Funcionamento dos rins e das vias urinárias

Normalmente, possuem-se dois rins. Cada rim tem um ureter que conduz a urina desde a zona de recolha central dos rins (bacinete ou pélvis renal) até à bexiga. Dali, a urina sai pela uretra para o exterior do corpo, através do pénis nos homens e da vulva nas mulheres.

A função principal dos rins é filtrar os produtos metabólicos de excreção e o excesso de sódio e de água do sangue, assim como facilitar a sua eliminação do organismo; também ajudam a regular a tensão arterial e a produção de glóbulos vermelhos.

Cada rim contém cerca de um milhão de unidades encarregadas da filtragem (nefrónios).

O líquido proveniente de vários nefrónios passa para o interior do chamado tubo colector. Nos tubos colectores, o líquido pode seguir através do rim sob a forma de urina diluída, ou a água desta pode ser absorvida e devolvida ao sangue, fazendo com que a urina seja mais concentrada. Mediante as hormonas que influem na função renal, o organismo controla a concentração de urina segundo as suas necessidades de água.

A urina formada nos rins flui pelos ureteres para o interior da bexiga, mas não o faz passivamente como a água através de uma tubagem. Os ureteres são tubos musculares que conduzem cada pequena quantidade de urina mediante ondas de contracção. Na bexiga, cada ureter passa através de um esfíncter, uma estrutura muscular de forma circular que se abre para deixar passar a urina e depois vai-se estreitando até se fechar hermeticamente, como o diafragma de uma câmara fotográfica.

A urina vai-se acumulando na bexiga à medida que chega com regularidade por cada ureter. A bexiga, que se pode dilatar, aumenta gradualmente o seu tamanho para se adaptar ao aumento do volume de urina e, quando finalmente se enche, envia sinais nervosos ao cérebro que transmitem a necessidade de urinar.

Litíase renal (pedras nos rins)

A litíase renal (cálculos renais) refere-se à presença de “pedras” nos rins.

É uma das causas mais frequentes de cólicas renais.

Os cálculos renais podem ter diversas composições, sendo os mais frequentes os cálculos de oxalato de cálcio e de ácido úrico.

Os cálculos renais podem causar perda de sangue na urina (hematúria), infeções renais (pielonefrite) ou, como já se disse, cólica renal

A litíase renal é uma doença muito comum, estimando-se uma incidência global de 2 a 3 %. É a terceira doença mais frequente do aparelho genitourinário, sendo

apenas ultrapassada pelas infeções urinárias e pelas doenças da próstata. A maior proporção dos cálculos renais é de constituição mista, sendo que cerca de 30% são formados por um único tipo de mineral. O mineral mais frequentemente encontrado é o oxalato de cálcio.

Os homens apresentam o dobro da tendência para desenvolvimento de cálculos em relação às mulheres e o primeiro episódio ocorre por volta dos 30 anos de idade. No caso das mulheres, existem dois picos de incidência, aos 35 e aos 55 anos.

Como se manifesta a litíase renal?

A maioria dos cálculos renais não causa sintomas até ao momento em que o cálculo se desloca para as vias urinárias. Nesse ponto, a dor é muito intensa e incapacitante. Como regra, inicia-se no flanco e irradia em direcção à virilha, variando em função da localização do cálculo.

Como se faz o diagnóstico da litíase renal?

A maioria dos cálculos é visível numa radiografia mas, por vezes, pode ser necessário o recurso à tomografia computorizada.

Como se trata a litíase renal?

Com uma boa hidratação e analgésicos, os cálculos inferiores a 5mm são eliminados espontaneamente em 90% dos casos.

Cólica renal

A cólica renal apresenta-se habitualmente como uma dor intensa na metade inferior das costas, na cintura ou nas costelas. Aparece subitamente, não é uma dor contínua, aumentando e diminuindo em intervalos de tempo variáveis (designada por dor tipo cólica) e não melhora com o repouso. Pode acompanhar-se dos seguintes sinais ou sintomas:

  • Vontade de urinar com maior frequência.
  • Ardor ao urinar.
  • Náuseas e vómitos.
  • Urina com sangue ou mau cheiro.
  • Dor nos genitais.