• Poder Soul

    12 março 2018 – 16 março 2018

    Segunda-feira

    Del-Larks

    Job opening pt.1

    Queen City

    Os Del-Larks foram formados num Liceu de New Jersey por David Campbell, nos anos 50, com o intuito de surfarem a onda Doo Wop do momento, tendo gravado para a Ea-Jay e para a East West Records, já depois de David ter cedido o seu lugar ao seu super talentoso irmão Sammy, no início da década seguinte.

    Nesta altura, Sammy compunha a suas próprias canções e tinha sido contratado por George Blackwell para escrever para a sua editora de Newark – Smoke Records – que além de nunca lhe ter pago o que quer que seja, desviou alguns dos seus temas à socapa para a Vision, tentou extorquir-lhe o lucro de um concerto dos Del-Larks e dos Parliaments que o Campbell mais novo tinha produzido e usou a sua influência para boicotar a sua tentativa de tomar o destino nas suas mãos através da criação da Queen City.

    “Job opening”, gravado em 67 no estúdio de Tony Camillo em Greenwich Village, teria tido outro alcance se George Blackwell não tivesse usado o seu persuasor poder para convencer os Djs locais, que receberam entusiasticamente o disco, a deixarem de o apoiar, o que viria a significar o fim dos Del-Larks.

    Sammy Campbell foi então até à Califórnia para trabalhar como compositor para a Galaxy Records, antes de se fixar me Filadélfia onde recomeçou a sua carreira, com relativo sucesso, na Phil L.A. of Soul, sob o pseudónimo Tyrone Ashley.

    “Job opening” viria a transformar-se num hino maior da cena Northern Soul britânica sendo, ainda hoje, alvo de caça desenfreada por Djs e colecionadores de todo o mundo.

     

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    12 março 2018 – 16 março 2018

    Terça-feira

    Mr. Dynamite

    Sh’ Mon

    Soultime

    É muita a confusão que o nome que assina este disco tem gerado, havendo muita gente que se convenceu de que seria um disco de James Brown, assumindo uma das suas alcunhas, quando na verdade é a banda branca de Washington D.C. – The British Walkers – que está na sua génese.

    Formados em 1964 por Bobby Howard que, neste disco se faz acompanhar por Jimmy Carter, Jack Brooks e Steve Lacy, os British Walkers gravaram uma série de singles até 68, o ano em que cessaram actividade, para editoras como a Try, a Manchester, a Charger ou a Cameo, sempre com diferentes line-ups.

    Aparentemente de todas a variações da banda, que também tinham incluído o lendário guitarrista Roy Buchanan, apenas Bobby Howard faz parte da gravação deste one-off creditado a Mr. Dynamite, assegurando as suas selvagens vozes.

    “Sh’mon”, que foi editada em 66 pela Soultime e um ano mais tarde pelo braço britânico da Sue e se transformou imediatamente num tema bandeira da cena Mod, é uma crua e visceral canção Soul, temperada pelo Funk, que recorre a uma musculada secção de sopros comandada por Charlie Hampton para atingir uma dimensão extra.

    Uma perfeita bomba de pista de dança, raríssima em ambos os formatos originais que, na última década, conquistou os adeptos dos mais progressivos clubes Soul e foi reeditada pela Kent.

     

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    12 março 2018 – 16 março 2018

    Quarta-feira

    Willie Tee

    Concentrate

    Gatur

    Willie Tee já foi alvo de destaque aqui no Poder Soul quando, há cerca de um ano e numa semana dedicada à Super Disco Edits, vos trouxe o, até aí inédito, “Don’t caught”.

    Mas sendo o legado do extraordinário teclista, compositor, produtor e cantor tão importante, é inevitável voltar a ele uma e outra vez.

    Nascido Wilson Turbinton, no ano de 1944, em New Orleans, Willie Tee foi uma figura incontornável da cena Soul da enigmática cidade americana, nas décadas de 60 e 70, tendo, neste período, gravado um número apreciável de clássicos para editoras locais como a Bonatemp, a Nola ou a Gatur, além de ter integrado as formações dos Wild Magnolias e dos Gaturs.

    Gravado em 72 para a Gatur, “Concentrate” é, provavelmente, o seu mais colecionável disco e um dos seus momentos de génio.

    Uma enorme canção onde quase tudo, desde os arranjos à execução, está muito perto da perfeição e onde a assinatura de Willie Tee está bem patente.

    Muito dificilmente a Soul dos 70 soa melhor do que isto…

     

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    12 março 2018 – 16 março 2018

    Quinta-feira

    Dayton Sidewinders

    Funk in here

    Carlco

    Carl Cowen, Willie Kendricks, Jessie Partridge, Stanley Brooks, Gatewood Bledsoe e Chuck Jones formaram os Dayton Sidewinders a meio da década de 60, na irrequieta cidade do estado do Ohio que abre o seu nome.

    Apesar de algumas alterações ao seu line-up inicial, a banda construiu uma sólida reputação local, através dos seus intensos concertos, tocando um misto de versões e originais em escolas, clubes e concursos sempre esgotados, onde disputavam troféus com outros grupos de culto como os Majestics, os Capris ou os Young Mods.

    Em 69, Carl Cowen resolve criar a sua própria independente e, até 74, os Dayton Sidewinders gravam meia-dúzia de sete-polegadas para a Carlco Records, todos altamente colecionáveis, todos peças essenciais da história do Funk no Ohio.

    “Funk in here”, editado em 72, é uma espantosa versão do tema que Willard Burton gravou para a Capitol um ano antes e confere-lhe uma dimensão absolutamente fora de série.

    Este grande instrumental, que substitui de forma genial o órgão do original pela flauta, transformou-se num dos mais cobiçados discos da cena Deep Funk e retrata bem o singular talento de uma banda que não deve nada aos monstros locais Ohio Players ou Roger Troutman e os seus Zapp.

    Os maiores clássicos dos Dayton Sidewinders foram reunidos em “Let’s go down to Funksville”, Lp editado em 2002 pela Funkadelphia.

     

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    12 março 2018 – 16 março 2018

    Sexta-feira

    Leon Thomas

    Just in time to see the sun

    Flying Dutchman

    A voz imensa de um dos maiores hinos Soul Jazz de sempre – “The Creator has a master plan” de Pharoah Sanders – Leon Thomas nasceu em St. Louis, Illinois, em 1937.

    Depois de ter estudado música na Universidade do Estado do Tennessee, Leon Thomas mudou-se para Nova Iorque em 58 e, durante a década que se seguiu, colaborou com nomes incontornáveis do Jazz como Grant Green, Jimmy Forrest, Hank Crawford, Count Basie, Mary Lou Williams, Randy Weston, Roland Kirk ou Oliver Nelson.

    Em 69, o ano em que grava Master Plan com Pharoah Sanders, que também tem uma versão no seu primeiro Lp, assina contrato com a decisiva Flying Dutchman de Bob Thiele e estreia-se em nome próprio.

    Gravada em 73 e incluída no Lp “Full circle”, um dos bons discos que a sua associação à Flying Dutchman, que marcou a fase mais criativa da sua carreira, rendeu – “Just in time to see the sun” – é um clássico da cena Modern Soul.

    Uma canção carregada de Groove, de sabor latino fruto do seu cruzamento com Santana, que levou a voz inconfundível de Leon Thomas para as pistas de dança, até porque também foi editada em sete-polegadas, o formato fetish dos Djs da especialidade.

     

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