• Poder Soul

    15 – 19 de Agosto

    Ike Noble

    Everybody Disco (and get on down)

    Connowil (1979)

    Ike Noble iniciou a sua carreira a meio da década de 60, no Arkansas, através de uma ligação à Alley Records para quem gravou dois singles: um enquanto vocalista dos Up Tights e outro em nome próprio.

    Nos vinte anos que se seguiram deixou a sua marca na Soul mais independente, tendo gravado três Lps e vários sete-polegadas, a partir de Toledo, no Ohio, para marcas locais como a Smoke, a Chanson e a Connowil, que concentra grande parte dos seus discos.

    “Everybody disco (and get on down)”, gravado em 79, marca o inicio da sua relação com a editora que Howard Collins, também dono da Chanson, criou, aparentemente para explorar o seu talento – a Connowil.

    Este enérgico e contagiante cruzamento de Funk e Disco leva qualquer clube ao rubro e prenuncia o melhor que o Boogie nos viria a dar. Sendo um disco ainda relativamente acessível, não deve nada àqueles que trocam de mãos por fortunas e deveria ter presença obrigatória nas malas dos mais ambiciosos Djs do género.

    A associação de Ike Noble e Howard Collins mantem-se até hoje, tendo reativado a Connowil, no inicio do milénio, de forma a não deixar esquecido o seu importante papel na história da música negra do Ohio.

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  • Poder Soul

    15 – 19 de Agosto

    Sonny Rhodes

    You better stop

    Galaxy (1967)

    Sonny Rhodes nasceu Clarence Edward Smith em 1940, no Texas, para se afirmar como uma figura de proa dos Blues.

    Ainda teenager começou por acompanhar, no baixo, lendas texanas como Freddie King e Albert Collins. Mudou-se para a Califórnia no fim dos anos 50, consolidando um carreira que dura até hoje, acabando por se “especializar” na Lap Steel Guitar, instrumento em que é uma das figuras chave da história dos Blues.

    “You better stop”, editado em 67 pela Galaxy, não é um disco de Blues e, ainda assim, o seu grande disco.

    Esta musculada canção, difícil de classificar, mistura elementos de Rhythm & Blues, Soul e Funk para explodir com qualquer pista de dança.

    Introduzida na cena retro pelo don do Funk, Ian Wright, foi imediatamente “adotada” em todo o tipo de subgénero, da cultura Mod às novas expressões Northern Soul, tendo aumentado a sua raridade e, consequentemente, o seu valor.

    Mais uma vez Fryer encarregou-se da sua reedição para todos possam gozar esta verdadeira bomba.

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  • Poder Soul

    15 – 19 de Agosto

    Four Real Inc.

    The man (Master Plan)

    Flying Eagles (1975)

    Embora nem sempre seja lembrado, Richard Popcorn Wylie é um dos grandes heróis da Soul de Detroit.

    Este mítico pianista, compositor, produtor e líder de banda, teve um papel crucial nos primeiros anos da Motown, da qual chegou a ser A&R, até se ter desentendido com Berry Gordy, em 1962.

    A partir daí, assinou uma série de discos marcantes em nome próprio, escreveu e produziu um sem número de hinos Soul da Motor City – desde “Ain’t gonna run no more” dos Mighty Lovers a “Maybe so maybe no” dos New Holidays, passando por “Cool off” dos Detroit Executives ou “Goin’ to a happening” de Tommy Neal – e fundou as editoras de culto, Pameline e Soulhawk.

    “The man (Master Plan)” dos Four Real Inc., editada pela Flying Eagles em 75, também tem a sua mão.

    Esta enorme canção, fruto da sua colaboração com Therman Hollis da Tomorrows Music Today, tem vindo a conquistar cada vez mais adeptos na cena Soul europeia, desde que foi “descoberta” há alguns anos, e é também resultado do génio de Popcorn Wylie, que a compôs e produziu.

    Richard Popcorn Wylie deixou-nos em 2008, com perfeita consciência do estatuto de culto que goza no seio da comunidade Soul.

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  • Poder Soul

    15 – 19 de Agosto

    Henry Brooks

    Mini-skirt

    P&P (1977)

    O único disco editado por Henry Brooks é um sete-polegadas perfeito.

    Este disco editado em 77, pela essencial P&P, de Patrick Adams e Peter Brown, tem dois lados completamente diferentes, ambos compostos por grandes canções.

    “Greatest debt to my mother” é uma deliciosa fatia do mais doce crossover, disputadíssima no meio dos amantes da Soul.

    “Mini-skirt” é uma incendiária e poderosa canção Funk, que leva ao delírio todas as pistas de dança que alinham pelo lado mais duro e visceral da música negra.

    Um disco assim só tem um caminho. Transformar-se numa valiosa raridade que apenas valores na casa dos três algarismos têm hipótese de assegurar.

    Felizmente o catálogo da P&P tem sido exaustivamente recuperado e estas canções encontram-se disponíveis em vários formatos.

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  • Poder Soul

    15 – 19 de Agosto

    The Satisfactions

    Take it or leave it

    Smash (1967)

    É escassa a informação sobre este grupo, presumivelmente oriundo de Nova Iorque, que editou meia dúzia de singles – três para a Smash e três para a Lionel, entre 66 e 71.

    “Take it of leave it”, o seu segundo lançamento, datado de 67, é o único grande tema gravado pelos Satisfactions.

    Esta crua e poderosa canção Soul apela imediatamente à dança desenfreada.

    Construída com base no contraste entre a dureza do seu ritmo certeiro e a riqueza das suas melodiosas harmonias vocais, “Take it or leave it” tem todos os ingredientes para ser um verdadeiro clássico da cena Northern Soul, principalmente quando a exploração do lado mais Funky do género é uma das tendências que domina.

    Não surpreende, portanto, que as cópias originais deste disco sejam cada vez mais escassas e valiosas.

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