• Poder Soul

    22 abril 2019 – 26 abril 2019

    Segunda-feira

    The Har-You Percussion Group

    Welcome to the party

    ESP Disk

    Em 1962, tentando dar resposta às revoltas juvenis que haviam acontecido nessa época, um grupo de activistas sociais fundou uma organização singular – a Harlem Youth Opportunities Unlimited ou Har-You – com o propósito de, através da educação, envolver os marginalizados jovens afro e latino americanos na vida comunitária e na criação artística, como forma de consolidar a sua auto-estima e o respeito pelo próximo.

    Três anos mais tarde, Montego Joe foi contratado para ensinar percussão Afro-Latina e Jazz áqueles mais interessados em música e o resultado foi tão surpreendente que, em 68, ele resolveu propor a gravação de um disco, cujos proveitos revertiam para o fundo escolar da organização.

    Assim nasceu o Har-You Percussion Group, um extraordinário colectivo composto por Allen Ray, Andrei Strobert, Antonio Santa Cruz, Billy King, David Edmead, Dennis Taitt, Gordon Jones, Joffre Marchand, John Moody, Jose Jimenez, Myles Matthews, Nelson Sanamiago, Nick Kirksey, Sam Turner e Stafford Osbourne, quinze jovens entre os 16 e os 19 anos, carregados de talento.

    Composto por Nick Kirsey, “Welcome to the party” faz parte do alinhamento deste grande disco homónino editado pela ESP Disk, cuja emblemática capa foi citada pelos Young Disciples, e é o seu momento mais dançável.

    Um genial instrumental Soul Jazz Latino que, na década de 80, se transformou num hino da cena Jazz Dance londrina e que permanece tão actual e certeiro com nunca.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    22 abril 2019 – 26 abril 2019

    Terça-feira

    Pick of the Litter

    Runnin’ to a disco

    Mason

    Baixista de eleição, Lonnie Givens fundou os Pick of the Litter, em Chicago, no início da segunda metade dos anos 70, para vir a gravar aquele que seria um dos primeiros clássicos Disco da Windy City.

    Gravada em 77 para a pequena independente local – Mason Records – “Runnin’ to a disco” chamou a atenção de Curtis Mayfield, que tentou licenciar a canção e dar-lhe dimensão nacional, através da Curtom, mas Lee Mason, o detentor dos seus direitos, recusou esta proposta, que representava uma oportunidade de ouro para Lonnie Givens, por achar que o seu sucesso poderia potenciar a sua marca, algo que não viria a acontecer.

    Desiludido Lonnie Givens, mudar-se-ia para Detroit, onde se afirmou como músico de sessão na decisiva Westbound, tendo participado na gravação de inúmeros discos desta importante editora, fundada por Armen Boladian, e, em 82, viria a regravar a canção, para a AIP International, com uma nova letra e um novo título – “The heat is on”.

    Este verdadeiro monstro Deep Disco, que nada deve aos melhores momentos de Patrick Adams na P+P e associadas, foi resgatado por Jerome Derradji, em 2013, que o reeditou, ao lado da sua versão tardia,  num dos apetecíveis doze-polegadas da sua Past Due.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    22 abril 2019 – 26 abril 2019

    Quarta-feira

    The Constellations

    I don’t know about you

    Gemini Star

    Depois de ter cumprido o serviço militar, Frankie Floyd regressou a Chicago, no princípio dos anos 60, para tentar fazer carreira e, depois de começar a actuar a solo em clubes e estações de rádio locais e de ter trabalhado com nomes reputados como os Dells, Jimmy Reed ou Tyronne Davis, juntou-se a Bobby Earl Williams e a Zach Sanders para formar os Constellations.

    O grupo vocal, que acabou por se fixar em Nova Iorque, depois de algumas aparições no famoso Club Harlem, em Atlantic City, onde viria a conhecer Dionne Warwick, com quem andaria em tour cerca de quatro anos, gravou sete singles, entre 68 e 71, para as independentes Gemini Star, Sonday e Savage, entre os quais figura um par de hinos da cena Northern Soul.

