• Poder Soul

    11 novembro 2019 – 15 novembro 2019

    Segunda-feira

    Darondo Pulliam

    How I got over

    Ocampo

    Nascido William Daron Pulliam, em Berkeley, em 1945, Darondo foi um carismático cantor, guitarrista e compositor que teve uma curta, mas marcante, carreira.

    Começou a tocar profissionalmente aos 18 anos, com os Witnesses, um grupo de brancos que, nos anos 60, animava um clube teen da Baía de São Francisco, com a Soul do momento.

    No princípio da década de 70, decidiu lançar-se a solo, adoptou o nome artístico Darondo e, entre 73 e 74, gravou três singles de culto para as independentes Music City, Ocampo e Af-Fa World, que lhe renderam uma sólida reputação local e o levaram a abrir concertos de James Brown e a ter um modo de vida excêntrico e opulento.

    Abandonou a vida artística no fim dos 70 mas, em 2005, viu o seu tabalho ser recuperado pela Luv’n’Haight e regressou aos palcos, tendo-se mantido em actividade até 2013, o ano da sua morte.

    Gravado em 73, “How I got over” é o seu segundo sete-polegadas e, para mim, o mais especial dos enormes temas que nos deixou.

    Uma profunda e crúa canção Soul, contaminada pelos Rhythm & Blues, que é uma verdadeira obra-prima e um absoluto clássico nos vários quadrantes da cena retro.

     

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  • Poder Soul

    11 novembro 2019 – 15 novembro 2019

    Terça-feira

    Frankie + The Damons

    Man from soul

    JCP

    Ainda no Liceu, nove teenagers brancos de Raleigh, na Carolina do Norte – Frankie Presnell, Rick Price, Ben Runkle, Chip Crawford, John Wilson, John Carter, Johnny Farmer, Ray Starling e Dave Beckley – formaram os Frankie + The Damons, em 1966, para virem a assinar alguns dos mais colecionáveis lados Soul e Funk daquele estado.

    A banda, que aparentemente foi baptizada com o nome dos seus rivais locais – Nomads – escrito ao contrário, com o intuíto de os provocar, foi rapidamente descoberta por Jimmy Caps, que lhe propôs um contrato com a sua JCP Records.

    Entre 67 e 68, Frankie + The Damons gravaram três sete-polegadas: dois para a JCP, onde são acompanhados pelo cantor negro Howard Exum e um para a sua The Damons, com o também branco Joseph Lee Faison a assumir as vozes.

    Editado em 67, “Man from soul” é o seu segundo disco e, na minha opinião, o melhor de todos os seus extraordinários singles.

    Uma perfeita maravilha Funky Soul, que é um exemplo supremo da extrema qualidade que algumas bandas Garage conseguiam atingir, quando se dedicavam à música negra e que se transformou num ultra-cobiçado troféu entre os mais ambiciosos Djs e colecionadores da cena especializada.

     

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    11 novembro 2019 – 15 novembro 2019

    Quarta-feira

    New Swing Sextet

    Monkey see, monkey do

    Cotique

    George Rodriguez, Eddie Muñiz, Pachi Alagarín, Yeyo Salgado, Pete Ortiz e Jae Armando eram seis jovens de origem latina, entre os 19 e os 20 anos, quando resolveram formar o New Swing Sextet, no bairro nova-iorquino de East Harlem, em 1964.

    Um ano mais tarde fizeram a sua estreia profissional com um concerto na New York World’s Fair e, em 67, assinaram contrato com a Cotique, iniciando um percurso discográfico que, numa primeira encarnação, nos deu quatro importantes Lps e cerca de uma dúzia de singles, os consolidou como um dos projectos chave da cena Boogaloo e os levou a partilharem palcos com lendas como Tito Puente, Eddie Palmieri, Joe Cuba, Ray Barretto, Willie Colon, Pete Rodriguez ou Joe Bataan, entre muitas outras.

    Gravado como parte de “The explosive New Swing Sextet”, o primeiro disco do grupo, e prensado em sete-polegadas pela Cotique e pela Discos Fuentes, com o intuíto de explorar a sua popularidade em toda a America Latina – “Monkey see, monkey do” – é, para mim, o seu maior hino.

    Uma imensa canção, escrita por George Rodriguez, que funde de forma genial Jazz, Latin Soul e Boogaloo, que se transformou num clássico incontornável das cenas Mod e Rhythm + Blues e que, felizmente, foi reeditado, em 2015, pela Soulful Torino.

     

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  • Poder Soul

    11 novembro 2019 – 15 novembro 2019

    Quinta-feira

    Rey Villar + The Royal Flush

    Heaven is my witness

    Ecbolic

    Mais um disco e um artista sobre os quais não se sabe praticamente nada mas que, ainda assim, é obrigatório partilhar aqui no Poder Soul.

    Provavelmente nativos de Anderson, no Indiana, Rey Villar + The Royal Flush apenas gravaram um disco, algures durante a primeira metade dos anos 70, nos pequenos estúdios locais – Burlap Sound – e desapareceram sem deixar rasto.

    “Heaven is my witness” foi descoberto, mais de três décadas depois de ter sido prensado pela misteriosa independente Ecbolic, pelo arquivista e dealer de Indianapolis Jason Yoder, e introduzido nas pistas de dança europeias por Lars Bulheim, gerando a loucura imediata dos mais ambiciosos e abastados Djs e colecionadores que, em muito pouco tempo, se encarregaram de “secar” as poucas cópias encontradas no Indiana.

    Esta pequena obra-prima Crossover transformou-se, assim, num verdadeiro Graal da cena Soul e numa das suas mais importantes descobertas das últimas duas décadas.

     

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  • Poder Soul

    11 novembro 2019 – 15 novembro 2019

    Sexta-feira

    Jerry Champion

    Do it

    Clayboard

    Nascido Jerome Anderson Clay, Jerry Champion é uma das grandes figuras da Soul de São Francisco, da década de 80.

    Depois de se ter graduado no New England Conservatory of Music, em Boston, o produtor, compositor, pianista e cantor, regressou à sua cidade natal, no princípio dos anos 80, para fundar o seu próprio estúdio e uma editora com o mesmo nome – Clayboard – e formar os Jerry + The Champions, grupo com quem se estrearia em disco, 1983.

    Até 87, gravou uma mão cheia de singles de culto, tendo desenvolvido uma leitura extremamente original do Boogie, então vigente,  e chegou a aventurar-se pelos territórios do House quando, em 91, assinou um maxi para a Dance Mania, decisiva editora de Chicago, fundada pelo pioneiro Jesse Saunders.  

    Gravado em 87, enquanto Jerry Champion – “Do it” – foi o derradeiro sete-polegadas desta sua fase dourada e é, na minha opinião, o mais marcante destes grandes discos.

    Uma grande canção, com uns arranjos e uma produção altamente futuristas, apoiados nas mais modernas caixas de ritmos e sintetizadores, mas que mantêm toda a essência da melhor Soul, numa altura em que, salvo raras excepções, a superficialidade Pop já havia tomado conta do género.

     

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