Dores de cabeça, cefaleias ou enxaqueca? Os nomes podem até querer parecer o mesmo, mas na realidade existem características que os distinguem.

Afinal, o termo “dor de cabeça” pode referir-se a várias situações. Muitas pessoas confundem cefaleia com enxaqueca, mas cada uma delas difere entre si. A enxaqueca é um dos muitos tipos de cefaleias. As cefaleias podem ser primárias (sem causa aparente) ou secundárias.

Os dados existentes da prevalência de cefaleias são claramente determinados pelas formas clínicas mais frequentes, como a enxaqueca e a cefaleia de tensão.

As cefaleias são doenças reais e, muitas vezes, para toda a vida. Têm uma elevada prevalência, afectando homens, mulheres e crianças, sem preferência geográfica e são incapacitantes.

A Organização Mundial de Saúde classifica a enxaqueca entre as 20 principais causas de perda de anos de vida saudável por ano, a nível mundial. Só a enxaqueca é a causa de cerca de 400.000 dias de trabalho perdidos por ano, por milhão de habitantes, nos países desenvolvidos.

 

Causas das dores de cabeça

De acordo com dados divulgados na última década, cerca de um milhão de portugueses é regularmente afetado por dores de cabeça e enxaquecas. As principais causas são:

 

  1. Cefaleias primárias, nomeadamente enxaqueca, cefaleia de tensão, cefaleia em salvas
  2. Patologias nos olhos, seios perinasais, boca, dentes, coluna cervical, cérebro, doenças vasculares e traumáticas
  3. Tumores cerebrais, infeções, meningites e/ou febre
  4. Depressão
  5. Ansiedade
  6. Síndrome de Pânico
  7. Álcool
  8. Estar muitas horas sem comer
  9. Abstinência de cafeína
  10. Alimentos: bebidas ácidas, chocolate, queijo, alimentos muito gordurosos. Aditivos usados na comida chinesa
  11. Medicamentos, por exemplo vasodilatadores
  12. Abuso de analgésicos

 

Enxaqueca

– Dor de cabeça crónica que se caracteriza por episódios de dor pulsátil.

– A dor, moderada a intensa, tende localizar-se num dos lados da cabeça, podendo mudar de lado. É sentida, sobretudo, na região da órbita e da têmpora.

– Os episódios de dor duram entre quatro a 72 horas. Podem ter intervalos de dias, semanas, meses ou mesmo anos.

– Queixas associadas: Intolerância a estímulos sensoriais (luz, som); náuseas; vómitos; aura (quinze por cento dos indivíduos experienciam fenómenos neurológicos transitórios. São sintomas que duram cerca de 20 minutos e antecedem a dor. O indivíduo vê pontos brilhantes, sente a mão e obraço dormentes, tem alteração da linguagem).

– Dor de causa genética.

– Fatores desencadeantes:

Dieta – Certos alimentos (e o álcool), mas apenas em certas pessoas; com mais frequência, saltar refeições ou refeições atrasadas ou inadequadas, retirada da cafeína e desidratação.

Sono – Alterações nos padrões de sono, tanto falta de sono como dormir até tarde.

Outro estilo de vida – Exercício intenso ou viagem de longa distância, especialmente para outros fusos horários.

Ambientais – Luzes brilhantes ou cintilantes, odores intensos e alterações meteorológicos acentuadas.

Psicológicos – Transtorno emocional ou, surpreendentemente, relaxamento após um período de stress.

Fatores hormonais nas mulheres – Menstruação, contraceção hormonal e terapêutica hormonal de substituição (THS)

– Fatores de alívio: Exercer pressão da zona que dói, frio local (panos, rodelas de batata); dormir e evitar fatores agravantes.

– Tratamento: Fármacos antimigranosos específicos, anti-inflamatórios e fármacos profiláticos de vários grupos.

 

Cefaleia de tensão

– Dor crónica tipo aperto, pressão, peso. Algumas pessoas relatam sentir uma espécie de capacete.

– Dor bilateral, moderada a ligeira, que se localiza na região frontal. A dor pode dar a sensação de uma fita apertada à volta da cabeça ou abrangê-la na sua totalidade, irradiando para a nuca até aos ombros.

– A dor pode ser quase diária ou ocasional, podendo durar minutos, meia hora e até vários dias seguidos. Pode ser uma dor contínua.

– Queixas associadas: Síndromas depressivos, dores nas costas, coluna, pescoço, ombro, alterações do sono, esquecimento, ansiedade.

– Causa: diminuição da tolerância à dor, contração dos músculos à volta da cabeça.

– Fatores desencadeantes e agravantes: Contrariedades do dia-a-dia, aborrecimentos, stress, irritação, ambientes ruidosos.

– Prevenção: antidepressivos em doses baixas são muito eficazes, exercício físico, evitar os fatores desencadeantes.

– Fatores que aliviam: técnicas de relaxamento (massagem nas costas, pescoço, banho quente, ioga); estar num ambiente sossegado.

– Tratamentos: Fármacos antidepressivos e relaxantes musculares.