• Poder Soul

    10 setembro 2018 – 14 setembro 2018

    Segunda-feira

    Mighty Generation

    The MG beat

    B-E-R

    Os Mighty Generation foram uma banda de Youngstown, formada no princípio dos anos 70, que começaram por se chamar Ebony Expressions e que foi bastante solicitada em todo o estado do Ohio, chegando a dividir palcos com estrelas como os Parliament / Funkadelic ou Major Harris.

    Entre 76 e 78, gravaram dois discos: o primeiro, enquanto Ebony Expressions, para a Owl, importante independente de Columbus, criada por Tom Murphy, Sterling Smith e Robin Jenney, que nos deu, entre outros, os ultra-colecionáveis Wee e o segundo, já como Mighty Generation, registado para a Marjon mas lançado pela B-E-R Records, uma marca que parece ter sido criada para o efeito.

    “The MG beat” é o lado b deste seu derradeiro sete-polegadas e a sua grande contribuição para as pistas de dança.

    Esta tremenda canção Funky Soul, contaminada pelo mais independente Disco, que, a exemplo do que acontecia muito nesses tempos, é uma contagiante e eficaz declaração de intensões de uma banda que pretendia levar ao rubro qualquer festa, foi introduzida nos clubes especializados por Keb Darge, na década de 90, e é perfeita para os mais progressivos clubes da actualidade.

    Um disco de raridade relativa que faz realmente a diferença e foi incluído na recolha da B.B.E. – “Kings of Funk” – que o carismático Dj escocês divide com RZA, o lendário produtor dos Wu-Tang Clan.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    10 setembro 2018 – 14 setembro 2018

    Terça-feira

    Odessa Harris

    You’re what I need

    Uptown

    Uma excelente cantora de Jazz e Blues, Odessa Harris nasceu Dessie Mae Williams, em 1936, no Arkansas.

    Começou a cantar na Igreja aos dez anos e, quatro anos mais tarde, teve a sua oportunidade no King Biscuit Time, um dos mais duradouros programas radiofónicos dos Estado Unidos, alvo de um fiel culto, o que lhe valeu o bilhete de ida da pequena cidade de Helena, partindo em tour com o bluesman Robert Nighthawk. 

    Na segunda metade dos anos 50 vai viver para a Flórida. Primeiro para Jacksonville, onde faz o circuito dos clubes nocturnos e se cruza com B.B. King que a rebaptiza Odessa Harris quando ela passa a integrar a sua banda, entre 59 e 61. E mais tarde para Miami, onde assina contrato com a Capitol Records, pelas mãos de Clive Davis.

    Entre 62 e 65 gravou cinco singles – três para a Capitol, que acabou por abandonar por estar sempre na sombra de estrelas como Dinah Washington e Nancy Wilson, e dois para a Uptown.

    “You’re what I need” é o lado de b de “Since I fell for you” o seu derradeiro e mais bem-sucedido sete-polegadas.

    Esta profunda e visceral canção Soul, com fortes raízes Rhythm & Blues, é o seu grande hino, transformou-se num absoluto clássico da cena Mod e mostra bem o imenso talento vocal de Odessa Harris que, depois de se mudar para Detroit em 72, mantendo uma intensa actividade de palco até ao princípio da década de 80, e de ter parado durante três décadas, regressou aos discos, incentivada por Marcus Belgrave, em 2003, quatro anos antes da sua morte, gravando o seu único longa-duração, “The easy life”.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    10 setembro 2018 – 14 setembro 2018

    Quarta-feira

    Billy John + The Continentals

    Slap it to me

    Jin

    Billy John + The Continentals foi uma banda do Louisiana que esteve activa na década de 60, tendo construído uma sólida reputação local.

    Liderada pelo baterista e cantor em part-time Billy Babineaux, em parceria com o seu irmão, guitarrista, Bobby, gravou, entre 65 e 66, uma mão quase cheia de sete-polagadas para as emblemáticas independentes locais – N-Joy e Jin – todos alvos de culto, seja para os adeptos do mais refundido Garage, seja para os amantes do mais raro Deep Funk.

