• Poder Soul

    21 maio 2018 – 25 maio 2018

    Segunda-feira

    Little Willie Johnson

    Loneliness

    Vendella’s

    Nativo de Savannah, na Georgia, Willie Johnson é um dos mais injustiçados herois da Soul do sul dos Estados Unidos.

    Entre a segunda metade dos anos 60 e 82, gravou alguns sólidos sete-polegadas para marcas como a PJ, a Vendella’s, a Drive, a Cat, a Future Stars, a Jam e a Savannah International, primeiro como Little Willie, depois como Little Willie Johnson e finalmente como Willie Johnson, tendo colaborado com nomes como Clarence Reid e Willie Clarke, em Miami, e Clarence Carter, em Atlanta.

    “Loneliness”, gravado para a Vendella’s em 69, ainda na Georgia, é o seu segundo disco e aquele que leva os mais obstinados colecionadores à loucura.

    Esta poderosa e crúa canção, que ganha uma dimensão extra com o alcance e a expressividade da voz incisiva do ainda Little Willie Johnson, tem sido alvo de enorme cobiça no seio dos maiores Djs da cena Soul e, a mão cheia de cópias originais que se sabe existirem, tem trocado de mãos por valores que variam entre os três e os cinco milhares.

    A reedição de que foi alvo em 2009, através da subsidiária da Jazzman – Soul 7 – é, assim, autêntico serviço público.

     

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  • Poder Soul

    21 maio 2018 – 25 maio 2018

    Terça-feira

    Dusty Wilson

    Can’t do without you

    Bronse

    Embora todos os discos que assinou sejam altamente colecionáveis e seja uma figura de culto das cenas Rhythm & Blues e Soul da mítica Detroit da década de 60, Dusty Wilson permanece uma figura rodeada de mistério para todos os seus adeptos.

    Foram quatro os sete-polegadas que gravou para as pequenas editoras locais – Zebra, Mutt, Bronse e Orbit – todos de extrema raridade.

    “Cant’ do without you” que terá sido gravado por volta de 1965 para a Bronse e que teve duas edições distintas – uma com o rótulo dourado distribuída em Detroit e outra com o rótulo preto com origem em Nova Iorque – é, certamente, a sua grande contribuição para as pistas de dança especializadas.

    Esta contagiante canção Soul, com evidentes raízes Rhythm & Blues e um ligeiro sabor Garage, foi introduzida nesta militante cena nas noites de Stafford, durante os anos 80, e transformou-se num clássico essencial nos vários quadrantes da cultura retro.

    Estando apenas ao alcance dos colecionadores mais abastados, no seu formato original, foi incluída em várias colectâneas, nos últimos anos, e alvo de uma reedição de legalidade duvidosa, em 2015.

     

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  • Poder Soul

    21 maio 2018 – 25 maio 2018

    Quarta-feira

    Formula 1

    Walking with my eyes closed

    Du-Vern

    É escassa a informação disponível acerca dos Formula 1.

    Sabemos que era uma banda dos arredores de Miami, na Flórida, liderada por Rodney Matthews, figura chave dos míticos Mighty Ryeders, cujo clássico imortalizado por um sample usado pelos De La Soul – “Evil vibrations” – já teve o devido destaque no Poder Soul, que a sua formação terá sido muito aproximada à deste grupo que o notabilizou, que teve um curta vida na década de 70 e que apenas editou um sete-polegadas.

    Gravado em 77, “Walking with my eyes closed” foi um dos três discos editados pela Du-Vern, pequena independente de Fred Thomas, que também nos deu os colecionáveis Brand New e que, a exemplo do que se passou com muitos dos protagonistas das cenas Soul, Funk e Disco de Miami nessa altura, recorreu ao império de Henry Stone na esperança que o alcance da sua distribuição o levasse ao sucesso, algo que nunca veio a acontecer, condenando os seus lançamentos à obscuridade.

    Esta grande canção Disco Funk, descoberta por Ian Wright, que a introduziu nos clubes nos primeiros anos deste milénio gerando a loucura entre os mais ambiciosos Djs e colecionadores, é quase impossível de assegurar na sua edição original e foi reeditada pela Athens of the North, em 2015.

     

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  • Poder Soul

    21 maio 2018 – 25 maio 2018

    Quinta-feira

    Ujima

    I’m not ready

    Epic

    Carlton Robinson, Clement e Chauncy Burnette, Dwight Smith, David Eugene e Alvin Brown e Charles Manns formaram os Ujima em 1972 em Richmond, na Virginia, depois de uma primeira encarnação como The Brother Love.

    Enquanto Ujima, gravaram quatro singles para a Epic e a Roxbury, entre 73, ano em que Debra Henry se junta à banda, e 76, altura em resolvem transformar-se em Anglo Saxon Brown, antes, de dois anos mais tarde, assumirem a designação que lhes trouxe mais sucesso, através da sua ligação à Philadelphia International Records: Silk.  

    “I’m not ready”, o último dos sete-polegadas que editaram através da Epic, em 75, é a sua grande contribuição para a cena especializada.

    Uma espantosa e cativante canção Crossover uptempo, com uns tremendos arranjos e umas deliciosas harmonias vocais, que se transformou num dos grandes clássicos dos clubes Soul, nas últimas quatro décadas, e nunca falha quando lançada numa pista de dança.

    Rara e com uma cotação que ronda o meio milhar, no mercado de usados, foi alvo de um par de bootlegs, antes de ser oficialmente reeditada, em 2012, pela Outta Sight.

     

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  • Poder Soul

    21 maio 2018 – 25 maio 2018

    Sexta-feira

    Wanda Davis

    Save me

    Project Soul

    Wanda Davis nasceu em Shreveport, no Louisiana, mas mudou-se para Minneapolis mal acabou o liceu, em 1967.

    Telefonista durante o dia, começou a frequentar os clubes nocturnos da cidade e depressa se viu envolvida na cena Soul do Minnesota.

    Juntou-se a Charlesetta Irvin, Gwen Matthews e Wilma Carter e formou o quarteto vocal Soul Sensations, que acabou por assegurar os coros do carismático líder dos Blazers – Maurice McKinnies – e por tocar nos mais reputados hotéis e clubes das Twin Cities, construindo uma reputação que lhes valeu um convite para gravar, que foi apenas aproveitado por Wanda Davis.

    “Save me” foi gravada em 70 nos Kay Bank Studios, com o núcleo duro dos Champions, a banda suporte de Maurice Mckinnies, e editada pela pequena independente Project Soul.

    Esta crúa e visceral versão do clássico imortalizado por Aretha Franklin que, aparentemente, teve duas edições – a que aqui apresento e uma outra com sopros gravados em overdub – ambas de extrema raridade, é a prova viva do imenso talento de Wanda Davis que, pouco depois, se retirou, foi viver para o Texas e, recentemente, respondeu a um desafio da Secret Stash, voltando aos palcos e às gravações que, em 2013, resultaram no seu segundo single.

     

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