Semana Internacional da Tiróide que se comemora entre os dias 23 e 29 de Maio.  Este ano, o tema é “As Doenças da Tiróide nas Crianças” com o objetivo de dotar os pais e familiares e todo os adultos, no geral, de informação relativa a sinais e sintomas da doença, que permita identificar qualquer distúrbio numa fase precoce.

 

O que é a tiróide?

A tiróide é uma pequena glândula que mede cerca de 5 cm de diâmetro situada no pescoço sob a pele e por baixo da maçã-de-adão. As duas metades (lobos) da glândula estão ligadas na parte central, de tal maneira que parecem a letra H ou um nó de lacinho.Normalmente a glândula tiróide não se consegue ver e mal se pode palpar. Só no caso de aumentar de volume pode o médico apalpá-la facilmente como uma protuberância proeminente (bócio) que aparece por baixo ou aos lados da maçã-de-adão.A glândula tiróide segrega as hormonas tiróideas, que controlam a velocidade das funções químicas do corpo (velocidade metabólica). As hormonas da tiróide têm dois efeitos sobre o metabolismo; estimular quase todos os tecidos do corpo a produzir proteínas e aumentar a quantidade de oxigénio que as células utilizam. Quando as células trabalham mais intensamente, os órgãos do corpo trabalham mais depressa.

Para produzir hormonas tiróideas, a glândula tiróide precisa de iodo, um elemento que os alimentos e a água contêm. Esta glândula concentra o iodo e processa-o no seu interior. Quando as hormonas tiróideas se consomem, um pouco do iodo contido nas hormonas volta à glândula tiróide e é reciclado para produzir mais hormonas.

Qual a função da Tiróide?

Produz e liberta para a circulação sanguínea duas hormonas: a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina (T4 ou tiroxina).

 

Qual a importância das hormonas tiróideias?

Estas hormonas são essenciais para o normal funcionamento do nosso organismo, nomeadamente através do controlo/velocidade do metabolismo das nossas células. Por esse facto são essenciais no crescimento e desenvolvimento do organismo, regulam a temperatura corporal, a frequência cardíaca e tensão arterial, o funcionamento dos intestinos, o controlo do peso, dos nossos estados de humor, entre outras variadíssimas funções.

 

Como é feita a regulação do seu funcionamento?

A sua actividade é regulada por outras hormonas produzidas pela hipófise e pelo hipotálamo (glândulas localizadas no cérebro) que detectam os níveis sanguíneos das hormonas tiróideias e assim estimulam a glândula tiróideia a segregar mais ou menos hormonas consoante a necessidade.

 

Como se avalia a função tiróideia?

O Médico avalia os sintomas/sintomas que o doente apresenta, por exemplo:

  • Alterações do humor, alterações na intolerância à temperatura, frequência cardíaca elevada, alterações do peso, irregularidades do ciclo menstrual, entre outros. Em segundo lugar através de análises sanguíneas, que detectam os níveis de hormonas na corrente sanguínea.

 

Quais as principais doenças da Tiróide?

Estas doenças são mais frequentes nas mulheres que nos homens, sendo as mais comuns:

  • Bócio – quando se verifica um aumento global da glândula;
  • Nódulos – únicos ou múltiplos;
  • Hipertiroidismo – em que existe um excesso de hormonas tiróideias;
  • Hipotiroidismo – em que se verifica um deficit de hormonas tiróideias;
  • Doenças auto imunes – que exemplos o caso da Doença de Graves e a Tiroidite de Hashimoto, as quais devem-se à produção de anticorpos pelo próprio organismo que podem estimular ou destruir a glândula;

 

Como aparecem os nódulos?

Na maioria das situações não se consegue encontrar razão para o seu aparecimento, outras vezes deve-se a:

  • causas genéticas (hereditariedade);
  • radioterapia da cabeça e pescoço;
  • alguns medicamentos;
  • deficiência de iodo

 

 Quais os tipos de nódulos da Tiróide?

  • Benignos – nódulos coloides, quistos, adenomas …
  • Malignos – a maioria dos cancros da tiróide não têm a gravidade dos outros cancros, por isso são designados de “pouco agressivos”.

