• Poder Soul

    2 – 6 de janeiro

    2 de janeiro

    Marlena Shaw

    Let's wade in the water

    Chess

    Marlena Shaw é um nome grande da história da música negra, um daqueles que quase todos reconhecem.

    Nasceu em 1942 em New Rochelle, no estado de Nova Iorque, mas mudou-se para a efervescente Chicago dos 60, à procura de uma oportunidade para afirmar a sua extraordinária voz.

    Foi descoberta pela decisiva Chess Records, quando actuava no Playboy Club, e contratada para gravar dois Lps e alguns singles, para a sua subsidiária Cadet, entre 66 e 69.

    Em 72, transforma-se numa prioridade da Blue Note e passa grande parte da década a editar algumas sólidas obras nesta histórica editora, antes de se transferir para a Columbia, em 77, a tempo de capitalizar na moda Disco.

    Como aconteceu com muitos artistas da sua geração, manteve-se em actividade nos anos 80, mas sem qualquer expressão, até que a recuperação dos seus maiores hinos, na década de 90, levou à sua reabilitação.

    Este seu maravilhoso take vocal de “Wade on the water, marcante original de Ramsey Lewis, além de ser o seu disco de estreia e de só ter sido editado em sete-polegadas, é um dos maiores clássicos de pista de dança da totalidade das facções da cena retro. Um disco indispensável em qualquer coleção.

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  • Poder Soul

    2 – 6 de janeiro

    3 de janeiro

    The Mighty Dogcatchers

    It's gonna be a mess pt.1

    Green Gold

    Um dos mais marcantes discos de Funk da Florida, “It’s gonna be a mess” dos Mighty Dogcatchers é mais um reflexo do génio de Clarence Reid.

    Os Mighty Dogcatchers, mais tarde Nasty Dog Catchers, eram uma coesa backing-band de Miami, liderada por Vernon Teague e composta por Reed Roberts, King Edwards, Charlie Smith, Clifford Hawkins e Ambristo, usada, frequentemente, por Reid.

    Gravaram dois singles, ambos escritos por aquele que mais tarde inventaria Blowfly, um por cada designação que o projecto teve, para dois selos one-off do incontornável Willie Clarke – Green Gold e Reedsville.

    “It’s gonna be a mess”, editado em 69 pela Green Gold, é um verdadeiro monstro, que abre com um break destruidor e se constrói sobre um dos mais brutais grooves de que há memória, tendo-se transformado num dos mais emblemáticos discos da cena Deep Funk.

    Foi reeditado pela Tramp e incluído na compilação da Jazzman, “Florida Funk”, tornando-se acessível a todos aqueles que não conseguem ter uma fortuna para gastar na edição original.

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  • Poder Soul

    2 – 6 de janeiro

    4 de janeiro

    Project Soul

    Ebony

    Project Soul

    Ainda no liceu, Danny Thomas, Michael Cooper, Lewis McCall, Mike Wilson e Karl Fuller formaram os Project Soul, em Vallejo, na baia de São Francisco, no início dos anos 70.

    Ensaiavam na garagem da mãe de Danny Thomas e gravaram um sete-polegadas, que teve apenas uma pequeníssima edição de autor, antes de se mudarem para Memphis, onde começaram a trabalhar com a Stax, como banda de suporte dos Soul Children, e se viriam a transformar nos conhecidos ConFunkShun.

    “Ebony” é um imenso instrumental Soul Funk, de sabor acentuadamente Jazzy, e é, na minha opinião, a melhor peça produzida por este grupo de excelentes músicos.

    Um disco de raridade extrema que, em 2006, foi incluído pela Ubiquity no segundo volume da série Bay Area Funk.

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  • Poder Soul

    2 – 6 de janeiro

    5 de janeiro

    Mr. Clean + The Soul Inc.

    What's going on?

    Radio City

    Esta inesperada versão de “What’s going on?” é mais um daqueles discos que tem suscitado afincado trabalho de detective a muitos dedicados arquivistas, sem que se tenha chegado a conclusões seguras.

    Sabe-se que foi produzida e editada pela lenda da rádio de San Diego, Chuck Johnson, mas não se sabe quando e por quem foi gravada e existem alguns palpites sobre quem será o misterioso Mr. Clean, que dá voz ao take, mas nunca confirmados.

    Especula-se que poderá ser um de dois nomes – Lee Davis, do grupo de Seattle Mr. Clean + The Cleansers, algo que a geografia se encarrega de contrariar, ou Bob Davis, um cantor de L.A. que terá, previamente, editado um single de R&B, produzido por Frank Zappa, sob o nome Mr. Clean. Nenhuma das pistas foi dada como provada…

    A versão, altamente dançável, tem sido alvo da cobiça de Djs e colecionadores e, porque terá sido uma aventura editorial da primeira rádio negra da Califórnia, com uma reduzida tiragem e um ainda menor sucesso comercial, troca de mãos por valores elevadíssimos.

    Foi reeditada pela Jazzman Records, em 2009.

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  • Poder Soul

    2 – 6 de janeiro

    6 de janeiro

    John Roberts

    I'll forget you

    Duke

    Apesar de ser um nome praticamente desconhecido, John Roberts teve uma sólida e duradoura carreira, de mais de três décadas, como cantor, compositor, arranjador e líder de orquestra.

    Oriundo de Houston, no Texas, veio a fixar-se na Califórnia, onde fez grande parte da sua carreira e trabalhou com nomes como Jackie Wilson, Barry White, Main Ingredient, George Duke, Martha Reeves ou Tal Armstrong, entre muitos outros.

    Ainda no Texas, gravou uma mão cheia de sete-polegadas para a Duke e, na segunda metade dos anos 70, na Califórnia, fundou a Sophisticated Funk Orchestra.

    “I’ll Forget you”, gravada para a Duke, em 68, é, para mim, o seu grande disco e, espante-se, foi alvo duma versão dos Grateful Dead.

    Esta musculada canção Funky Soul, com fortes raízes nos Blues e um imaculado e incisivo trabalho de sopros, tem-se tornado cada vez mais pertinente nos clubes retro, começando a atingir o estatuto de culto que merece.

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