• Poder Soul

    11 fevereiro 2019 – 15 fevereiro 2019

    Segunda-feira

    Detroit Sex Machines

    The funky crawl

    Soul Track

    Em Detroit, na viragem dos 60 para os 70, três irmãos – Ted, Ronnie e Curtis Dudley – e os seus colegas de Liceu – Leroy Hutson, Malachai Williams, Carl a.k.a. “Moochie”, Harvey Grey, Sonny, Renee Rucker e Robert Hooker – formaram os misteriosos Detroit Sex Machines, uma banda que se manteve na total obscuridade até ao início do nosso milénio, apesar de ter editado dois absolutos monstros Funk.

    Quando, em 2001, Phillipe Lehman, fundador da Desco e da Soul Fire, encontrou uma cópia de “The funky crawl”, em casa de um dealer do Michigan, resolveu localizar os membros e reeditar os dois extraordinários sete-polegadas que tinha gravado para a pequeníssima independente – Soul Track – provocando um autêntico terramoto no seio da comunidade especializada. 

    Acabara de desvendar uma das mais coesas e potentes bandas Deep Funk de que havia memória e dois discos geniais, quase impossíveis de localizar, nas suas edições originais.

    “The funky crawl” é apenas um exemplo da excelência dos quarto lados registados pelos Detroit Sex Machines, um grupo de miúdos super dotados, tão precisos como os J.B.’s, que levaram à perfeição a revolução ritmica operada pelo Padrinho da Soul.

     

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  • Poder Soul

    11 fevereiro 2019 – 15 fevereiro 2019

    Terça-feira

    Everyday People feat. Alexis

    World full of people

    Brownstone

    William “Bill” Brown e Al Hall Jr. conheceram-se em 1971 em Los Angeles, onde viviam num prédio que tinha, também, Doug Carn entre os inquilinos.

    Juntaram-se para formar The Soul Injection, grupo que gravou um colecionável sete-polegadas para a Accent que, em 74, também viria a editar “Bip Bam”, a estreia a solo de Bill Brown.

    Descontente com o trabalho da Accent, Brown decidiu tomar conta do seu próprio destino e criou a Brownstone Records que, embora tenha gravado mais material, que tem vindo a ser desvendado pela Super Disco Edits e em que contou com a colaboração de Al Hall Jr., de Doug Carn ou de Mel Bolton, entre outros, apenas editaria dois singles e um Lp, todos ultra raros e obscuros, alimentando o imenso culto de que seria alvo no meio dos mais esclarecidos colecionadores de música negra.

    “World full of people”, que estava na minha wantlist há, pelo menos década e meia, e que é, na minha opinião, o mais genial momento de Bill Brown, foi gravado em 77 e editado num raro single creditado aos Everyday People, ao mesmo tempo que foi incluído no alinhamento de um ainda mais raro Lp, atribuído aos People’s Pleasure with Alive and Well, que foi, finalmente, recuperado pela Athens of the North.

    Esta obra-prima Funky Soul, que tem levado ai delírio os mais progressivos clubes Soul e Funk, é uma prova irrefutável do imenso talento de Bill Brown e tem, agora, o alcance que merece.

     

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  • Poder Soul

    11 fevereiro 2019 – 15 fevereiro 2019

    Quarta-feira

    Smoke Sugar Company

    Save a little love for a rainy day

    Teri De

    James Conwell foi um cantor e compositor que, nas décadas de 60 e 70, teve um papel de relevo na cena Soul independente de Los Angeles.

    Iníciou o seu percurso discográfico em 1965 e, depois de ter gravado três singles a solo e o hino Northern Soul – “That beatin’ rhythm – sob o pseudónimo Richard Temple, formou projectos de destaque como The Exits, The Trips, The Light Drivers e estes Smoke Sugar Company, com os quais lançou alguns marcantes lados para editoras chave como a Gemini, a Kapp, a Soundville ou a Teri De.

    “Save a little love for a rainy day” é um dos dois sete-polegadas que gravou para a Teri De, marca de culto fundada pelo importante cantor, compositor e produtor Len Jewell, seu parceiro nos Trips, com quem manteve uma profícua relação, e é, na minha opinião, o seu mais especial disco.

    Esta deliciosa canção Crossover transformou-se num absoluto clássico da cena Lowrider californiana e tem vindo a ganhar um crescente protagonismo nos clubes europeus, sendo indispensável nas mais exigentes coleções, pelo menos enquanto não é necessário cometer grandes loucuras para assegurar uma cópia original.

     

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  • Poder Soul

    11 fevereiro 2019 – 15 fevereiro 2019

    Quinta-feira

    The Voice Masters

    You’ve hurt me baby

    Bamboo

    James Thompson, Arthur Jeffries, Godfrey Lewis e Morris Henderson formaram o quarteto vocal The Voice Masters,  em St. Louis, no Michigan.

    Em 1965, assinaram um contrato com a Copa Records e gravaram dois lados, com Oliver Sain, que não tiveram qualquer impacto, o que não impediu que a Fisco, voltasse a prensar o single, na esperança que o facto de ter distribuição nacional fizesse a diferença, o que não viria a acontecer, embora a marca de New Orleans, ainda tenha editado mais um disco do grupo.

    Em 68, os Voice Masters iniciaram uma ligação com a independente da sua cidade natal – Bamboo – antes desta se mudar para Chicago e passar a ser dirigida por Gene Chandler que, nos três anos que se seguiram, rendeu mais três sete-polegadas, todos com “If a woman catches a fool” numa das faces.

    A banda acabou por se separar no arranque da década de 70 e James Thompson, o seu compositor, além de ter fundado os Hypnotics, logo a seguir, fez carreira a escrever canções.

    Gravado ainda em St. Louis, “You’ve hurt me baby” é o lado a do primeiro disco que os Voice Masters editaram pela Bamboo e, na minha opinião, o maior do trio de hinos com que brindaram a cena Soul especializada.

    Um grande canção Crossover, servida por uns enormes arranjos e umas espantosas harmonias vocais que, podendo ser assegurada por pouco mais de uma dezena de euros, é obrigatória em qualquer coleção de música negra.

     

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  • Poder Soul

    11 fevereiro 2019 – 15 fevereiro 2019

    Sexta-feira

    Hearts of Fire

    Let’s party all night

    Hearts of Fire

    Nativo de Aiken, na Carolina do Norte, Lester Smalls tem o seu nome associado a alguns cobiçados tesouros da cena Soul local das décadas de 70 e 80.

    Começou por fundar os Ebonystic, banda que, em 74, gravou “Ain’t it good to you”, um monstro Funky Soul editado através da Scream Records, mítica editora que também nos deu “Lost in the crowd” de Billy Byrd.

    Pouco depois da edição deste sete-polegadas a banda mudou o nome para Hearts of Fire e, entre 77 e 84, gravou mais três singles – dois em edição própria e um para independente do Tennessee, Dit Dot – todos altamente colecionáveis.

    Gravado em Augusta, na Georgia, cidade natal de alguns dos membros dos Hearts of Fire, “Let’s party all night” é o seu derradeiro esforço e um verdadeiro Graal das cenas Boogie e Deep Disco.

    Esta verdadeira bomba, que tem destruído pistas de dança, desde que foi introduzida nos clubes do género, já neste milénio, foi incluída no segundo volume da essencial série da Z Records – “Under the influence” – assinado por Paul Phillips e alvo de um bootleg, em doze-polegadas.

     

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