    Gravado em 66 para a profícua editora de Floyd Soileau, “Slap it to me” faz o pleno.

    Este contagiante e enérgico instrumental Funk pontuado por uns panfletários ad-libs vocais e construído sobre uns fabulosos breaks de bateria que dão espaço a um órgão selvagem, não deixa nenhuma pista de dança indiferente.

    Mais um disco de raridade extrema no seu formato original, que a germânica Tramp se encarregou de reeditar em 2006.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    10 setembro 2018 – 14 setembro 2018

    Quinta-feira

    Barbara Acklin

    Am I the same girl

    Brunswick

    Embora tenha nascido em Oakland, em 1943, a lendária cantora e compositora Barbara Acklin, fez quase toda a sua carreira em Chicago, para onde se mudou, com a família, aos cinco anos.

    Começou a cantar muito cedo e, ainda teenager, já actuava no circuito de clubes nocturnos da cidade.

    A meio da década de 60, depois de acabar o liceu, foi trabalhar como secretária para os escritórios da St. Lawrence Records, pelas mãos do seu primo, o saxofonista e produtor Monk Higgins, que patrocinou a sua estreia em disco, em 66, como Barbara Allen, através da subsidiária Special Agent e a recrutou para assegurar os coros de sessões de estrelas como Etta James, Fontella Bass ou Koko Taylor para a Chess. 

    Começou assim uma sólida carreira, recheada de êxito, quer enquanto artista, quer como escritora de canções, tendo formado uma dupla implacável com o Chi-Lite Eugene Record, que deu hits a nomes como Jackie Wilson, Peaches + Herb ou Gene Chandler, entre outros.

    Em seu nome, editou, entre 66 e 75, meia-dúzia de Lps e cerca de três dezenas de singles, para a Brunswick e para a Capitol, entre os quais estão alguns Top Charters e uns quantos clássicos.

    Gravado em 68, “Am I the same girl” é, na minha opinião, o seu mais imortal disco.

    Esta imensa obra-prima Crossover, que vos soará invulgarmente familiar, primeiro porque a sua posterior versão instrumental – “Soulful strut”, assinada pelos Young-Holt Unlimited, é um dos grandes standards negros da década de 60 e, depois, porque foi alvo de versões de sucesso extremo de Dusty Springfield e dos Swing out Sister, não está entre os seus recordistas de vendas mas é a mais intemporal das canções a que deu voz e uma peça obrigatória em qualquer coleção que cubra a mais histórica Soul.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    10 setembro 2018 – 14 setembro 2018

    Sexta-feira

    ETAP

    Did you mean maybe

    Warner Bros.

    Etap é o apelido, escrito de trás para a frente, de Johnny Pate, nome que já marcou presença no Poder Soul, através de “You can’t even walk in the park”, tema de eleição da Banda Sonora Original de “Shaft in Africa”.

    São muitos os temas históricos em que o baixista, oriundo de Chicago, intervém, principalmente enquanto arranjador e director musical, papel em foi decisivo para carreiras de nomes como Gene Chandler, Billy Butler, Major Lance, Impressions, Vibrations ou Betty Everett, entre muitos outros, e para editoras como a Okeh ou a Abc, onde foi A&R.

    Gravado em 1976 para a Warner Bros., “Did you mean maybe” é, muito injustamente, um dos seus menos valorizados discos. 

    Este grande instrumental Disco Soul parece trazer para as pistas de dança, com resultados surpreendentes, o espirito cinemático das suas grandes Bandas Sonoras para os clássicos de Blaxploitation, “Brother on the run” e “Shaft in Africa” e é perfeito para aquecer qualquer clube esclarecido.

    Um disco essencial e infalível que pode e deve compor qualquer coleção por menos de uma dezena de euros.

     

    ▶️ OUVIR