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Poder Soul
15 – 19 de Fevereiro
15 de Fevereiro
Amos Milburn Jr.
Gloria
Shalimar (1963)
Não existe qualquer relação entre este Amos Milburn Jr. e a lenda do piano Boogie Woogie e dos Rhythm & Blues e, não, não é seu filho como o Junior parece sugerir.
Aparentemente a mãe de James Thomas Russ Jr., era solteira e uma fan obsessiva do verdadeiro Amos Milburn, ao ponto de dizer que este era o seu pai, apesar de nunca o ter conhecido. Esta terá sido a razão pela qual James adoptou o nome com que viria a assinar a mão cheia de singles que gravou.
“Gloria”, editado em 1963 pela Shalimar, é o seu primeiro e mais marcante disco.
Um potente cruzamento entre Gospel e Rhythm & Blues, com uma contagiante intro de Hammond, que incendeia qualquer pista, e que é a prova viva que nem todos os grandes discos são incomportáveis.
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Poder Soul
15 – 19 de Fevereiro
16 de Fevereiro
Cross Bronx Expressway
Cross Bronx Expressway
Zell’s (1974)
Os Cross Bronx Expressway são mais uma daquelas bandas de que não se sabe quase nada.
São certamente de Nova Iorque. Tanto o seu nome, como o facto de terem editado na Zell’s, uma das marcas de Zelma Sanders, poderosa mulher que, nos anos 50, se intrometeu num mundo editorial dominado pelos homens e viria a “apadrinhar” Rex Garvin, o comprovam.
Tudo o resto é um mistério.
“Cross Bronx Expressway” é um fabuloso instrumental homónimo, com um Groove irresistível gravado numa altura em que o Funk já prenunciava o Disco e é um dos lados do seu único sete-polegadas.
Este “double-sider”, reativado nos anos 90 por Keb Darge, é, hoje, um disco altamente colecionável, não tivesse, além deste hino Disco Funk, a pérola Soul, “Help your brothers”, o que faz com que renda em várias cenas.
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Poder Soul
15 – 19 de Fevereiro
17 de Fevereiro
Honey & The Bees
Love Addict
Artic (1969)
Quarteto feminino originário de Filadélfia, começou a sua carreira como The Yum Yums, antes de mudar o seu nome para Honey & The Bees, em 1966.
Fez todo o seu percurso na viragem dos 60 para os 70, tendo gravado para editoras como a Artic e a Josie e trabalhado com as lendas locais, Leon Huff, Norman Harris, Thom Bell ou Bobby Eli, entre outros, sem conseguir evitar, ser ofuscado pelas grandes estrelas que Filadélfia nos deu nessa época.
Ainda assim assinou alguns colecionáveis discos da cena Soul, sendo “Love addict” a sua mais cobiçada rodela de vinil.
Editada em 69 pela Artic, esta bomba da mais crua e pesada Soul, que conta com Harris e Bell entre os seus compositores, viria a ser lançada na cena Deep Funk por Ian Wright e a transformar-se num dos seus principais hinos.
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Poder Soul
15 – 19 de Fevereiro
18 de Fevereiro
Johnny Watson
I say, I love you
King (1963)
Nascido em Houston, no Texas, em 1935, Johnny “Guitar” Watson é uma lenda.
A sua carreira discográfica começa, depois de se mudar com a mãe para L.A., no princípio dos anos 50 e prolonga-se quase até à sua morte, em 96.
Dos Jump Blues, com que se inicia, ao lado de Chuck Higgins, ao Disco, passando pela Soul, Rock’n’Roll, etc., fez tudo, além de ter trabalhado com um número impressionante de nomes, de Little Richard a Frank Zappa, da Etta James ao seu amigo Larry Williams.
“I say, I love you”, editado pela King, em 63, não é, nem de longe, nem de perto o seu maior sucesso, mas é, talvez, o seu single de que mais gosto.
É um exemplo perfeito daquilo a que hoje chamamos Rhythm’n’Soul. Um disco de transição, que nos agarra desde a primeira nota dos coros e do primeiro tempo de um ritmo irresistível, até ao sabor Rock’n’Roll da sua guitarra.
É, como não podia deixar de ser, um troféu para quem coleciona música negra, tendo sido recentemente re-editado pela Vampi Soul e pela Jukebox Jam, para todos os que não conseguem o original.
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Poder Soul
15 – 19 de Fevereiro
19 de Fevereiro
The Hamilton Movement
She’s gone
Look-Out (1976)
Sabemos que os Hamilton Movement são uma banda de Indianapolis, que gravou, entre 76 e 77, quatro singles para a Look-Out, presumivelmente a sua própria editora.
Não sabemos mais nada…
São quatro sólidos discos de fusão de Funk, Soul e Disco, que lhes podiam ter valido outro tipo de atenção o que, por certo, não veio a acontecer.
Talvez por isso mesmo, “She’s gone”, o seu segundo disco, datado de 1976, troque de mãos, de longe a longe, sempre acima dos 3000 euros.
De facto, estamos perante uma das mais desejadas pérolas de Modern Soul do planeta, que a música, para além da raridade, justifica.
Com uma intro absolutamente deliciosa, na fronteira do mau gosto, esta espantosa canção não deixa ninguém indiferente e arrasa por completo qualquer pista de dança.
Para os mais desesperados, anda, neste momento, a circular uma re-edição de legalidade duvidosa, que faz muita gente feliz.