    Editado em Dezembro de 68, pela Gemini Star, “I don’t know about you” é o maior desses clássicos, tendo se transformado num autêntico Graal, para os mais ambiciosos Djs e colecionadores.

    Esta imensa canção Crossover uptempo, com uns arranjos e uma interpretação absolutamente sublimes, não terá sido devidamente valorizada quando foi introduzida nos clubes especializados, no fim da década de 70, mas, nos últimos tempos viria a ter uma segunda vida e, se há quarenta anos uma libra seria suficiente para adquirir as, quase ignoradas, cópias originais, hoje um milhar não chega e mesmo os bootlegs de que foi alvo não são fáceis de assegurar.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    22 abril 2019 – 26 abril 2019

    Quinta-feira

    The Kaldirons

    To love someone (that don’t love you)

    Twinight

    Os irmãos Darrow e Ronnie Kennedy, Allen Brown e John Banks formaram os Kelderons, em Chicago, no final da década de 60.

    Em 1970, apadrinhado por Jimmy Jones, prestigiado produtor local e parceiro habitual de Syl Johnson, então A+R da Twinight, o quarteto vocal gravaria o seu único sete-polegadas, para a mítica editora fundada, três anos antes, por Peter H. Wright.

    O disco acabaria por, apenas, ter uma pequena prensagem de cerca de quinhentas cópias promocionais, levando o grupo a mudar o nome para The Final Solution tendo, em 75, assinado a Banda Sonora, arquivada durante trinta e três anos de” Brotherman”, um projecto de filme de Blaxploitation, que não chegou às filmagens.

    Ainda assim, “To love someone (that don’t love you)” que, à custa de um erro de tipografia, acaba por rebaptizar a banda como The Kaldirons, assegurou-lhes um lugar na história da melhor música negra.

    Uma maravilhosa balada Soul, com uma produção e uns arranjos geniais e umas superlativas harmonias vocais, que, no seu formato original, só está ao alcance dos mais obstinados e abastados colecionadores mas que, felizmente, foi reeditada, em 2007, pela Numero Group que conseguiu, até, voltar a reunir o grupo, para um único concerto, em 2009.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    22 abril 2019 – 26 abril 2019

    Sexta-feira

    Bobby Allen + The Exceptions

    Soul chicken

    Soul Sound

    Bobby Allen nasceu em 1943, em Crowley, no Louisiana.

    Iniciou o seu percurso artistico no princípio da década de 60 e, depois de ter cantado com diversas bandas locais, fundou os Exceptions, em 68, com quem viria a gravar os seus dois únicos sete-polegadas.

    Editados entre 69 e 70, estes dois sólidos discos foram registados na companhia dos irmãos Wilfred, Wilbur e Herbert Moore, destacados músicos de sessão da Excello, editora mãe da Soul Sound, a marca que os lançou.

    Apesar de ter assegurado a abertura dos concertos locais de estrelas como Bobby Bland ou Betty Wright e de ter sido uma das principais referências das cenas Soul e Funk da região da Acadiana, Bobby Allen nunca ultrapassou as fronteiras do seu Estado natal, nem teve o sucesso que procurava e, embora nunca tenha abandonado os palcos, tornou-se um mecânico professional numa oficina de Lafayette, não voltando aos discos.

    “Soul chicken” é o seu derradeiro single e um verdadeiro hino Deep Funk.

    Uma musculada canção midtempo, com a vincada presença tutelar dos Blues, que é uma peça representativa da melhor música negra do Sul dos Estados Unidos e, mesmo sendo rara no seu format original, é obrigatória em qualquer coleção que se preze, até porque foi reeditada pela Tramp, em 2013.

     

    ▶️ OUVIR