 

Tratam- se através da cirurgia e por vezes com iodo radioactivo, exigindo vigilância para o resto da vida.

  • Nódulo único

Os nódulos únicos com menos de 1 cm, não se valorizam em termos clínicos, exigem apenas controlo anual.

Os nódulos com mais de 1 cm necessitam da realização de uma citologia aspirativa efectuada com agulha fina, a nível de Consulta Hospitalar, para verificar-se se é um nódulo benigno (o mais frequente) ou maligno (o mais raro).

  • Nódulos múltiplos ou Bócio Multinodular

Se volumosos podem determinar desconforto/compressão a nível do pescoço, podendo justificar tratamento cirúrgico.

 

Que exames são necessários para avaliar os nódulos da Tiróide?

  • Análises ao sangue para avaliar os níveis da hormonas (T3,T4,TSH);
  • Ecografia da tiróide – identifica, mas não nos indica se é um nódulo benigno ou maligno;
  • Citologia com agulha fina;
  • Cintigrafia da tiróide (só em algumas situações particulares).

 

 

Hipertiroidismo

 

O que significa?

Excesso de hormonas tiróideias (T3 e T4) em circulação, o que vai provocar um “aceleramento” do metabolismo do nosso organismo.

 

Quais as principais causas de hipertiroidismo?

  • por doença auto-imune – Doença de Graves, geralmente na mulher, podendo ter carácter hereditário;
  • Nódulo Tóxico – nódulo que produz em excesso hormonas tiróideia;
  • Bócio Multinodular Tóxico – vários nódulos que podem produzir esse excesso hormonal, geralmente surge em pessoas mais idosas, com patologia da tiróide arrastada;
  • Tiroidite Subaguda – após infecção vírica da tiróide, geralmente é autolimitado;
  • Excesso de Hormona Tiroideia em doentes a efectuar dose excessiva desse tipo de tratamento;
  • Ingestão excessiva de Iodo – a nível alimentar (sal iodado, peixe, marisco e vegetais) e o existente em alguns medicamentos e produtos, por exemplo: amiodarona, solução de lugol, contrastes para realização de exames radiológicos).

 

Quais são os sintomas e sinais?

  • geralmente existe um aumento das dimensões da glândula (Bócio);
  • perda de peso apesar do aumento do apetite;
  • palpitações (aumento da frequência cardíaca);
  • irritabilidade, nervosismo, ansiedade, insónias;
  • tremor das mãos;
  • intolerância ao calor e hipersudação;
  • queda de cabelo e alteração das unhas;
  • diarreia; irregularidades menstruais e diminuição ou ausência de fluxo menstrual;
  • fraqueza muscular;
  • olhar fixo, vivo e/ou olhos proeminentes.

 

Hipotiroidismo

O que é?

Ocorre quando os níveis hormonais produzidos pela Tiróide são insuficientes, indo comprometer o normal funcionamento do organismo.

 

Quais as causas mais frequentes?

Falta ou excesso de iodo o qual é fornecido pelos alimentos (sal iodado, peixe, marisco e vegetais) e que quando escasso ou em excesso pode determinar esta situação;

Cirurgia prévia com remoção parcial ou total da glândula; medicamentos – por exemplo a amiodarona, o lítio e o interferão;

Radiações em doentes submetidos a radioterapia para doenças da tiróide ou outras da cabeça ou pescoço.

 

Quais os sinais e sintomas?

  • ligeiro aumento de peso (por retenção de líquidos);
  • fadiga / cansaço fácil;
  • aumento da sensibilidade ao frio;
  • obstipação;
  • pele seca, queda de cabelo, cabelo quebradiço;
  • obstipação;
  • irregularidades menstruais;
  • depressão;
  • mialgias e parestesias.

 

Realço que quer no hipotiroidismo, quer no hipertiroidismo os sinais e sintomas podem estar presentes em muitas outras doenças e nenhum deles é específico destas doenças da Tiróide.

 

Como se trata?

O tratamento consiste na administração de hormona da tiróide, geralmente por via oral na forma de comprimido. É necessário uma vigilância regular dos níveis destas hormonas para ajuste da dose deste medicamento.