• Poder Soul

    18 junho 2018 – 22 junho 2018

    Segunda-feira

    Communicators + Black Experience Band

    The road

    Tri Oak

    Charles Bailey, James “Butch” Barton, Eli Brown, Willis Norman, Roy Hubert, Willie Hill e Linwood Parker formaram a Black Experience Band em Durham na Carolina do Norte, em 1970, com o objectivo de se tornarem na banda de suporte do quinteto vocal Communicators.

    Entre 73 e 76, depois de se terem cruzado com Paul Truitt, que assumiu o management da banda, gravaram três singles – dois com os Communicators, para a Duplex e a Tri Oak, e um, para a Microtronics Sound, como Black Experiences – tendo sido, pelo meio, a backing band dos Modulations, antes destes terem assinado o contrato com a Buddah que os levou para longe.

    “The road”, gravado em 74 para a Tri Oak, como o lado b do seu segundo e derradeiro disco com os Communicators, é, na realidade, um instrumental onde o grupo vocal não tem qualquer intervenção.

    Este poderoso tema, que arranca com um break de bateria inconfundível antes de evoluir à medida do melhor que os Kool + The Gang nos deram, foi desvendado, na segunda metade dos anos 90, por Josh Davis a.k.a. Dj Shadow, transformando-se num dos grandes clássicos da cena Deep Funk.

    Raro e extremamente valioso na sua versão original, foi incluído nas colectâneas “Funk Spectrum” e “Carolina Funk”, patrocinadas pela B.B.E. e Jazzman, respectivamente.

     

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  • Poder Soul

    18 junho 2018 – 22 junho 2018

    Terça-feira

    Terry Westlake

    Baby be my chauffer

    57th Street

    Esta canção escrita pelo guitarrista Jazz norte-americano, fundador dos Jeremy + The Satyrs e colaborador de Richie Havens – Adrian Guillery – já foi alvo de destaque no Poder Soul, através da espantosa e raríssima versão assinada por Monica, num disco em que o seu autor não é creditado e o seu título é abreviado.

    Apenas sabemos quem a compôs porque foi gravada, uns anos antes, pelo misterioso Terry Westlake, um cantor sobre quem não se sabe nada, para além de estar baseado em Nova Iorque e de ter apenas editado um disco, que foi suficiente para lhe garantir um lugar de culto no seio da comunidade retro internacional.

    “Baby be my chauffer” terá sido gravada na segunda metade da década de 60, como o lado b da também enorme canção de Adrian Guillery – “The first time I saw you baby” – e é o único lançamento da pequena independente, 57th Street.

    Este take original desta imensa canção, comandado pelo órgão, foi desvendado pelo movimento Mod e tem, nos últimos anos, sido adoptado pelos vários quadrantes da cena especializada, até porque terá sido descoberto já depois de Ian Wright ter introduzido a versão posterior de Monica nos clubes Deep Funk e porque essa é impossível de assegurar.

    Foi incluído no alinhamento do sexto volume da série de legalidade duvidosa – “Jerk Boom Bam!” – em 2012.

     

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  • Poder Soul

    18 junho 2018 – 22 junho 2018

    Quarta-feira

    Anna Raye

    Will you love my child

    Quality Sound

    Anna Raye é uma obscura cantora Soul de Chicago que, na viragem dos 60 para os 70, gravou dois singles para as pequenas independentes locais – Lock e Quality Sound – que estão entre os melhores discos que aquela mítica e profícua cidade nos deu e que são, hoje, objectos de culto.

    A sua curta mas marcante carreira foi, aparentemente, apadrinhada por Johnny Cameron, decisivo compositor, arranjador e produtor, imortalizado pelo seu trabalho com a Twinight e a Toddlin’ Town, crucial nas carreiras de nomes como Syl Johnson, Garland Green, Deniece Chandler ou The Lovelites, entre muitos outros.

    Se “Anna’s thang”, o seu primeiro single, editado pela Lock, é um cobiçado troféu Sister Funk, “Will you love my child” é uma verdadeira obra-prima Soul.

