• Poder Soul

    17 – 21 de Outubro

    J. T. Allen + Little Richard Band

    Working hard

    Delmar

    Diz-se que a raridade e a loucura que “Working hard” provocava nas pistas da cena Soul era tal, que um dos poucos Djs que possuíam uma cópia original terá oferecido dinheiro à Crowbar, para desistir da sua reedição, em 2005.

    T. Allen e a banda de Little Richard gravaram um só single, para a Delmar de Atlanta, em 1975. Foram apenas 500 as cópias prensadas deste disco que continha duas enormes canções, que quase 40 anos depois da sua edição original, se transformaram em combustível de primeira nos mais ambiciosos clubes de Funk e Soul.

    “Freeway crowd” foi adoptada pelos adeptos do mais visceral Deep Funk e “Working hard” fez o pleno.

    Neste verdadeiro hino Funky Soul, com uma forte mensagem social, tudo é perfeito, desde a sua introdução narrada ao seu coeso Groove.

    Assegurar uma cópia original deste double-sider é quase uma missão impossível, pelo que a atitude da Crowbar, não só fez justiça à banda, que se viu aqui um pouco mais recompensada pela sua criação, acabando também por ter o merecido reconhecimento do seu talento, como a todos os amantes da melhor música negra.

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  • Poder Soul

    17 – 21 de Outubro

    Darrow Fletcher

    My young misery

    Groovy

    Nascido em 1951, em Inkster, no Michigan, Darrow Fletcher começou a cantar aos 6 anos, sendo considerado um menino-prodígio, com um futuro brilhante pela frente.

    Gravou o seu primeiro e mais bem-sucedido disco aos 14 anos e, entre 66 e 79, emprestou a sua grande voz a inúmeros singles de editoras como a Groovy, a Jacklyn, a Revue, a Atco ou a Atlantic, entre outras. Nunca chegou a gravar um álbum e a atingir o sucesso que se previra e acabou por desistir.

    Ainda assim, como não podia deixar de ser, é um herói da cena Soul e são várias os seus discos alvo de culto.

    “My young misery” será, talvez, a meu favorito.

    Editado em 66 pela Groovy, este pedaço da mais profunda e sentida Soul, não deixa ninguém indiferente e arrasa com qualquer pista de dança. Não sendo um daqueles troféus incomportáveis, é um disco essencial em qualquer coleção do género.

    Foi recentemente reeditado pela Kent tornando-se acessível a todos aqueles que não conseguem disputar o original.

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  • Poder Soul

    17 – 21 de Outubro

    Mike Pedicin

    Burnt toast and black coffee

    Federal

    Oriundo de Filadélfia, Mike Pedicin nasceu em 1917 e morreu em Junho deste ano, aos 99 anos.

    Pai do saxofonista Michael Pedicin Jr., este músico de Jazz e líder de banda teve, durante quase duas décadas, entre os 50 e os 60, uma frenética actividade em clubes, tendo-se afirmado como um pioneiro dos géneros dançantes que germinavam e concentrado a totalidade das suas gravações nessa época, entre as quais uma versão de “Shake a hand”, que lhe valeu bastante sucesso.

    “Burnt toast and black coffee”, editado pela Federal, em 61, é o seu melhor e mais colecionável disco.

    Uma canção brutal que exemplifica, na perfeição, o quanto terá sido estimulante a transição dos Rhythm & Blues para a Soul, que é hoje um dos motores da cultura retro, e que leva ao delírio qualquer pista de dança.

    Um dos maiores hinos desta fase hibrida, “Burnt toast and black coffee” é um verdadeiro tesouro, quase impossível de assegurar no seu formato original, que felizmente tem conhecido várias reedições.

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  • Poder Soul

    17 – 21 de Outubro

    Patsy Gallant

    It’ll all come around

    Attic

    Patsy Gallant é canadiana, branca e fez quase toda a sua carreira nos anos 70, movimentando-se nos territórios da Pop e dividindo-se entre o Francês e o Inglês, sempre de uma forma quase medíocre, embora as suas qualidades vocais sejam inquestionáveis.

    E ainda assim conseguiu gravar uma verdadeira obra-prima Soul.

    “It’ll all come around” editada em 78, pela Attic, teve uma edição em sete-polegadas, mas também faz parte do Lp “Patsy!”, um disco em que a cantora tenta capitalizar a moda Disco vigente, e que vale a pena colecionar, nem que seja apenas por esta pequena maravilha.

    Esta canção, de sabor acentuadamente Jazzy, é um dos mais supremos momentos do 2-Step, que viria a marcar a viragem dos 70 para os 80 e posso garantir que é um final perfeito para qualquer festa de arromba.

    Mais um tema que faz parte da discografia obrigatória da Soul independente, seja em single, o seu formato mais raro, seja no também colecionável Lp.

  • Poder Soul

    17 – 21 de Outubro

    Billy Bailey

    You better stop

    Bay-Del

    É escassa a informação existente sobre o único disco de Billy Bailey, para além de ter sido uma edição de autor de meados da década de 70, que terá tido apenas distribuição local, aparentemente, na Baía de San Francisco.

    Funk, Soul e Blues misturam-se de uma forma singular nesta excelente canção, comandada pela guitarra e por um piano que não dá tréguas, onde o registo ligeiramente low-fi lhe dá um charme extra.

    Introduzido recentemente na cena Soul, tornou-se imediatamente alvo de cobiça e a sua extrema raridade fez disparar o seu valor para a casa das centenas, sendo escassas as vezes em que troca de mãos.

    É mais uma pérola que a germânica Tramp, de Tobias Kirmayer, tornou acessível, para bem da comunidade.