• Poder Soul

    16 abril 2018 – 20 abril 2018

    Segunda-feira

    Soul Impossibles

    Interpretation: Soul Power No. 1

    Champ

    Clyde Perkins formou os Soul Impossibles em 1967, na pequena cidade da Carolina do Sul – Florence – depois dos Royal Scots, a sua primeira banda, se terem separado.

    O grupo esteve activo até aos primeiros anos da década de 70, com uma forte presença em clubes nocturnos, que ultrapassou as barreiras estaduais e o levou até Nova Iorque.

    Apesar da sua frenética carreira em palco, os Soul Impossibles apenas gravaram um sete-polegadas, já na fase final da sua curta vida, e Clyde Perkins acabou por se transformar num Dj e empresário nocturno de sucesso, apenas voltando aos discos em 89, com um single de Rap.

    “Interpretation: Soul Power No. 1”, foi gravado em Columbia e editado, em 71, pela independente de culto sediada em Nashville, no Tennessee, Champ Records.

    Esta poderosa canção Funk que está ao nível do melhor que James Brown nos deu, acabou por ser vítima da fraquíssima promoção e distribuição que teve e caiu no esquecimento, até ter sido recuperada, com grande impacto, no auge do movimento Deep Funk.

    De raridade extrema no seu formato original, foi reeditada, em 2007, pela subsidiária da Jazzman, Funk 45.

     

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    16 abril 2018 – 20 abril 2018

    Terça-feira

    Madeline + The Monticellos

    Binding ring of gold

    De-Vel

    Embora este single tenha saído através da nova-iorquina Del-Vel, editora criada em 1972 pela Black Development Foundation, tudo indica que é assinado por Madeline Strickland, cantora associada à cena Soul independente de Chicago, cidade que também viu nascer os Monticellos.

    Madeline iniciou a sua carreira em 64, com os Baby Miracles, grupo que se dedicava a interpretar material da mítica banda de Smokey Robinson. A formação evoluiu para os Young Folk e, entre 66 e 67, gravou dois singles para a Mercury e a Mar-V-Lus, antes de se separar.  

    Ainda em 67 e em Chicago, sob o nome artístico Miss Madeline, edita mais um disco através da emblemática subsidiária da One-Derful e só volta a dar sinal de vida uma década depois, quando faz coros a Lolleata Holloway.

    Mas a verdade é que, até por ser acompanhada pelos Monticellos, banda também de Chicago que, no final dos 60, gravou dois sete-polegadas para as pequenas editoras locais, Red Cap e Cool Records, este disco também parece ser obra de Madeline Strickland.

    Editada em 73, “Binding ring of gold” é uma pequena maravilha Crossover midtempo, que tem tido presença assídua na cena Soul especializada, durante a última década e é obrigatória em qualquer coleção que se preze, até porque não é preciso cometer nenhuma loucura para arranjar uma boa cópia original.

     

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    16 abril 2018 – 20 abril 2018

    Quarta-feira

    Johnny Little John + Guitar

    Kitty O

    Margaret

    John Wesley Funchess ou Johnny Little John nasceu em Lake, no Mississippi, em 1931.

    Depois de ter aprendido a tocar Blues com um amigo do pai, deixa a sua terra natal, em 46, para se especializar na guitarra em clubes do resto do seu estado, mas também do Arkansas, de Nova Iorque ou de Indiana, onde acaba por se fixar na cidade de Gary, em 51.

    Estando a apenas 40 quilómetros de Chicago e sendo um músico dotado, acabou por entrar com sucesso no fervilhante circuito de clubes nocturnos desta importante cidade, tendo, nos 50 e 60, dividindo palcos com nomes como Howlin’ Wolf.

    Entre 66 e o final da década de 80, gravou perto de duas dezenas de sólidos Lps e singles que, embora não o tenham levado a gozar do êxito que alguns dos seus pares conseguiram, o estabeleceram como um dos grandes guitarristas da sua geração.

    Escrito por Brook Benton, produzido por Menard Rogers e editado pela sua independente Margaret Records, “Kitty O” é o seu single de estreia e a sua maior contribuição para as pistas de dança especializadas.

    Esta crua e enérgica canção Rhythm & Blues, claramente influenciada pelo som da Soul vigente, é um clássico da cena Mod e arrasa instantaneamente qualquer clube.

     

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    16 abril 2018 – 20 abril 2018

    Quinta-feira

    Sidney Joe Qualls

    I don’t do this

    20th Century Fox

    Nativo de Jacknash, no Arkansas, Sidney Joe Qualls começou a cantar na Igreja e tornou-se profissional mal acabou o Liceu.

    No princípio da década de 70, mudou-se para a dinâmica Chicago e, depois de se reunir com Otis Leavill, assinou um contrato com a Dakar, que o anunciou como o novo Al Green, o artista que mais tinha influenciado o seu estilo vocal.

    Embora a comparação fizesse todo o sentido, Sidney Joe Qualls acabou por nunca vir a ter o sucesso que esperava mas, ainda assim, entre 74 e 79, assinou dois belos Lps para a Dakar e a 20th Century Fox, dos quais foram retirados alguns singles que tiveram um algum alcance.

    Parte do alinhamento de “So sexy”, o seu segundo e derradeiro longa-duração, gravado em 79 para a 20th Century Fox, “I don’t do this” é, na minha opinião o seu mais excepcional momento, e a sua maior contribuição para a cena Modern Soul.

    Esta enorme canção, que evolui sobre uns assombrosos e sofisticados arranjos e uma interpretação fora de série, transformou-se num dos grandes clássicos da mais obscura Soul produzida nos anos 70 e acabou por ser reeditada em sete-polegadas em 2002, pela Expansion, e em 2013, pela Outta Sight, de forma a estar disponível no formato fetish dos Djs da cena especializada.

     

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    16 abril 2018 – 20 abril 2018

    Sexta-feira

    Sunrise

    Ease it on in

    Whit

    É praticamente nula a informação existente sobre esta banda originária de Baton Rouge, no Louisianna.

    Presumivelmente formados por Russell Lamb, o compositor desta canção, os Sunrise terão estado activos na segunda metade dos anos 70, tendo apenas gravado um sete-polegadas, a única prova da sua existência.

    “Ease it on in”, foi produzido por Howard Harris e Lionel Whitfield e editado pela Whit Records, marca fundada pelo segundo, a meio da década de 60, que nos deu alguns lados altamente colecionáveis de nomes como Merle Spears, Bobby Powell, Raful Neal ou Camille Bob.

    Esta musculada e coesa bomba Disco Funk, foi introduzida nos clubes especializados há pouco mais de uma década e gerou uma loucura tal que chegou a trocar de mãos à volta do milhar, talvez por ser completamente obscura e se julgar ser de extrema raridade.

    Nos últimos anos, a obstinada busca de diggers e colecionadores acabou por resultar na descoberta de uma quantidade razoável de cópias e a sua cotação acabou por estabilizar em valores cerca de dez vezes inferiores aos iniciais.

    Seja como for estamos perante um documento único de uma banda completamente desconhecida que assina aqui um tema que não deve nada ao melhor produzido por ícons como os Brass Construction ou os T – Connection.

     

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