algum culto, ouviu-a e apostou no seu talento, rebatizando-a como Barbara Stant.

    Através de Biggs, Barbara colabora com algumas figuras chave da cena Soul local, como Lenis Guess, os Raw Soul ou os Positive Sounds, a backing band de serviço do estúdio da Nimrod, e faz as primeiras partes de gente como Al Green, Barbara Mason, Joe Simon e os Isley Brothers.

    “My mind holds to yesterday” é um dos cinco singles que editou em nome próprio para a Shiptown e um autentico hino Modern Soul.

    Como Noah Biggs tentava usar a sua pequena editora para chamar a atenção das marcas com alcance nacional, as suas prensagens raramente excediam as duzentas unidades e ultrapassavam os escaparates da sua loja.

    Não será de admirar que estes discos sejam hoje altamente colecionáveis.

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    23 – 27 de Maio

    25 de Maio

    Marilyn Barbarin + The Soul Finders

    Reborn

    Bo-Sound (1970)

    Marilyn Barbarin editou quatro singles entre o fim dos anos 60 e o princípio dos 80, todos em selos locais da sua New Orleans.

    Depois de ter sido “apanhada” a cantar na casa de banho da sua escola, foi levada a um estúdio e, aos onze anos, já pisava os palcos. Foi mãe aos catorze, continuou a estudar e a cantar, teve uma vida dura mas manteve-se em actividade até aos nossos dias.

    Depois de se estrear em disco pela Nola, com a pérola R&B “Just a teenager”, grava “Reborn”. Produzido pelo genial Eddie Bo e editado, em 1970, numa das suas editoras – a Bo-Sound – este monstro Funk reflecte o melhor da singular música negra de New Orleans e duma das suas mais subvalorizadas e profundas vozes.

    Só a vida atribulada de Marilyn Barbarin explica a diferença entre a sua assiduidade nos palcos e a reduzida expressão discográfica que a sua carreira tem.

    Ainda assim estamos na presença de mais uma lenda, venerada por amantes dos Rhythm & Blues, do Funk e da Soul.

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    23 – 27 de Maio

    26 de Maio

    Al Mason

    Good lovin’

    Al + The Kidd (1980)

    Al Mason, guitarrista e vocalista de Washington, seria hoje um perfeito desconhecido se “Good lovin” não se tivesse transformado num hino.

    “Descoberto” por James Purdie, membro e produtor de Skip Mahoaney and The Casuals, Al Mason teve a felicidade de conseguir ter acesso ao mítico estúdio de Filadélfia, Sigma Sound.

    “Good lovin” foi gravado nesta sessão e editado, pela primeira vez, como o lado b de um doze-polegadas, para a pequeníssima Al & The Kidd, em 1980. A tiragem do disco foi apenas de algumas dezenas, destinadas à sua promoção. Sem ter tido uma edição comercial este disco troca de mãos por valores faraónicos.

    Em 85, “Good lovin” é reeditado pela Fynal Vynal, desta vez em sete-polegadas, o que lhe abre as portas dos clubes Soul europeus.

    Cedo se transforma num Graal, o que leva a Bunky a repensar o tema, no ínicio dos 90.

    Al Mason gravou mais um maxi, em 84, e dez anos mais tarde, um álbum, que não lhe rendeu quaisquer frutos.

    Os três formatos de “Good lovin” são todos peças de coleção, com valores que reflectem a sua raridade, mas nunca muito acessíveis, não fosse esta canção um verdadeiro clássico das cenas Modern Soul e Deep Disco.

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    23 – 27 de Maio

    27 de Maio

    Bobby Reed

    This time is right for love

    Bell (1970)

    Bobby Reed é mais um obscuro nativo de Washington.

    Apesar de ter gravado meia dúzia de singles, entre o fim dos 60 e o início dos 70, para marcas, como a Loma, a Bell, a Brunswick, a Abbot e a Claytown, permanece um perfeito desconhecido para a grande maioria das pessoas.

    Este pedaço de perfeição crossover é fruto da sua colaboração com uma lenda – Van McCoy – um subvalorizado génio, que nos deu muito mais do que o mega hit “The Hustle”.

    “This time is right for love”, editado em 70 pela Bell, é o perfeito exemplo do talento de McCoy. Uma canção arrebatadora, com uns arranjos e produção extraordinários.

    Foi samplada pelos Saint Etienne e pelos Smif-N-Wesson e fruto de várias releituras e versões, entre as quais uma maravilha uptempo de Gizelle Smith, sendo hoje um verdadeiro trófeu para todos os colecionadores.

    A chamada Sweet Soul dificilmente soa melhor do neste supremo momento…

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