O que é o sarampo?

O sarampo é uma doença infeciosa de evolução aguda, causada por um vírus, o vírus do sarampo.

Qual é a idade mais habitual de aparecimento do sarampo?

Na sua história natural o sarampo é uma doença que afeta sobretudo as crianças. No entanto, nos países em que se fez a introdução da

vacina do sarampo, a doença atinge principalmente adolescentes e adultos jovens não imunizados (que não estão protegidos pela vacina).

O sarampo é uma doença contagiosa?

Sim. O sarampo é extremamente contagioso, transmitindo-se de pessoa a pessoa por via respiratória (através das partículas de saliva nos acessos de tosse). Embora o contágio seja fácil exige um contacto físico próximo.

Em que altura do ano há mais casos de sarampo?

O sarampo é uma doença que aparece com mais frequência no Inverno e na Primavera.

O sarampo é uma doença que pode ser evitada?

Sim. Para evitar o aparecimento de sarampo as crianças devem ser vacinadas. A vacina contra o sarampo conhecida como VASPR ou tríplice vírica faz parte de uma associação que inclui ainda as vacinas contra a papeira e a rubéola. Atualmente a vacina contra o sarampo faz parte do calendário de vacinas obrigatórias, sendo administrada aos doze meses, com uma segunda dose entre os cinco e os seis anos. As crianças que já tinham mais de seis anos quando se introduziu o atual calendário vacinal, devem ser revacinadas com o VASPR entre os onze e os treze anos como acontecia até aqui.

Atualmente começam a aparecer surtos de sarampo em vários países da Europa, devido ao aumento de crianças que não foram vacinadas por opção dos seus pais.

Há situações em que a vacina do sarampo deva ser administrada antes dos doze meses?

Sim. Em situações em que há epidemias de sarampo é aconselhada a vacinação a crianças a partir dos nove meses de idade, para prevenir a infeção. As crianças mais pequenas, particularmente até aos seis meses de idade, estão protegidas pelos anticorpos transmitidos pela mãe durante a gravidez e o aleitamento materno, se a mãe teve sarampo ou foi vacinada.

Há quantos casos em Portugal?

Desde janeiro, foram notificados 23 casos de sarampo em Portugal. Só em abril, a Direção-Geral de Saúde (DGS) confirmou 12 e o Instituto Ricardo Jorge está a analisar mais 2 situações suspeitas. No Hospital de Cascais, um bebé de 13 meses, que não tinha sido vacinado, contagiou na Urgência uma jovem de 17 anos e quatro profissionais de saúde. No início deste mês, a DGS detetou outros seis casos, de quatro bebés com menos de 12 meses, que não estavam vacinados, e de dois jovens adultos, no Algarve e no Norte.

O sarampo não tinha sido erradicado de Portugal?

Em 2015, a Organização Mundial de Saúde reconheceu que a doença estava eliminada no nosso País, graças a um programa

eficaz de vacinação. Os últimos casos conhecidos em Portugal são de 2005 e a infeção teve sempre origem no estrangeiro.

A vacina é obrigatória?

Foi incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV) em 1974 e deve ser administrada aos 12 meses de idade e reforçada antes de a criança entrar no ensino obrigatório, entre os 5 e os 6 anos. Tal como todas as outras vacinas, não é obrigatória; apenas se exige um termo de responsabilidade aos pais que não cumpram no PNV.

O que é a imunidade de grupo?

Em Portugal, como a taxa de cobertura de vacinação é superior a 95%, a população está protegida. Mas as pessoas que não estão vacinadas fazem aumentar a probabilidade de as outras, vacinadas mas não imunes, poderem também apanhar a doença.

Quais são os sintomas do sarampo?

Febre, congestão nasal, tosse seca e manchas vermelhas no corpo. Ao fim de 3 a 5 dias, causa uma erupção na pele e comichão; começa no rosto e espalha-se para o tronco, braços e pernas.

Como se transmite?

Através da respiração, da tosse e dos espirros. O contágio é mais fácil em espaços fechados porque as gotículas com partículas do vírus podem permanecer no ar durante várias horas.

O que fazer se estiver em contacto com o vírus?

Se não estiver vacinado, há um espaço temporal de 72 horas para fazer a vacinação.

Pode-se morrer de sarampo?

O sarampo pode complicar-se com uma infeção bacteriana e evoluir para uma pneumonia. Mais raramente pode provocar uma encefalite, capaz de causar danos cerebrais e até a morte.

O Diretor-Geral da Saúde, Francisco George, afirma que existe “uma grande preocupação” com os últimos casos de sarampo registados em Portugal, porque a doença estava eliminada do país “devido a um programa eficaz” de vacinação. O sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas, podendo evoluir gravemente.

“A vacinação do sarampo começou há cerca de 35 anos e, portanto, são poucos os médicos que conhecem o sarampo. É, por isso, que estamos preocupados. Estamos a falar de uma doença que tinha um diagnóstico fácil quando era frequente”, conclui o Diretor-Geral da Saúde.