• Poder Soul

    18 dezembro 2017 – 22 dezembro 2017

    Segunda-feira

    Karriem

    I love you

    Pashlo

    O misterioso Karriem apenas gravou este disco que faz parte do curto mas marcante catalogo da pequena editora de Oakland, Pashlo Records.

    Fundada pelo músico e produtor Leroy Smith, mentor da Ocampo, marca que apadrinhou a estreia de lenda local Darondo, a Pashlo esteve activa entre a segunda metade dos anos 70 e o início dos 80 e teve um papel de relevo na cena Soul, Disco e Funk daquela cidade californiana.

    “I love you”, gravada em 79 é, na minha opinião, a grande pérola da editora.

    Esta maravilhosa e delicada canção Disco Soul, que saiu num apetecível doze-polegadas com uma capa digna de um Lp, foi descoberta na última década e recebida com um vibrante entusiasmo pela cena Deep Disco, tendo multiplicado a sua cotação no mercado de usados num curto espaço de tempo.

    No ano passado acabou por ser alvo de uma cuidada e fiel reedição, através do selo francês – Favorite Records – tornando-se acessível a todos aqueles que não podem dar mais de duas centenas pela edição original.

     

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  • Poder Soul

    18 dezembro 2017 – 22 dezembro 2017

    Terça-feira

    The Blenders

    Nothin' but a party

    Cobra

    Bill Sharpe, Ervin Payne, William Eller, Ervin Stowe, Eugene Bess, Graham Fletcher, Brevard Foggie, Michael Douthit e Darrell Sharpe formaram os Blenders, na viragem dos 60 para os 70, em Greensboro na Carolina do Norte.

    Associaram-se ao profícuo produtor Walter Grady e, entre 71 e 73, editaram três singles de culto da cena Deep Funk, através dos pequenos selos locais Cobra, Grayslak e Linco, sob diferentes designações.

    Estrearam-se como The Blenders. No seu segundo disco passaram a The Blenders Ltd. ou a City Council Ltd., numa prensagem posterior. E, sem que tivessem conhecimento, viram “Super Party”, o seu derradeiro sete-polegadas, ser editado por Walter Grady, creditado a The Soul Hustlers.

    “Nothin’ but a party”, gravado para a Cobra em 71 é o primeiro destes emblemáticos singles.

    Um poderoso, sujo e crú instrumental do mais visceral Funk que, desde que foi introduzido nas pistas de dança por Keb Darge, a meio dos anos 90, se transformou num cobiçado troféu com um valor condizente com a sua extrema raridade.

    A sua reedição, em 2003, marca a estreia da omnipresente Tramp, uma das mais decisivas operações arquivistas da última década.

     

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  • Poder Soul

    18 dezembro 2017 – 22 dezembro 2017

    Quarta-feira

    Anubis

    Ecology

    Salt City

    Em 1967, o talentoso pianista Bobby Hamilton fundou o seu Bobby Hamilton Quintet Unlimited, em Syracuse no estado de Nova Iorque.

    O grupo construiu uma sólida reputação nos clubes da Costa Este e partilhou os palcos com nomes como Roland Kirk e Alice Coltrane, antes de, em 72, se deslocar a Utica para uma sessão de gravação que rendeu “Dream queen”, um dos mais raros e disputados Lps do mais independente Soul Jazz da história.

    Quando, ainda em 72, o seu line-up se alargou para sete elementos, o grupo mudou o seu nome para Anubis e gravou um sete-polegadas, em que explorava novos territórios.

    “Ecology”, o lado b do seu único single, foi composto por Bobby Hamilton e pelo percussionista que sempre o acompanhou – Duane Walker – que, tudo indica, é a voz principal da canção e teve uma pequena edição através da mínima Salt City.

    Esta tremenda e ultra original canção que cruza de forma genial e completamente imprevista Soul, Funk e o mais espiritual Jazz, transformou-se, desde que foi descoberta, num dos mais desejados sete-polegadas dos maiores colecionadores de música negra, trocando de mãos sempre na casa dos milhares.

    Foi finalmente reeditada este ano pela inevitável Athens of The North.

     

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  • Poder Soul

    18 dezembro 2017 – 22 dezembro 2017

    Quinta-feira

    Sheila Wilkerson

    Baby you're a jive cat

    RFT

    Nativa do Massachusetts, Sheila Wilkerson terá tido o ponto alto da sua carreira quando participou, enquanto percussionista, no mítico álbum de Stevie Wonder – “Innervisions”.

    Isto porque o excelente disco que gravou cinco anos antes, em 68, para a editora de Rik Tinory – RTF Records – teve uma pequena tiragem e uma distribuição deficiente, levando por terra as suas aspirações enquanto artista em nome próprio.

    Na verdade, “Baby you’re a jive cat” não obedecia ao som vigente quando foi lançado.

    Esta lá a Soul e um cheirinho de Funk, está lá o Boogaloo com laivos de Pop mas é o Jazz que domina esta grande e incisiva canção, prejudicando as suas hipóteses de sucesso.

    E mais uma vez estão reunidos os ingredientes certos para se tornar num clássico das cenas Soul e Mod britânicas e num disco altamente colecionável, que nunca falha quando lançado numa pista de dança.

    Foi reeditado, em 2007, pela Jazzman e incluído no segundo volume da seminal série assinada por Ian Wright – “Sister Funk”.

     

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  • Poder Soul

    18 dezembro 2017 – 22 dezembro 2017

    Sexta-feira

    Orchestra Harlow

    Horsin' up

    Fania

    Judeu, filho de um baixista e de uma cantora de Ópera, Larry Harlow é uma das maiores lendas da música latina produzida em Nova Iorque, embora não seja descendente desta importante comunidade da Grande Maçã.

    Estudou na New York High School of Music Art, abraçando o piano como instrumento de eleição. Através do Jazz descobriu e apaixonou-se pela música latina, o que o levou a Cuba para aprofundar os seus estudos.

    Regressou para ser imediatamente contratado pela Fania Records e se transformar no mais profícuo artista e produtor da histórica editora, tendo assinado e participado em alguns dos seus mais decisivos discos, sejam de Boogaloo, Latin Soul ou Salsa.

    Formou a Orchestra Harlow a meio da década de 60, com quem gravou mais de duas dezenas de Lps e um sem número de singles que são verdadeiros pedaços de história.

    “Horsin’ up” faz parte do alinhamento do álbum de 68 “Orchestra Harlow presenta a Ismael Miranda” e é um delicioso mash-up, que transforma dois hinos Soul – “The horse” de Cliff Noble e “Tighten up” de Archie Bell – numa contagiante canção da melhor Latin Soul.

    Um tema clássico que destrói qualquer pista de dança e que não está entre os mais cobiçados tesouros da Soul latina porque nunca foi editado em sete-polegadas, o formato fetish de uma comunidade que continua a ser muito ortodoxa.

     

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