• Poder Soul

    11 março 2019 – 15 março 2019

    Segunda-feira

    Perry + The Harmonics

    Do the monkey with James

    Mercury

    A meio da década de 60, o saxofonista Clarence Perry juntou-se a Ed Townsend, o bem-sucedido cantor, teclista e compositor, oriundo do Tennessee, que viria a escrever “Let’s get it on”, em parceria com Marvin Gaye, para formar os Perry + The Harmonics, em Chicago, na companhia de Richard McCrea, Paul Pratt e Maurice Wells.

    Não se sabe se o grupo actuou ao vivo ou se terá sido apenas um projecto de estúdio, criado com o objectivo de gravar “Intrigue with Soul”, até porque, nesta altura, Ed Townsend tinha trabalho que chegasse na Califórnia, para onde se tinha mudado, depois de passar por Memphis e ter cumprido o serviço militar na Corea. 

    Gravado em 1965, para a Mercury, “Intrigue with Soul” é um colecionável Lp que, a exemplo do que aconteceu com muitos outros discos, pretendia capitalizar a loucura gerada por James Bond nessa época, através de uma série de versões de temas dos filmes de 007 e de originais inspirados no seu caracter.

    “Do the monkey with James” é um desses originais, teve uma cobiçadíssima edição em sete-polegadas e é a grande contribuição de Perry + The Harmonics para as pistas de dança.

    Este tremendo semi-instrumental Soul Jazz, que arranca com uma deliciosa introdução falada, antes do sax e o orgão explodirem sobre uma coesa base ritmica, transformou-se num clássico incontornável da cena Mod e, mais recentemente, dos mais progessivos clubes da generalidade da cultura retro.

     

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    11 março 2019 – 15 março 2019

    Terça-feira

    Elsie Mae

    Do you really want to rescue me

    King

    Elsie Mae foi uma dotada cantora, de porte generoso e voz potente, que integrou os Blue Flames de James Brown, durante uma parte significativa dos anos 60 e que, a exemplo do que aconteceu com outras das Divas desvendadas pelo Padrinho da Soul, gravou um par de discos, com o seu patrocinío.

    Entre 64 e 66, a também apelidada T.V. Mama editou dois singles – primeiro para a Smash e depois para a King – ambos com produção do génio a quem é atribuída a invenção do Funk.

    “Do you really want to rescue me” é o seu derradeiro sete-polegadas e, na minha opinião, aquele que mais justiça faz ao seu imenso talento, por muito que “All of me” seja um imprescindível double-sider.

    Uma grande canção Soul, de acentuado sabor Jazz, que demonstra na perfeição a versatildade vocal de T.V. Mama e que se transformou num absoluto clássico nos vários quadrantes da cena especializada.

     

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    11 março 2019 – 15 março 2019

    Quarta-feira

    James Polk + The Brothers

    Power struggle

    Twink

    Nascido em 1940, em Corpus Christi no Texas, o pianista e compositor James Polk é uma das grandes figuras das cenas Soul, Funk e Jazz daquele emblemático Estado Americano.

    Depois de se ter fixado em Austin, juntou-se a Reginald Caldwell, Donald Jennings, Tim Pickard, John Taylor, Yvonne Joseph, Imogene Polk e Teresa Maxwell, para formar a sua primeira banda – James Polk + The Brothers – em 1969.

    Estreou-se em disco nesse mesmo ano, sendo a primeira banda Soul a gravar para a editora local – Sonobeat – para quem viria, ainda, a registar um Lp, que não chegou a ver a luz do dia, antes de fundar a mítica Twink Records, através da qual lançou mais dois sete-polegadas, para além dos singles de culto dos Techniques IV e Fabulous Mark III.

    Depois de ter passado quase toda a década de 70 na Califórnia e na estrada, a trabalhar com Lionel Hampton, primeiro, e com Ray Charles, depois, regressou a Austin, no principío dos anos 80, para gravar um belo Lp e se dedicar, a fundo, ao estudo e ao ensino do Jazz, acabando por ter um papel decisivo na cena local e tido um percurso académico que lhe valeu o título Dr. James Polk.

    “Power struggle” é o mais cobiçado dos vários hinos que nos deixou, trocando de mãos na casa dos milhares, e, felizmente, foi reeditado, em 2003, pela Funk 45, com “Just Plain Funk”, o seu outro single na Twink, no lado oposto.

     

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    11 março 2019 – 15 março 2019

    Quinta-feira

    Prince Phillip Mitchell

    I’m so happy

    Atlantic

    Cantor e compositor, Prince Phillip Mitchell nasceu em Louisville, no Kentucky, em 1944.

    Começou a cantar ainda na escola e, depois de aprender a tocar trompete, resolveu dedicar-se à guitarra, ao piano e á escrita de canções.

    Iníciou a sua carreira profissional, em 61, com os Checkmates, passou pelos Cash Registers, pelos Moonlighters e pelos Bean Brothers, compôs para nomes como Millie Jackson, Mel + Tim, Bobby Womack, Joe Simon Norman Connors ou Candi Staton, entre muitos outros, e, entre 68 e 91, teve um sólido percurso discográfico, reflectido em quarto Lps e cerca de dezena e meia de singles, editados por marcas como a Smash, a Shout, a Hi, a Event, a Atlantic ou a Ichiban, que nos deram um número apreciável de clássicos, que têm alimentado a sua presença nos palcos, até aos nossos dias.

    Gravado em 79 e fruto da sua produtiva relação com a Atlantic, “I’m so happy” foi produzido por Wardell Quezergue, faz parte do alinhamento de “Top of the line”, saiu num colecionável sete-polegadas e é, na minha opinão, o seu mais genial momento.

    Uma imensa canção, com uma produção e uns arranjos épicos e uma interpretação brutal, que arranca com uma daquelas maravilhosas intros faladas e se transformou num dos maiores e mais intemporais hinos da cena Modern Soul.

     

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    11 março 2019 – 15 março 2019

    Sexta-feira

    Vickie Labat

    Got to keep hanging on

    Shagg

    É praticamente nula a informação bibliográfica disponível acerca de Vickie Labat, uma misteriosa cantora de New Orleans que, apenas, gravou um single.

    Sabe-se que foi produzida pelo génio de Wardell Quezergue, que terá gravado no mítico estúdio de Cossimo Matassa e que foi editada num dos selos do tentacular Senator Jones, não se sabe de onde veio, nem para onde foi.

    Ainda assim, “Got to keep hanging on”, o seu único sete-polegadas, prensado em 1968 pela Shagg Records, a editora de culto que também nos deu “You’re gonna wreck my life”, obra-prima assinada por Guitar Ray, é um autêntico Graal Crossover, que lhe garantiu um lugar na história da melhor música negra.

    Esta imaculada canção, potenciada pelo delicioso contraste entre o músculo e ritmo crú, tipíco das gravações da Crescent City, e uma doçura e uma fragilidade absolutamente desarmantes, tem levado à loucura os mais obstinados Djs e colecionadores e atinge valores com quarto algarismos no mercado de usados.

     

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