    Esta maravilhosa pérola Crossover midtempo, com uns arranjos soberbos e uma interpretação acima da média, terá sido gravada no princípio da década de 70, é um dos dois discos editados pela misteriosa editora Quality Sound e foi recebida com um enorme entusiasmo por todos os Djs e colecionadores de música negra, desde que foi introduzida nos clubes especializados por Keb Darge, no início deste novo milénio.

    Depois das cópias que o dealer Craig Moerer terá encontrado num armazém terem secado, o valor da sua versão original tem subido de forma consistente, mas a sua inclusão na compilação “Kings of Funk”, da B.B.E., garantiu-lhe o alcance que merece.

     

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    18 junho 2018 – 22 junho 2018

    Quinta-feira

    Kim Tamango

    Not by bread alone

    Firebird

    Apesar de ter tido uma fugaz carreira, Kim Tamango devia ter todas as qualidades para ter sido uma estrela, ou não teria sido a aposta de George Goldner para cartão-de-visita da Firebird, editora que fundou com o seu primo Sam, em 1969.

    De facto, o vasto currículo de George Goldner como editor, que se iniciou em 48 com a criação da Tico e que, até ao fim dos anos 60, passou pela sua associação a marcas tão decisivas como a Rama, a Gee, a Roulette, a Gone, a End, a Red Bird ou a Blue Cat, tendo lançado um sem número de significativos artistas em áreas que vão do Latin Jazz à Soul, passando pelos Rhythm & Blues ou o Doo Wop, confirmado pela singular destreza vocal que revela nos dois singles que assinou, levam-nos a crer que o destino de Kim Tamango poderia ter sido outro, se o seu “mentor” não tivesse sido vitima de um ataque cardíaco, um ano depois de ter lançado o seu novo selo.

    “Not by bread alone”, que foi editada como lado b da belíssima “(Can’t wait till’) Tomorrow”, canção que Jesse Principato tinha editado uns meses antes na sua Funtown e que chamou a atenção de George Goldner que a quis licenciar, garantiu-lhe, ainda assim, um lugar na história.

    Esta profunda e militante canção, recuperada por Dr. Bob Jones no princípio da década de 80, é um clássico essencial do chamado Sister Funk e está à distância de duas ou três dezenas de euros de qualquer coleção minimamente exigente.

     

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  • Poder Soul

    18 junho 2018 – 22 junho 2018

    Sexta-feira

    T’Spoon

    If you dance tonite

    Oil Capital

    Billy Bruner começou a contribuir de forma marcante para a profícua cena Soul de Tulsa, no Oklahoma, no princípio da década de 70, tendo colaborado com alguns dos seus mais emblemáticos projectos.

    Inspirado por estrelas como os Temptations, Sly Stone ou James Brown, foi, tal como muitos outros talentos locais, aprender música para a Booker T. Washington High School, onde formou as suas primeiras bandas, conheceu alguns dos seus futuros parceiros e tocou os seus primeiros temas originais em palco.

    Depois de se formar resolveu dedicar-se, em exclusivo, à sua carreira artística e fundou a J.O.B. Band, antes de resolver ir passar uma temporada à Califórnia para gravar o seu novo projecto – Darwin’s Theory – nos Sly Studios em Santa Monica, em 79.

    De volta a Tulsa, ainda passa pela formação da Satellite Band e, nos primeiros anos da década de 80, forma os T’Spoon com que grava dois singles altamente colecionáveis para a pequena independente local, Oil Capital.

    “If you dance tonite” é um desses discos e, provavelmente, a sua maior contribuição para as pistas de dança.

    Esta pequena maravilha Disco Soul tem sido presença assídua nos clubes especializados na última década e meia, é uma disputada peça de coleção no seu formato original e foi reeditada, em 2016, pela obrigatória Athens of the North de Euan Fryer, que também se encarregou de recuperar algumas belas gravações inéditas da J.O.B. Band.

     

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