• Poder Soul

    12 novembro 2018 – 16 novembro 2018

    Segunda-feira

    Love Company

    Love tempo

    SRO

    Ledyard Hopkins, Patrick Hubert, Raymond Lowery e Larry Grigsby formaram o quarteto vocal Black Vogue, em 1972, em Dallas no Texas.

    Participaram no programa televisivo local “Operation Soul”, fizeram o circuito de clubes local, foram o grupo vocal da banda do estabelecido Big Bo Thomas, percorrendo palcos de todo o estado e venceram um concurso de talento, que lhes reforçou a sua forte reputação, antes de resolverem mudar o nome para Love Company e gravarem o seu único disco, em 77. 

    Escrito por Ledyard Hopkins, “Love tempo” apenas foi editado três anos mais tarde, através da independente SRO, e, talvez porque não tenha tido qualquer tipo de sucesso e a sua pequena prensagem se tenha evaporado, transformou-se num verdadeiro Graal das cenas Modern Soul e Deep Disco.

    Esta imensa e extremamente rara canção que, desde que foi introduzida com estrondo nas pistas de dança especializadas, troca de mãos na casa dos milhares, foi, finalmente, reeditada este ano – primeiro através da LCM Records, selo que Ledyard Hopkins criou para o efeito, com um re-edit de Red Greg no lado b e, logo a seguir, pela Athens of the North, numa reprodução fiel do disco resultante dessa histórica sessão de 1977.

     

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  • Poder Soul

    12 novembro 2018 – 16 novembro 2018

    Terça-feira

    5th Degree

    You got me hypnotized

    Degree

    Tocado como cover-up, apenas pelo colectivo de Djs de Manchester, composto por David Ripolles, Gumbo e George Mahood – Ultimate Choice – o mistério que pairava sobre este fabuloso disco dissipou-se no ano passado, quando foi leiloado no Ebay, desvendando a identidade desta banda.

    Em 1971, Patrick Carey juntou-se a Jeffery Williams, Ruddy Charlton, Charles Johnson e Garfield Davis, em Nassau nas Bahamas, para formar os 5th Degree.

    Depois de ser contratada como banda residente do Banana Boat e do Pino’s, um dos mais populares clubes nocturnos da cidade, de dar concertos importantes no Emerald Beach Hotel ou em eventos como o Goombay Summer Festival e de ser solicitada para tomar conta de palcos em todo o arquipélago, a banda criou as condições para gravar o seu único disco em 75.

    Composta por Patrick Carey, “You got me hypnotized” teve uma pequena edição de autor e até foi aposta da estação de rádio ZNS, mas acabou por cair no esquecimento, durante quase quatro décadas.

    Uma das mais progressivas obras-primas do chamado Island Soul é, hoje, um dos mais disputados tesouros da cena Soul que, felizmente, acabou de ser reeditado pela britânica Backatcha Records.

     

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  • Poder Soul

    12 novembro 2018 – 16 novembro 2018

    Quarta-feira

    Pete Rodriguez

    I like it like that

    Alegre

    Descendente de pais porto riquenhos, o pianista e líder de orquestra Pete Rodriguez nasceu no Bronx, em Nova Iorque, em 1932 para, três décadas mais tarde, vir a ser “coroado” Rei do Boogaloo.

    Depois de ter cumprido o serviço militar, ao serviço dos Marines, estreou-se em disco, em 64, com “At last!”, o primeiro de dois Lps gravados para a Remo Records, antes de assinar o contrato com a mítica Alegre que, entre 66 e 68, rendeu os seus maiores hinos.

    Gravado em 67, “I like it like that” saiu em sete-polegadas, emprestou o nome ao seu primeiro álbum editado pela Alegre e será o seu mais marcante momento.

    Uma perfeita bomba Boogaloo que destrói imediatamente qualquer pista de dança e que, apesar de ter chegado ao Top 100 do Billboard, se transformou num objecto altamente colecionável no seu formato original.

    A bem-sucedida carreira de Pete Rodriguez acabou por arrefecer no princípio dos anos 70, quando o Boogaloo perdeu o seu fulgor, mas o seu legado estava já garantido pela inconfundível obra que nos deixou.

     

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  • Poder Soul

    12 novembro 2018 – 16 novembro 2018

    Quinta-feira

    Fredrick Knight

    Steppin down

    Maxine

    Frederick Knight é associado ao hit da Stax que, entre nós, foi alvo de uma versão dos Wray Gunn – “I’ve been lonely for so long” – mas o seu peso na história da música negra transcende, em muito, aquele que foi o seu único êxito em nome próprio. 

    Nascido em 1944, em Birmingham no Alabama, Frederick Knight iniciou a sua carreira no fim dos anos 60, em Nova Iorque, tendo-se distinguido mais como músico, produtor, compositor e editor do que como artista, apesar do contrato que assinou com a histórica marca de Memphis, em 72, e que se reflectiu num Lp e uma mão cheia de singles, tendo gerado um hit que ultrapassou o Atlântico.

    Escreveu “Ring my bell” para Anita Ward, fundou a Juana Records, editora que lançou The Controllers, entre outros, e tem o seu nome associado às carreiras de nomes como The Artistics, John Edwards, Shirley Brown ou Loleatta Holloway, para nomear apenas alguns.

    Gravado em 69 para a Maxine Recording Co., “Steppin down” é o seu primeiro e mais genial disco, aquele que tem levado à loucura a grande maioria dos colecionadores especializados.

    É que esta espantosa e musculada canção Funky Soul nunca falha quando lançada numa pista de dança, mas é praticamente impossível de assegurar no seu formato original.

    Este ano foi, finalmente, reeditada pela Tramp, para júbilo de muitos.

     

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    12 novembro 2018 – 16 novembro 2018

    Sexta-feira

    Eugene Jefferson

    A pretty girl dressed in brown

    Open

    Apesar de, na década de 60, ter assinado dois autênticos clássicos, adoptados por diferentes quadrantes da cena retro, é praticamente nula a informação bibliográfica disponível acerca de Eugene Jefferson.

    Sabe-se que será nativo de San Francisco e que, entre 61 e 67, gravou três singles para duas importantes independentes locais.

    Primeiro para a Bay-Tone, marca fundada por Brad Taylor, que abrigou nomes decisivos da cena Rhythm & Blues como Big Mama Thornton, Vernon + Jewel ou Johnnie Morisette e que apadrinhou a sua estreia, com o hino Popcorn, “Too young”.

    E depois para a Open, subsidiária da Loadstone Records, mítica editora de Walter Curry Stone, que esteve activa na viragem dos 60 para os 70 e que gravou gente como Sly + The Family Stone, Celeste Hardie, Lee Rogers ou Herman H. Harper II, além deste derradeiro esforço de Eugene Jefferson.

    “A pretty girl dressed in Brown” é uma enorme canção Crossover uptempo que foi lançada na cena Soul, já neste milénio, e transformou-se num tema obrigatório para os mais ambiciosos e progressivos Djs e colecionadores.

    Foi incluída na excelente recolha da Kent – “Stone Soul – San Francisco’s Loadstone Label” – e alvo de um inevitável bootleg.

     

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