O que é o aborto espontâneo 

Na verdade, o aborto espontâneo é uma das complicações mais comuns da gravidez, ocorre em cerca de 15% das gravidezes e pode ser uma “ameaça de aborto” ou um “aborto em evolução”, um “aborto completo ou incompleto”, ou mesmo uma “gravidez anembriónica” – nomes mais ou menos complicados para dizer que nem tudo está a correr bem. 

Quando há mais do que três abortos, diz-se que é uma situação de aborto recorrente, e recomendam-se estudos mais aprofundados para esclarecer a situação. 

 

Sinais de alerta 

O alarme surge quando há uma hemorragia vaginal e/ou dor pélvica. Muitas mulheres têm uma hemorragia no início da gravidez, mas nem todas terminarão numa gravidez não evolutiva – é fundamental ser observada por um obstetra, que indicará o que fazer. 

Numa ameaça de aborto pode ser necessário repouso ou tratamentos específicos, enquanto que se for um aborto em evolução pode não ser preciso fazer nada (a evolução pode ser idêntica a uma menstruação mais abundante) mas há situações em que é necessário internamento e mesmo curetagem. 

 

A causa dos abortos espontâneos está muitas vezes relacionada com o tempo da perda 

– Os defeitos cromossómicos estão relacionados com abortos às 4-8 semanas de gestação. 

– As causas genéticas são comuns nas perdas durante o primeiro trimestre de gravidez, mas podem ocorrer durante toda a gestação (as trissomias são as mais frequentes).  

– Níveis hormonais insuficientes ou excessivos podem originar um aborto espontâneo antes das 10 semanas de gravidez. 

– Causas infeciosas, imunológicas e ambientais estão relacionadas com perdas gestacionais no primeiro trimestre. 

– Alterações anatómicas, como as malformações uterinas ou miomas estão relacionados com abortos no segundo trimestre.  

– As alterações na coagulação estão relacionadas com abortos de repetição. 

– O álcool, tabaco e drogas estão também dentro da lista dos fatores que podem contribuir para uma perda gestacional.