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Poder Soul
14 – 18 de Março
14 de Março
Flowers
For real
LA Xpressio (1976)
“For real” é um absoluto clássico.
Esta obra-prima, com uma entrada marcada pela guitarra e pela harpa, um Groove imenso, umas cordas irresistíveis e um sintetizador surpreendente, é uma das melhores canções Soul da década de 70.
Foram apenas dois os singles editados por Flowers, projecto do músico de L.A. – Richard Flowers – que viria a colaborar com Roy Ayers ou Wayne Henderson. Ambos em 76. Ambos para a LA Xpressio, editora que deve ter sido criada para o efeito.
“For real” foi imediatamente adoptado pela mais progressiva comunidade do Northern Soul e, mais tarde, serviu de bandeira à cena Rare Groove. Depois de ter sido compilado por Keb Darge, transformou-se num hino para todos os obcecados pela melhor música negra, seja ela Soul, Funk ou Disco.
Foi “samplado” por Serial para um tema dos Mind da Gap.
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Poder Soul
14 – 18 de Março
15 de Março
The Jokers
Soul sound
Sko-Field (1967)
“Soul sound” começou por se tornar num hino Northern Soul, antes de se transformar num Santo Graal da cena Mod.
É que este peculiar tema dos Jokers, cantado por Harvey, obedece a tudo menos aos cânones usuais do histórico movimento do norte de Inglaterra.
Como vem sendo habitual nesta rubrica, tudo o que envolve os Jokers é um mistério. Sabe-se que serão de New Orleans e que “Soul sound” foi editado em 1967, pela Sko-Field.
O estatuto que este sete-polegadas atingiu, aliado à escassez de cópias conhecidas, faz com os originais troquem de mãos sempre acima dos milhares.
Os mais persistentes, mas menos puristas, ainda conseguirão localizar algumas cópias da reedição que a Goldmine fez no início do milénio.
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Poder Soul
14 – 18 de Março
16 de Março
The PC’s Ltd.
Fast man (booty man)
Fran (1969)
“Fast man” é o único single desta fabulosa banda de Portsmouth, na Virginia. É também o único lançamento da editora local, Fran Records.
Talvez por isso seja escassa a informação sobre esta banda que, num sete-polegadas, consegue juntar dois temas emblemáticos da cena Deep Funk – este “Fast man” e o seu lado b, “Sticky man”.
Dificilmente o Funk soa mais coeso, ligado e visceral do que neste pedaço de instrumental, que desagua numa canção que é uma autêntica celebração.
Mais um single introduzido nos clubes por Ian Wright, este “double-sider” é, na sua versão original, um objecto de culto, só ao alcance de alguns.
A Jazzman, através da sua subsidiária Funk 45, encarregou-se de o tornar acessível a todos os apaixonados pelo género.
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Poder Soul
14 – 18 de Março
17 de Março
William C. Belton, Jr. and Elcomb
Come on back to me baby
Elcomb (197?)
Mais uma pérola que nos chega da Virginia.
“Come on back to me baby” é o primeiro disco de William C. Belton Jr. que, aparentemente, chegou a assinar um contrato com a CBS, nos 80, e que, desde os 90, edita regularmente na sua editora – Phase International – sem nunca deixar a sua marca.
Descoberta há muito poucos anos, esta contagiante canção Modern Soul de acentuado sabor Funk, será mesmo o seu único disco marcante.
Gravada com e pelo colectivo de Richmond, Elcomb, “Come on back to me baby” tem sido alvo de uma crescente procura, desde que foi introduzido nas pistas de dança, tendo-se transformado num sete-polegadas de extrema raridade, que ainda não chegou a qualquer compilação.
A cópia que aqui reproduzo tem um ou outro defeito, mas não será esse o charme do vinil de coleção?
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Poder Soul
14 – 18 de Março
18 de Março
Norma Jean
I’ve taken over
Hep’ Me (197?)
Uma das mais cruciais figuras da cena Soul de New Orleans, Senator Jones, abandonou a sua carreira artística, a meio dos anos 60, para se dedicar à produção e à edição, acabando associado a um sem número de discos fundamentais.
De forma a conseguir o máximo apoio das rádios locais, Jones criou vários selos para que os Djs não fossem acusados de alinhar numa espécie de monopólio. Shagg, Erica, Jenmark, JB’s e Hep’ Me são algumas das editoras que comandou, tendo dado visibilidade a muito do talento da misteriosa cidade americana.
“I’ve taken over” faz parte do riquíssimo catálogo da Hep’Me, operação que esteve activa entre o início dos 70 e os primeiros anos dos 80.
Integrada no alinhamento do histórico álbum “Raising hell”, de Norma Jean e Ray J., esta obra-prima Crossover, escrita por Richard Caiton, saiu em sete-polegadas assinada apenas por Norma Jean, com dois títulos ligeiramente diferentes.
O marcante Lp foi recentemente reeditado pela Superfly Records, de Paulo Gonçalves. Os singles são autênticos tesouros, alvos de caça dos mais astutos colecionadores.