• Poder Soul

    21 agosto 2017 – 25 agosto 2017

    Segunda-feira

    Explosions

    Hip drop

    Gold Cup

    “Hip drop” é um dos maiores clássicos produzidos pelo genial Eddie Bo e um dos mais históricos discos da singular música negra gravada em New Orleans.

    Numa fase em que já tinha deixado de trabalhar para as marcas de Joe Banashak e de Al Scramuzza, Bo decide passar a editar todo o seu trabalho.

    Foi isso que se passou com o grupo feminino Explosions, cuja discografia se resume a três singles, todos marcantes, todos produzidos por Bo e todos editados na Gold Cup, selo que terá criado para o efeito.

    “Hip drop” será o mais mítico dos três.

    Gravada em 1970, esta crúa e profunda canção Funk, que abre com um extraordinário break de bateria e uns coros inconfundíveis, dando lugar a uma interpretação brutal da ainda teenager Juanita Brooks, foi adoptada pela cena Rare Groove e transformou-se num tema chave da génese do movimento Deep Funk, iniciado por Keb Darge e companhia, na primeira metade dos anos 90.

    Raro na sua edição original, tem sido incluído várias vezes em colectâneas de referência, como acontece com qualquer verdadeiro clássico.

     

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  • Poder Soul

    21 agosto 2017 – 25 agosto 2017

    Terça-feira

    The Black on White Affair

    Bold soul sister, bold soul brother

    Topaz

    O cantor e organista Calvin Law fundou os Black on White Affair, em Seattle, a meio da década de 60, para serem a secção rítmica de Mr. Clean + The Cleansers, de Ron Brudford e Lee Taylor.

    A sua arriscada designação, tendo em conta a conflictualidade racial que se vivia nesses tempos, coincide com a decisão de emancipação da banda e com a oportunidade de fazer uma tour internacional, que não se sabe se alguma vez aconteceu.

    Sabe-se que fizeram carreira em Seattle e que, embora até se tenham mudado para Los Angeles por uns tempos, na sequência de um contrato com a Gula Matari Records que se viria a revelar infrutífero, editaram dois colecionáveis sete-polegadas para a pequena editora local, Topaz.

    “Bold soul sister, bold soul brother”, o seu segundo e derradeiro single, gravado nos primeiros anos da década de 70, é o seu mais decisivo disco.

    Um grande tema Funky Soul que é presença assídua nos mais progressivos clubes e define uma das principais tendências da actual cena especializada.

     

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  • Poder Soul

    21 agosto 2017 – 25 agosto 2017

    Quarta-feira

    T.J. Williams + Two Shades of Soul

    Baby I need you

    Josie

    É praticamente nula a informação bibliográfica sobre Timothy T.J. Williams e os seus Two Shades of Soul, para além do facto de terem gravado dois singles para a nova-iorquina Josie, ambos em 1968.

    Uma coisa é certa, com “Baby I need you”, aparentemente o seu derradeiro disco, Timothy contribuiu de forma brilhante para a história da melhor e mais obscura Soul norte-americana.

    Esta imensa obra-prima Crossover, que soa já a anos 70, é um dos grandes discos que explora a faceta mais doce da Soul e, depois de desvendada nos mais esclarecidos clubes europeus, tem sido alvo de uma caça desenfreada pelos mais ambiciosos Djs e colecionadores do género.

    Extremamente raro e valioso na sua edição original, foi alvo de bootleging, pelo menos, um par de vezes.

     

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  • Poder Soul

    21 agosto 2017 – 25 agosto 2017

    Quinta-feira

    Sonny Til + The Orioles

    Hey! Little woman

    Charlie Parker

    Os Orioles nasceram em 1947, em Baltimore, tendo sido um dos mais decisivos grupos vocais americanos das décadas seguintes, com uma extensa discografia que vai do Doo Wop à Soul, passando pelos Rhythm & Blues.

    Entre 48, ano em que se estrearam em disco com um número um do top americano para a It’s a Natural, que os leva a ser contratados pela histórica Jubilee, e 54, quando mudaram a sua designação para Sonny Til + The Orioles, colecionaram êxitos que lhes valeram o lugar de percursores no Rock’n’Roll Hall of Fame.

    E enquanto Sonny Til + The Orioles mantiveram-se activos até à morte do seu líder, em 81, nunca abdicando de deixar a sua marca.

    “Hey! Little woman”, gravado em 62 para a Charlie Parker é, na minha opinião, o seu mais genial disco.

    Uma contagiante canção que, mantendo-se fiel às suas raízes Doo Wop, cruza como poucas Rhythm & Blues e Soul, para se transformar num clássico das cenas Mod e Popcorn, que tem visto o seu alcance aumentar nos últimos anos, até porque é um exemplo perfeito duma das mais estimulantes tendências dos actuais clubes retro.

     

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  • Poder Soul

    21 agosto 2017 – 25 agosto 2017

    Sexta-feira

    LaRom Baker

    You're the best

    The Record Company

    Autointitulando-se “The Bomb”, LaRom Baker dizia que o mundo iria ouvir falar dele, quando se mudou da sua Filadélfia natal para Los Angeles e se viu ligado a Steve Angelica, um pequeno mafioso local, empresário porno e dono da editora de culto, The Record Company.

    Estreiou-se em 1978, emprestando a sua voz ao colecionável Deep Disco, “Love is all around” dos Sizzle, e, no mesmo ano, gravou o seu único sete-polegadas.

    “You’re the best” teve uma pequeníssima tiragem de duzentas cópias mas, diz a lenda, podia-lhe ter valido a carreira e a fama que desejava, não tivessem os planos da Curtom o levar para Chicago com o intuito de regravar a canção, acentuando o seu sabor Disco, esbarrado na ganância do malabarista Steve Angelica.

    Más notícias para LaRom, excelentes para o competitivo círculo de Djs e colecionadores da mais rara e obscura Soul.

    Uma bomba Modern Soul deste calibre, com uma tiragem tão reduzida, tem tudo para se transformar num Graal e foi isso que aconteceu.

    Felizmente a já extinta Lotus Land, consegui o acordo que a Curtom não conseguiu e reeditou esta pérola, em 2009, com um excelente tema inédito no lado b.

    E, finalmente, o mundo ouvia falar em LaRom “The Bomb” Baker.

     

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